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ENTREVISTA

Lupi e Baduki: Animação brasileira derruba polarização e ensina a força da união

DIVULGAÇÃO/MAX

Loba-guará come pipoca e preguiça olha telescópio em frame da animação Lupi e Baduki

A loba-guará Lupi e o preguiça Baduki são os astros da nova animação da Max e do Discovery Kids

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 17/6/2024 - 14h00
Atualizado em 17/6/2024 - 14h06

Em um momento em que o Brasil está tão polarizado na política e até nos direitos humanos, a animação nacional Lupi e Baduki chega para ensinar aos pequenos a força da união com o diferente. Curiosamente, o criador Reynaldo Marchesini começou a desenvolver a ideia há uma década, quando o mundo ainda não estava tão dividido.

"Em 2014, eu estava pensando muito nos meus filhos, que já nem eram mais tão pequenos, e em como eles eram diferentes. A Isadora sempre extrovertida, falante, amiga de todo mundo, e o Bruno mais tímido, introvertido, chegava na escola e ficava mexendo nos brinquedos. Os dois eram opostos, mas estavam sempre juntos, abraçados, tinha uma troca de afeto ali", conta Marchesini em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

"Na época, ainda não era tão acirrado, mas a gente já vivia em um país e em um mundo polarizado, com pouca empatia por uma opinião diferente da sua, com tolerância baixa. Eu meio que juntei essas coisas. Encontrei uma maneira de falar de alteridade, da questão das diferenças... Tudo a partir dessa admiração na relação de dois diferentes, mas que convivem tão bem."

Então, de certa maneira, eu criei em 2014 um projeto sobre alteridade, diversidade, e esse tema só foi crescendo em relevância, em importância. Tem essa coisa da temática certa no momento certo. Eu acho que é um assunto superimportante, já achava antes e acho cada vez mais.

A animação é uma tradução dos filhos de Reynaldo: a loba-guará Lupi é destemida e social, enquanto o preguiça Baduki é introspectivo e inteligente. Os dois vivem na Vila Figueira com as irmãs felinas Ceci e Tati, o jabuti Jabu, o ouriço Carlos e a jaguatirica Ana Maria. Cada um tem características únicas, mas todos têm em comum a sede por aventuras.

O trabalho de uma década para tirar Lupi e Baduki da gaveta não é pouco usual para quem trabalha com animação no Brasil. Marchesini ressalta que trabalhar com o gênero exige paixão --ou até devoção-- à arte. "É quase um ato de devoção, você precisa estar conectado com aquilo, acreditar mesmo, ter um propósito muito claro. Porque você vai enfrentar tempestade, deserto, noite sem cobertor...", compara o produtor.

O próprio Reynaldo, aliás, só começou a desenvolver animações próprias depois de ter um choque de realidade --antes, ele trabalhava como distribuidor e agente de licenciamento de desenhos estrangeiros. "A Isadora, ainda pequena, começou a assistir a algumas animações e eu, como pai, falei: 'Putz, não quero que ela veja esses desenhos que ela está vendo'. E eu que os tinha trazido para o Brasil!", lembra.

"Bateu uma crise de identidade, de paternidade, e eu decidi montar a Flamma, cujo nome vem do latim 'chama', no sentido de iluminar, de paixão, de propósito. A ideia foi: 'Já que eu amo animação, vou fazer de um jeito que me dê orgulho, que os pais possam ver junto com seus filhos'. E é isso que a gente busca nos projetos da Flamma", valoriza Marchesini.

A primeira temporada de Lupi e Baduki já está disponível na Max. O Discovery Kids exibe os episódios de segunda a sexta, às 8h30. Confira o trailer:


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