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WHEN WE RISE

Minissérie de diretor premiado em Cannes conta a história da luta por direitos gays

Fotos: Divulgação/ABC

Emily Skeggs e Austin P. McKenzie em When We Rise, que estreia nesta quarta (12) no Sony - Fotos: Divulgação/ABC

Emily Skeggs e Austin P. McKenzie em When We Rise, que estreia nesta quarta (12) no Sony

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 12/7/2017 - 5h57

Criada por Dustin Lance Black (ganhador do Oscar de melhor roteiro por Milk: A Voz da Igualdade) e dirigida por Gus Van Sant (vencedor da Palma de Ouro em Cannes por Elefante), a minissérie When We Rise chega nesta quarta-feira (12) à TV brasileira.

Com um elenco inspirado, que mistura atores premiados e novatos promissores, os oito episódios da produção contam a história da luta por direitos gays nos Estados Unidos sem maniqueísmo, apresentando defeitos e qualidades tanto nos ativistas quando nos contrários. A trama retrata mais de quatro décadas, de 1972 a 2013, mas não apela para o didatismo ao representar cada etapa dos movimentos sociais.

Exibida entre fevereiro e março nos Estados Unidos, a minissérie estreia por aqui com uma minimaratona: o Canal Sony vai mostrar três episódios a partir das 20h. A exibição no Brasil, embora tardia, tem bom timing, já que acontece na noite anterior ao anúncio dos indicados ao Emmy. Elogiada pela crítica, a produção deve entrar na disputa com concorrentes de peso, como Feud, Big Little Lies, The Night Of e as terceiras temporadas de American Crime e Fargo.

A trama de When We Rise foca em três personagens, inspirados em pessoas reais: o sonhador Cleve Jones (Austin P. McKenzie/Guy Pearce), que se muda do Arizona para San Francisco em busca de representatividade na cidade, um reduto gay; a ativista lésbica Roma Guy (Emily Skeggs/Mary-Louise Parker); e o marinheiro negro Ken Jones (Jonathan Majors/Michael Kenneth Williams), que luta contra o racismo e a homofobia nas Forças Armadas.

A minissérie não hesita em representar, de forma brutal, como os gays eram tratados no passado: cenas de arquivo da década de 1970 mostram policiais agredindo mulheres durante uma passeata LGBT e políticos dizendo que os homossexuais vão para o inferno. Em imagens mais recentes, há até uma declaração do então presidente George W. Bush aprovando uma proposta de lei que afirmava que o termo "casamento" só se aplicaria à união entre um homem e uma mulher.

Os três protagonistas enfrentam a realidade violenta abertamente: Cleve é confrontado pelo pai, que deseja curá-lo de sua homossexualidade por meio de terapia de choque, e também sofre ao chegar a San Francisco e perceber que seu "paraíso dos direitos gays" se transformou em uma cidade destruída pelas drogas.

Rachel Griffiths, Mary-Louise Parker, Guy Pearce e Michael Williams: quatro décadas de luta

Já Roma Guy precisa superar a desconfiança das próprias lésbicas, que não querem se aliar aos gays (a quem resumem como drags e garotos de programa). E Ken precisa ocultar sua orientação sexual dos colegas militares ao mesmo tempo em que, extremamente religioso, tenta se aceitar.

Além de temas como cura gay e o "don't ask, don't tell" (política militar norte-americana em que gays seriam aceitos nas Forças Armadas desde que não declarassem sua orientação abertamente), os oito episódios também lidam com a evolução da Aids a partir da década de 1980, a transexualidade e a luta para que casais homoafetivos pudessem oficializar seu casamento.

When We Rise acerta por não fazer propaganda social sobre a homossexualidade nem transformar seus protagonistas em heróis de forma gratuita. Mostra personagens reais, que apresentam falhas de caráter, mas também têm disposição e força para seguir na luta mesmo quando tudo parece dar errado.

Atrás das câmeras, Dustin Lance Black e Gus Van Sant (duas vezes indicado ao Oscar) lideram um elenco que inclui vencedores do Oscar, do Emmy e do Globo de Ouro, como Whoopi Goldberg e Rachel Griffiths.

Nomes conhecidos dos fãs de séries, como Carrie Preston (de True Blood), David Hyde Pierce (de Frasier), T.R. Knight (de Grey's Anatomy) e Kevin McHale (de Glee) aparecem em papéis menores, mas com interpretações brilhantes.

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