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Sem graça, novo Arquivo X traz teoria mirabolante e paranoia Big Brother

Divulgação/Fox

Os atores Gillian Anderson e David Duchovny no primeiro episódio da minissérie Arquivo X - Divulgação/Fox

Os atores Gillian Anderson e David Duchovny no primeiro episódio da minissérie Arquivo X

JOÃO DA PAZ

Publicado em 23/1/2016 - 6h21

Nada de terroristas fundamentalistas. Para a minissérie Arquivo X, que estreia nesta segunda (25), na Fox, o 11 de Setembro foi fruto de uma conspiração alienígena, embora não necessariamente praticada por extraterrestres. Foram homens poderosos, de uma super-elite, que usaram seres de outros planetas para começar a dominar o mundo. Criaram uma "Nova Ordem Mundial" que vigia a todos da Terra, monitorando conversas, localizações, como um próprio Big Brother global.

A nova trama de Arquivo X não empolga, não tem o frescor da série cult que hipnotizou telespectadores na década de 1990 com investigações envolvendo teorias conspiratórias, extraterrestres e monstros. Na tentativa de aproximar o universo original da atualidade, o primeiro episódio  tem participação do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em um talk show da rede norte-americana ABC, apresentado por Jimmy Kimmel. A ideia é mostrar que a ameaça alienígena/humana continua presente, como consequência do ataque às Torres Gêmeas, em Nova York, em 2001.

Em 1993, quando estreou, Arquivo X já recorria a fatos verídicos para dar maior realismo a suas histórias. Outra característica retomada pela minissérie é o humor em alguns diálogos. Mas piadas são fracas, capazes de no máximo provocar um breve sorriso tímido. Nem aquelas "laughter track", tão comuns em séries cômicas, teria o poder de fazer esses momentos engraçados.

O primeiro episódio tem seus momentos impactantes. Só que são poucos e pontuais. Impossível não sentir uma comoção ao rever a abertura da série com a trilha sonora marcante e inesquecível, em conjunto com os mesmos caracteres e imagens da abertura original. Também é notável a primeira aparição de David Duchovny, o ex-agente Fox Mulder, ao lado de Gillian Anderson, a médica Dana Scully. Os dois estão bem revivendo seus respectivos personagens. Mas contracenam pouco no episódio de estreia.

Na lista de melhores momentos, vale acrescentar as primeiras cenas de Mitch Pileggi, o Walter Skinner, ex-chefe de Mulder e Scully no FBI, e de William B. Davis, o Homem-Fumante, o maior vilão da série. Ambos os atores faziam parte do elenco original de Arquivo X.

Apenas o primeiro episódio de Arquivo X foi exibido para a imprensa pela Fox. Pode até pode ser que nos cinco capítulos restantes da minissérie a trama ganhe força. Para quem não conhece a série e/ou está com saudades, vale mais fazer uma maratona na Netflix e conferir os episódios antigos (e clássicos) do que apostar nessa roupagem moderna do drama paranormal.


Programa: Arquivo X (minissérie). Estreia: 25/1

Quando: segundas, à meia-noite

Onde: Fox


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