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Brau em Angola

Mister Brau se despede com crítica à corrupção e declaração de amor à África

Antonio Gamito/TV Globo

Brau (Lázaro Ramos) e Michele (Taís Araújo) em cena da série gravada em Luanda, capital de Angola - Antonio Gamito/TV Globo

Brau (Lázaro Ramos) e Michele (Taís Araújo) em cena da série gravada em Luanda, capital de Angola

FERNANDA LOPES, no Rio de Janeiro

Publicado em 15/4/2018 - 8h09

Na quarta e última temporada de Mister Brau, que estreia no próximo dia 24, os protagonistas terão que lidar com assuntos delicados, como a corrupção de seus vizinhos, o empoderamento feminino e o preconceito racial. Tudo sem perder o bom humor. No fim da série, Brau (Lázaro Ramos) e Michele (Taís Araújo) voltam às origens em viagem a Angola, em um episódio que os atores definem como uma declaração de amor à África.

"Gravar em Angola foi muito especial. Eles gostam da série, do Brasil como um todo. Receberam a equipe com muito carinho, chegávamos nos lugares e de repente tinha multidões. Trabalhamos para conseguir, no oitavo episódio, retribuir todo esse afeto que recebemos. É uma declaração de amor ao continente africano", diz Taís Araújo.

Nas cenas gravadas em Angola, os personagens exploram as características do país e falam sobre como a linguagem e a cultura africanas influenciaram na formação do Brasil.

"Um mergulho na sua origem te fortalece. Pegamos essa identidade [negra] fortalecida e imprimimos no trabalho. Nós procuramos mostrar o melhor de Angola, contar a história do país da melhor maneira possível. Porque isso é uma história que também é nossa e não teve o reconhecimento merecido. Trazer essa história [africana] de volta para nós [no Brasil] nos fortalece como nação", acredita Taís.

reprodução/tv globo

A elitista Andreia (Fernanda de Freitas) perderá tudo e terá que usar tornozeleira eletrônica

Diversidade em Mister Brau
Primeira série da Globo com dois protagonistas negros, Mister Brau aborda desde a estreia a questão do preconceito. Para Lázaro Ramos, o objetivo é usar o humor para tocar e fazer o público refletir sobre assuntos sérios da realidade brasileira.

"Todos os anos, a equipe pensa: 'Do que o Brasil está falando agora?'. Temos uma concepção de que estamos num momento de refazer contratos sociais, afetivos e identitários. Nós sentimos como uma vitória conseguir incluir mais pessoas nessa discussão, e com humor", diz o ator.

A corrupção é um dos assuntos da nova temporada, no ar até a Copa do Mundo. Andreia (Fernanda de Freitas), vizinha de Michele e Brau, será acusada de ocultação de patrimônio, evasão de divisas e corrupção ativa. Ela passa a usar tornozeleira eletrônica, perde todos os bens e vai, ao lado do marido Henrique (George Sauma), morar junto com o caseiro de Brau.

"Dá um problema, eles perdem tudo e agora sim o bicho pega", conta Sauma. "A questão da corrupção foi um assunto natural que veio no roteiro. Andreia e Henrique ficam nessa guerra de classes", complementa Lázaro.

Outro tema que saiu das redes sociais para a trama foi a ascensão do movimento feminista. Michele investe em sua carreira e se torna uma estrela do pop, com direito a turnê internacional. Taís Araújo fez aulas diárias de dança e canto para interpretar a personagem multitalentosa. "Dou truque em tudo", brinca ela.

Segundo Ramos, a figura de Michele mostrará como a mulher está lutando cada vez mais por seus direitos e seu espaço. Na equipe de roteiristas, há quatro mulheres e cinco homens, três deles negros. Para o ator, essa diversidade é essencial para uma série que caminha com leveza por assuntos tão densos.

"Nós também temos essa diversidade na direção, são quatro diretoras. Mister Brau é uma experiência que comprova a tese de que diversidade é potência. Não é apenas um trabalho de equiparação social. É reconhecer talentos e dar oportunidade para várias vozes serem escutadas no processo de criação", conclui.

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