CARNIVAL ROW
Jan Thijs/Amazon Studio
O ator Orlando Bloom vive Rycroft Philostrate, personagem principal da fantasia Carnival Row
Conhecido por seus papéis em franquias de ação como O Senhor dos Anéis e Piratas do Caribe, Orlando Bloom faz sua estreia nas séries de TV como protagonista de Carnival Row, superprodução do Amazon Prime Video. O inglês, que se autodefine como um sujeito falante demais, admite que sofreu ao interpretar o detetive Rycroft Philostrate, que prefere ficar calado para não revelar um segredo do passado.
"Eu sou um cara que fica com as emoções à flor da pele, sou conhecido por às vezes falar demais (risos). Então foi interessante fazer um personagem mais fechado, cheio de mistérios, que tem muita empatia pelo mundo à sua volta, mas não revela o que está acontecendo logo de cara", conta Bloom em entrevista ao Notícias da TV.
Para o ator de 42 anos, um dos grandes desafios era justamente encontrar o valor da fala. "O Philo não desperdiça nenhuma palavra. Foi muito especial explorar um pouco desse lado mais sombrio. É um personagem que tem uma masculinidade forte por ser calado, mas ao mesmo tempo a qualidade da empatia, mais feminina."
Apesar de só agora estar mergulhando no universo televisivo, Bloom revela que não tem preconceito com essa estrutura narrativa. "Antes falavam que a TV era a irmã mais nova do cinema e, por isso, recebia menos investimentos. Mas não teve nenhum momento na gravação em que achei que estava em algo menor. Tudo parecia tão caro, tão elaborado, como uma superprodução de Hollywood."
De fato, a grandiosidade da série impressiona: os cenários são ricos em detalhes, a maquiagem dos personagens mitológicos chama a atenção e os efeitos especiais não deixam nada a dever aos longas que Bloom estrelou no passado.
"O maior diferencial é poder explorar o mesmo papel durante oito horas, ir mais fundo, poder desenvolver sem pressa. Para mim, enquanto ator, é muito divertido mergulhar na alma de um personagem", valoriza ele, que terá ainda mais horas para explorar os mistérios de Philo --a série foi renovada para a segunda temporada.
Apesar de ser uma obra de ficção, situada em um universo povoado por criaturas místicas, Carnival Row traça um paralelo com o mundo atual. Na série, os humanos destilam preconceito contra as fadas e faunos, isolando-os em becos ou colocando-os em posição de serviçais e em trabalhos que ninguém desejam.
Bloom compara a situação dos personagens com refugiados recusados na fronteira por potências europeias ou imigrantes barrados pelo presidente norte-americano Donald Trump --na própria série, uma espécie de muro é erguida para separar os humanos dos seres mágicos de uma vez por todas.
"Eu senti que, embora seja uma série de fantasia e de época, Carnival Row é muito atual. Os roteiros dialogam com problemas relevantes que estão acontecendo no mundo. E, como tudo se passa nesse universo mágico, nós podemos observar a situação do lado de fora. Com sorte, algumas pessoas vão entender a ligação e criar mais empatia com as situações trágicas e desesperadoras que vemos", aposta.
Para o criador da série, Travis Beacham, um dos papéis do programa é levantar discussões sobre esses problemas. "A arte tem o poder de fazer as pessoas olharem para um conflito e refletir. Eu não sei se ela precisa fazer mais do que isso, levantar um debate me parece o bastante. Hoje, a sociedade não fala mais sobre nada, discutir política é grosseiro. E, por causa disso, nos fechamos em bolhas. Se conseguirmos dar um pontapé na conversa, já cumprimos a missão", diz o executivo.
A primeira temporada de Carnival Row está disponível no Prime Video, serviço de streaming da Amazon. Além de Orlando Bloom, o elenco conta com a top model Cara Delevingne, Simon McBurney, Tamzin Merchant, David Gyasi, Andrew Gower, Karla Crome, Arty Froshman e Caroline Ford. Indira Varma (Game of Thrones), Jared Harris (Chernobyl) e Alice Krige (Star Trek) são atores convidados.
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