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Warrior

Quase meio século depois, série de Bruce Lee estreia com muito kung fu

Divulgação/Cinemax

O ator Andrew Koji vive o protagonista de Warrior, série de artes marciais que estreia em canal da HBO - Divulgação/Cinemax

O ator Andrew Koji vive o protagonista de Warrior, série de artes marciais que estreia em canal da HBO

JOÃO DA PAZ

Publicado em 10/5/2019 - 6h09

Os fãs de Bruce Lee (1940-1973) ganharam uma série para matar a saudade do ícone das artes marciais. Antes de morrer, ele apresentou para estúdios de Hollywood a trama de Warrior, sobre um chinês imigrante nos Estados Unidos. Quase meio século depois, com uma mudança aqui e ali, o drama de época chega à TV com muito capricho.

Warrior estreia no Brasil nesta sexta (10) no canal Max Prime, às 23h. Nos Estados Unidos, cinco episódios da primeira temporada já foram exibidos, de um total de dez, no Cinemax. A atração foi renovada para uma segunda temporada.

Ambientada em 1878 na cidade de San Francisco, terra natal de Lee, a série narra a jornada de Ah Sahm (Andrew Koji), que troca a China pelo território americano em busca de sua irmã. Em um clima de muita hostilidade contra imigrantes, Sahm se envolve com gangues chinesas e conhece o submundo do crime local.

O protagonista é um exímio lutador de kung fu, habilidades que chamam a atenção de chefões de uma das principais sociedades secretas da cidade. O telespectador pode se preparar para cenas de lutas que deixariam Bruce Lee orgulhoso.

Warrior até tem suas tramas, que incluem romances e debates sobre identidade nacional, mas os destaques são mesmo as lutas. Cada episódio tem vários momentos de embates e alguns deles são filmados em plano-sequência (sem cortes) para mostrar que os atores em cena sabem lutar de verdade e dar golpes insanos, como chutes na cabeça, voadoras e socos letais.

As lutas foram coreografadas por Brett Chan, que fez a primeira temporada de Punho de Ferro (2017-2018), série na qual o herói protagonista também lutava kung fu. Mas o telespectador pode ficar tranquilo: os combates de Warrior são bem melhores do que as da série da Marvel, disponível na Netflix.

Warrior tem alguns outros pontos que merecem a menção, como a vinheta de abertura, que é fenomenal (vídeo acima). Outro aspecto curioso ocorre com os diálogos. Se os chineses estão próximos de pessoas brancas, o público os vê conversando no idioma nativo. Assim que os ocidentais saem de cena, os chineses começam a falar em inglês. Tudo isso com sotaques apurados.

Há ainda uma discussão que infelizmente reverbera nos dias de hoje, sobre a xenofobia. Os chineses sofrem um preconceito perverso, são rejeitados pela sociedade e recebem um salário miserável em subempregos (no contexto da série, um chinês ganha três vezes menos do que um irlandês, por exemplo). A série se passa quatro anos antes de uma lei americana proibir a imigração de chineses.

Escritos de Bruce Lee

A série é baseada em escritos de Bruce Lee, devidamente creditado pela criação. Ele fez uma sinopse de oito páginas para vender Warrior nos anos 1970. Lee tentou emplacar a série na Warner Bros. e na Paramount, mas não conseguiu. Em parte porque ele queria ser o protagonista, mas os estúdios achavam que seria melhor um ator com visual mais caucasiano como personagem principal.

Warrior acabou rejeitada. Coincidência ou não, pouco depois a Warner Bros. lançou a popular Kung Fu, que estreou em 1972 pela rede ABC e foi protagonizada por David Carradine (1936-2009). A série tem uma trama muito similar à da Warrior original. A viúva de Bruce Lee, Linda Lee Cadwell, disse que a Warner roubou o conceito da série. Os criadores da atração e a Warner provaram que não.

A Warrior do século 21 tem o espírito da produção dos anos 1970. A filha de Bruce Lee e Linda, Shannon, é uma das produtoras-executivas. Foi ela quem descobriu a sinopse e decidiu reviver o projeto. A criação ficou por conta de Jonathan Tropper (Banshee) e Justin Lin (diretor de filmes da franquia Velozes e Furiosos).

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