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FELIZ COINCIDÊNCIA

Eleição presidencial no México tornou Mulheres de Azul ainda mais relevante

Divulgação/Apple TV+

Natalia Téllez, Amorita Rasgado, Ximena Sariñana e Bárbara Mori se encaram em cena da série Mulheres de Azul

Natalia Téllez, Amorita Rasgado, Ximena Sariñana e Bárbara Mori são as Mulheres de Azul do Apple TV+

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 31/7/2024 - 11h35

Série mexicana que chega nesta quarta-feira (31) ao catálogo do Apple TV+, Mulheres de Azul estreia embalada por uma feliz coincidência: baseada na história real das primeiras mulheres a se tornarem policiais no México, a atração é lançada no momento em que o país se prepara para empossar sua primeira mulher presidente, Claudia Sheinbaum.

Situada nos anos 1970, a produção relata um momento em que a Cidade do México foi tomada pelo terror porque um serial killer estava atacando mulheres à noite. Para reverter a rejeição popular, o governo decidiu lançar a primeira força policial feminina do país.

Mulheres de Azul foca em quatro dessas pioneiras: Maria (Bárbara Mori) é uma dona de casa que perde o chão quando descobre uma traição do marido; Valentina (Natalia Téllez), sua irmã mais nova, é uma rebelde contrária à polícia e que decide implodi-la por dentro.

Angeles (Ximena Sariñana) é uma jovem no espectro autista que leva tudo ao pé da letra e tem excelente memória; e Gabina (Amorita Rasgado) é filha do capitão de polícia, vem de uma família de agentes, mas precisa enfrentar o machismo do pai para seguir a vocação que está no seu sangue.

A empolgação inicial do quarteto com a nova profissão cai por terra quando elas descobrem que a força feminina é apenas uma fachada, uma jogada de marketing para ganhar os jornais e as revistas. Elas são escaladas para patrulhar um parque --e só ganham apitos como "armas", sendo instruídas a fazer barulho caso se deparem com algo para atrair os policiais "de verdade".

Revoltadas, elas iniciam a própria investigação sobre o serial killer. E, com uma intuição e a compaixão que nenhum policial homem teria, acabam avançando no caso mais do que seus colegas, transformando a ação publicitária em algo concreto e abrindo portas para que mais mulheres ocupem espaços que antes pareciam imagináveis --como a presidência do país.

"É incrível que a série seja lançada agora, não só quando o México se prepara para sua primeira presidente mulher, mas com uma eleição que tinha duas candidatas [a rival de Claudia era Xochitl Gálvez]", valoriza o showrunner e criador de Mulheres de Azul, Fernando Rovzar, ao Notícias da TV. "Minha filha pôde votar pela primeira vez neste ano, e as duas opções dela eram mulheres. Isso nunca tinha acontecido no México, nem em tantos outros países."

"Acho que dá para traçar um paralelo entre a presidente Claudia Sheinbaum e as primeiras policiais, as primeiras mulheres a votar, em 1954, e exemplos como a sóror Juana Inés de la Cruz [poetisa e freira, 1648-1695] e Frida Kahlo [pintora, 1907-1954], que foram feministas importantes. Mulheres de Azul acompanha essas mulheres incríveis, pioneiras na luta e que conseguiram progredir nos direitos de todas as mulheres", diz Rovzar.

Natalia Téllez, que leva a rebeldia de Valentina para a própria vida, celebra os avanços, mas considera que ainda há muito para melhorar. "Devíamos ter uma presidente desde as primeiras eleições, mas as mulheres não podiam sequer ocupar cargos públicos, é algo muito triste", aponta a atriz.

Ela, porém, vê a coincidência na estreia da série como algo positivo. "Quando gravamos, eu jamais imaginei que teríamos uma mulher no comando. Mas a luta de uma mulher é a luta de todas, e símbolos assim são importantes. Sejam com as Mulheres de Azul ocupando um espaço laboral novo, ou com uma mulher assumindo o poder de sua comunidade", filosofa.

"A coincidência é incrível, ver essa história tão importante, tão necessária, sendo lançada em um momento histórico para o México e para todo o mundo... Que bom que as portas estão se abrindo para mulheres em todos os âmbitos", completa Amorita Rasgado. "E a série traz uma mensagem valiosa de que as mulheres, quando se unem, superam o medo, as recusas, e se tornam mais fortes, mais corajosas, como uma comunidade mesmo."

O fato de contar uma história real mexicana empolga Ximena Sariñana. "A luta das mulheres é algo que encaramos diariamente, ainda mais na América Latina, onde a sociedade é tão machista. Acho inspirador que Mulheres de Azul seja lançada agora, em um momento em que outras oportunidades estão surgindo, as portas estão se abrindo para nós. Ainda há muito a ser feito, mas queremos contar cada vez mais histórias assim."

"Existe um lema nas marchas feministas do México que diz que nós somos as bisnetas das bruxas que os homens não conseguiram queimar. Acho que Mulheres de Azul é sobre isso, sobre essas mulheres pioneiras que, apesar de toda a opressão, seguiram em frente e abriram caminho para aquelas que vieram depois", finaliza Natalia.

Os dois primeiros episódios da série entram no catálogo do Apple TV+ nesta quarta (31), e um novo capítulo é adicionado toda semana. Confira o trailer:


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