Vade Retro
Fotos: Ramón Vasconcellos/TV Globo
O ator Tony Ramos em cena como o diabólico Abel Zebu na série Vade Retro, da Globo
FERNANDA LOPES
Publicado em 15/4/2017 - 6h58
Exemplo de bom-mocismo na vida real (e muitas vezes na ficção), Tony Ramos, 68 anos, interpretará um personagem que é o oposto de tudo o que representa em seu novo trabalho, Vade Retro. Na série que a Globo estreia na próxima quinta-feira (20), Ramos dá vida a um homem demoníaco, charmoso e sedutor. Abel Zebu, a personificação do diabo, será o maior vilão da carreira do ator.
"Sem dúvida é o maior e mais divertido vilão da minha careira. Mas em nenhum momento dei nada de mim ao personagem, a não ser suor e transpiração. Definitivamente não tenho aquela sobrancelha tão bem penteada (risos). Eu não faço pequenas maldadezinhas, não me identifico", afirma.
Como protagonista da atração de Fernanda Young e Alexandre Machado, ele tem a oportunidade de cometer grandes atrocidades. Ao longo de 12 episódios, o público verá o empresário Abel Zebu amarrar sua mulher e "acomodá-la" no porta-malas de um carro, esconder uma pedra preciosa dentro do corpo de sua advogada (interpretada por Monica Iozzi) e dar palestras politicamente incorretas, exaltando o medo e os pecados capitais.
"Comecei a decorar o texto pelas palestras. Elas me faziam bem, me davam o tom do espetáculo", diz Ramos.
Vilão na ficção, Tony Ramos afirma que acredita em Deus e que não teme o diabo
Sem medo do diabo
Os dois últimos personagens de Tony Ramos em novelas também não eram boas pessoas. Em A Regra do Jogo (2015), ele interpretou o vilão dissimulado e criminoso Zé Maria, e em O Rebu (2014) viveu Carlos, empresário corrupto e inescrupuloso que manda matar sua sócia.
Uma diferença fundamental de Abel Zebu em relação aos dois personagens é que, além de ser a essência de todo o mal, ele toca em delicados e polêmicos pontos sobre religião, como a existência de forças do mal e de Céu e Inferno.
Tony Ramos diz ser muito religioso, mas prefere manter discrição sobre sua fé para não parecer "catequisador", mas acha importante que a TV explore esses temas, para que não haja tabus na mídia brasileira.
"Não acredito no diabo, acredito em Deus. Não tenho gurus, ninguém tem a verdade absoluta. A fé habita cada um de nós, ou não, respeitemos a vida assim. Ateus também são bem-vindos, tem muito ateu que é melhor que carola de igreja. Não tenho medo de falar do diabo. Nós temos que falar sobre intolerância, liberdade de expressão. O importante é ter respeito e um belo texto", conclui.
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