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OZARK

Violência, prostituição e igreja de fachada dão o tom em nova série da Netflix

Fotos: Jackson Davis/Netflix

Jason Bateman e Laura Linney conversam em meio à estrutura da igreja de Ozark: início lento - Fotos: Jackson Davis/Netflix

Jason Bateman e Laura Linney conversam em meio à estrutura da igreja de Ozark: início lento

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 21/7/2017 - 6h27

Estrelada por Jason Bateman (Arrested Development) e por Laura Linney (The Big C, três vezes indicada ao Oscar), a primeira temporada de Ozark chega nesta sexta (21) à Netflix com temas difíceis. Há muita violência, com execuções a sangue frio e homens batendo em mulheres; há prostituição, com strippers mostrando seus corpos; e há críticas à fé, com uma igreja que serve de fachada para o tráfico de drogas. Porém, com um primeiro episódio muito lento, a série corre o risco de espantar o público antes de ficar boa.

A trama é centrada no casal Marty (Bateman) e Wendy (Laura), patriarcas de uma família aparentemente normal de Chicago. Ele é um consultor financeiro, ela é uma dona de casa dedicada aos filhos, Charlotte (Sofia Hublitz) e Jonah (Skylar Gaertner).

Mas, embaixo do tapete da normalidade, há muita sujeira escondida. Marty tem como principal cliente o criminoso Del (Esai Morales), integrante de um dos cartéis mais poderosos do mundo; em troca de um bom pagamento, o consultor consegue lavar o dinheiro do tráfico em operações legais. Wendy também não é tão inocente: há anos, mantém um caso extraconjugal com um homem mais velho.

A violência surge logo no início: Del descobre que um sócio de Marty está desviando dinheiro do cartel e o executa sumariamente. O protagonista, ciente de que será a próxima vítima, oferece uma alternativa para escapar: mudar-se para o Ozark, uma região montanhosa no Missouri que atrai famílias ricas durante as férias.

Del aceita a sugestão de Marty, mas lhe dá um prazo: ele tem até o fim do verão para lavar os US$ 8 milhões desviados por seu parceiro. É aí que o consultor se muda com a família para a nova casa, a contragosto da mulher e dos filhos.

Jason Bateman, Skylar Gaertner (de costas), Laura Linney e Sofia Hublitz: aparente perfeição

No Ozark, Marty passa a atuar como investidor-anjo em vários negócios que podem servir para a lavagem de dinheiro, de uma pousada a um clube de strippers, passando ainda pela construção de uma igreja para um pastor (Michael Mosley) que faz suas pregações em um barco no lago da região.

Só que a quantidade de dinheiro distribuída por Marty pelos empreendimentos da cidade chama a atenção de um grupo de criminosos caipiras, liderados pela jovem Ruth (Julia Garner), que fará de tudo para matá-lo e conseguir controlar a fortuna.

Um casal que usa os cultos do pastor no lago para traficar heroína também se irrita com a possibilidade de perder os negócios se uma igreja for edificada na região.

Wendy lida com outro problema: a casa que comprou no Ozark vem com um inquilino, o moribundo Buddy (Harris Yullin), que cobrou um preço baixo pelo imóvel desde que pudesse continuar morando no porão até sua morte.

A relação entre Wendy e Marty também entra em crise após a descoberta do adultério; e seus filhos passam a agir de forma rebelde e estranha após a mudança.

Para piorar, o agente do FBI Roy Petty (Jason Butler Harner) está na cola de Marty desde Chicago e viaja para o Ozark também, infiltrando-se na população local para conseguir provas contra o consultor financeiro e o perigoso cartel.

Marty confronta Ruth (Julia Garner, grande revelação da série): família perigosa de caipiras

O bom elenco chama a atenção em Ozark, com destaque para a sempre ótima Laura Linney e a grata surpresa Julia Garner. Porém, o criador Bill Dubuque tem tantos personagens e histórias para apresentar que demora para conseguir prender o público _o primeiro episódio, por exemplo, se passa todo em Chicago.

A trama, portanto, leva muito tempo para engrenar e transcorre em ritmo ainda mais lento, com episódios que duram quase uma hora. Ozark corre o risco de perder o seu público logo no início ou, pior, passar despercebida em meio a tantas séries lançadas pela plataforma de streaming nos últimos meses.

Quem conseguir sobreviver ao primeiro episódio, porém, vai se deparar com uma produção da melhor qualidade. Como na série, a viagem para Ozark não é fácil, mas pode ser bastante recompensadora a longo prazo.

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