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ESTREIA DA NETFLIX

Com foco nos personagens, Mansão Bly diminui sustos para contar história de amor

Divulgação/Netflix

Amelie Bea Smith se esconde em cena de A Maldição da Mansão Bly, da Netflix

Amelie Bea Smith é um dos destaques de A Maldição da Mansão Bly; série estreia na Netflix nesta sexta (9)

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 9/10/2020 - 6h50

Em 2018, A Maldição da Residência Hill estreou na Netflix e logo virou um sucesso. A série criada por Mike Flanagan se destacou entre as produções de horror e foi elogiada por crítica e público, o que convenceu a plataforma a criar uma antologia. Assim nasceu A Maldição da Mansão Bly, que conta com o retorno de atores do elenco original interpretando novos personagens. Desta vez, porém, os susto diminuem e entregam o foco para uma história de amor.

Em Mansão Bly, Flanagan tomou a liberdade de adaptar não apenas uma, mas três histórias da obra de Henry James (1843-1916), um dos mais influentes escritores americanos, mestre do realismo e do terror. São elas: A Volta do Parafuso (1898), A Bela Esquina (1908) e O Romance de Certas Roupas Velhas (1868).

Na trama, a professora Dani Clayton (Victoria Pedretti) deixa os Estados Unidos e vai para Londres tentar recomeçar sua vida. Na capital inglesa, ela encontra o anúncio de um emprego para ser uma espécie de babá/professora de duas crianças residentes em uma mansão no pequeno condado de Bly, no interior do país.

Ao aceitar o trabalho, ela se muda para a enorme residência. Lá, ela conhece os pequenos Miles (Benjamin Ainsworth) e Flora (Amelie Bea Smith). Crianças adoráveis, mas que passaram por um trauma recente com a morte dos pais. Os outros empregados da casa são o cozinheiro Owen (Rahul Kohli), a jardineira Jamie (Amelia Eve) e a governanta Hannah (T'nia Miller).

Diferentemente de Residência Hill, que tinha como foco traumas de infância de uma família assombrada por uma tragédia (e fantasmas), Mansão Bly explora ainda mais o passado de seus personagens. Mesmo que a tensão e alguns sustos ainda estejam presentes, a nova temporada disseca a história de cada um deles, entregando mais substância para o roteiro e dando camadas aos protagonistas.

Essa exploração permite que o público entenda melhor os medos e as inseguranças de cada um deles --o que, como em toda história bem contada, ajuda a criar ligação e empatia. O espectador mais desinformado pode procurar Mansão Bly para assistir a uma série nova de horror, mas é mérito do trabalho do elenco fazer com que continuem acompanhando para compreender o romance que existe de plano de fundo.

O texto de Flanagan tem a delicadeza de apresentar esse novo mundo à audiência sem atropelar com muitas informações. Por mais que algumas episódios pareçam confusos demais, nada fica desalinhado no final.

Se o trabalho de todo o elenco merece elogios, o grande destaque fica por conta das crianças. Apesar da pouca idade, Miles e Flora são capazes de conquistar e assustar quem está assistindo com apenas algumas frases e expressões macabras. Vê-los perambular à noite pela mansão chega a arrepiar tanto quanto as assombrações.

Entre os adultos, T'Nia Miller e sua interpretação da governanta Hanna são capazes de roubar as cenas em cada monólogo apresentado. Muitas vezes a personagem é vista à distância, como se estivesse perdida em um sonho, apenas para voltar e mostrar que, sem sua presença, Mansão Bly não seria a mesma. 

A Maldição da Mansão Bly é sobre amores, medos, mortes e sonhos. Por mais que para alguns seja difícil não compará-la a sua antecessora, o novo capítulo da antologia tenta se diferenciar ao se permitir explorar o romance gótico das obras de James sem a necessidade de fazer o público pular da cadeira a cada cinco minutos. Para alguns, isso pode ser ainda melhor.

Confira abaixo o trailer legendado:


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