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LÚCIDO ATÉ O FIM

Drauzio Varella relata últimos momentos de Jô Soares no hospital: 'Cena final'

REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY

O médico Drauzio Varella com expressão triste em depoimento à série documental Um Beijo do Gordo

Drauzio Varella em depoimento à série documental Um Beijo do Gordo, sobre Jô Soares (1938-2022)

FERNANDA LOPES

fernanda@noticiasdatv.com

Publicado em 30/7/2024 - 10h00

Drauzio Varella se aproximou de Jô Soares (1938-2022) na década de 1980, ao tratar de um câncer de pele que o apresentador teve. Os dois se tornaram amigos, e o profissional de saúde ficou ao lado do artista até os últimos momentos dele, num leito de hospital. O médico contou que o humorista se manteve lúcido e quis "dirigir a cena final".

O depoimento sobre os últimos dias de vida do consagrado apresentador brasileiro foi dado pelo médico à série documental Um Beijo do Gordo, do Globoplay, que retrata a trajetória de vida de Jô Soares.

No quarto episódio, Drauzio Varella relatou sua perspectiva sobre o fim da vida do artista. Ele acompanhou Jô Soares no hospital, ao lado de mais três pessoas: Carlos Jardim, médico que cuidava do caso de Soares; Flávia Pedras, ex-mulher do apresentador; e Zélia Duncan, cantora e atual mulher de Flávia.

"Eu gostaria muito de terminar os meus dias como ele terminou os dele. Ele chamou a gente, as pessoas mais íntimas, e disse: 'Eu vivi 84 anos. Vivi muito bem, fiz muitas coisas. Eu não quero viver a qualquer preço. O que eu queria mesmo agora era ir pra minha casa e morrer vendo os filmes antigos que eu gosto'", contou Varella.

Olha que eu tenho experiência com doentes em fase terminal, fiz isso a vida inteira. Mas é difícil você ver alguém com essa tranquilidade. Com essa sabedoria de chegar num momento como esse e dizer: 'Deu, né? Não posso me queixar, fiz tudo que eu queria'.

Varella ainda falou que Jô Soares estava muito fraco em seus últimos dias, e por isso não pôde voltar para casa. O apresentador ficou num quarto confortável do hospital, com luz baixa e com uma TV que transmitia filmes antigos. "Ele disse: 'Não quero fazer hemodiálise, não quero ir para UTI (Unidade de Terapia Intensiva), não quero ser intubado. Tá bom assim'", relatou.

O médico se impressionou, pois percebeu que Jô Soares estava tentando dirigir o desfecho de sua vida. "Falei: 'Pô, Jô, você quer dirigir até a cena final?'. Ele riu na hora e falou: 'Exatamente. Eu quero dirigir a cena final'".

Jô Soares morreu na madrugada de 5 de agosto de 2022, em decorrência de de insuficiência renal e cardíaca, estenose aórtica e fibrilação atrial.


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