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Cidade de Deus: A Luta Não Para dá lição sobre força política em ano eleitoral

DIVULGAÇÃO/MAX

Roberta Rodrigues, Edson Oliveira e Alexandre Rodrigues em Cidade de Deus: A Luta Não Para

Roberta Rodrigues, Edson Oliveira e Alexandre Rodrigues em Cidade de Deus: A Luta Não Para

Além de humanizar a comunidade e dar continuidade à história vista e aclamada em Cidade de Deus (2002), a série homônima da Max também traz a política para o centro da discussão. Em ano eleitoral, a obra brasileira dá luz ao tema e tenta levar o universo construído a partir do livro de Paulo Lins para além da violência e do tráfico.

Um exemplo claro ao longo dos episódios é Barbantinho (Edson Oliveira). O melhor amigo de Buscapé (Alexandre Rodrigues) no filme entra para a política e se torna um dos líderes comunitários mais queridos da Cidade de Deus.

Já Berenice (Roberta Rodrigues), namorada de Cabeleira (Jonathan Haagensen) que deixou a Cidade de Deus ainda no início do filme, tem uma trajetória semelhante à de Marielle Franco (1979-2018), e vai mergulhar de cabeça na luta social.

A roteirista Renata Di Carmo, a única mulher na sala de roteiro da série, explica que tudo na obra audiovisual está intrinsicamente ligado à política. "É uma obra de entretenimento que agrega em sua narrativa questões muito relevantes. Uma delas, claro, é trazer a política para essa discussão, uma política feita pelas pessoas", declara ela em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

"As personagens entendem que estão atreladas a ela e não há como se ausentar. A política está em tudo. As mudanças não são pensadas de cima para baixo, mas surgem das organizações populares, das pressões do cidadão", acrescenta.

"Durante todo o processo histórico conhecemos essas dinâmicas, de lutas travadas para a formalização de direitos, de processos igualitários, de melhorias nas comunidades. Acho que temos isso representado na série através de Berenice, por exemplo, de Barbantinho", pontua a escritora.

"Através da atuação comunitária na luta e dedicação de Cinthia [Sabrina Rosa] para tocar seus projetos no lugar onde mora. Temos a imprensa, representada por Buscapé e Lígia [Eli Ferreira]. Temos as articulação do tráfico e da milícia com a política e os desdobramentos e embates que a comunidade precisa travar para sobreviver, e viver. A série segue os moradores enquanto eles enfrentam o tráfico de drogas, a corrupção e a milícia", explica.

A equipe de roteiro, também composta por Sérgio Machado, Armando Praça, Estevão Ribeiro e Rodrigo Felha, fez escolhas importantes em concordância com a direção e produtora, para não somente expandir o universo do filme, mas também dar o tom da força política tão presente na narrativa.

"Expandimos a história do filme imaginando o que teria acontecido com as personagens com o passar do tempo, fizemos propostas para personagens que eram muito pequenas no filme dando importância a elas, trouxemos as mulheres para o centro da trama, propusemos outras personagens, além de revelar na série uma favela agente de si mesma, criativa, de gente trabalhadora, empreendedora, que move as estruturas do sistema", conta a roteirista.

"Foi uma escolha, e um desejo forte, trazer a favela como uma potência, fortalecer as personagens femininas e apostar como temática no embate entre o tráfico e a milícia. São escolhas que fizemos que definiram a narrativa da série. Dão o tom", complementa.

"O protagonista continua sendo o Buscapé, mas as mulheres chegam com força e são agentes de suas histórias, fazem política. Temos a política cotidiana e a institucional retratadas na série. Temos a articulação dessas personagens, de idades e sonhos distintos, contribuindo para mudar o rumo das coisas", finaliza.

Cidade de Deus: A Luta Não Para vai ao ar aos domingos, na Max e na HBO, às 21h. A temporada será composta de seis episódios, e o primeiro já está disponível.


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