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REBEL

Atriz grava quase 12 horas por dia série que denuncia racismo na polícia

Imagens: Divulgação/BET

A atriz Danielle Moné Truitt em cena da série Rebel, exibida nesta terça-feira em evento no Rio - Imagens: Divulgação/BET

A atriz Danielle Moné Truitt em cena da série Rebel, exibida nesta terça-feira em evento no Rio

LUCIANO GUARALDO, enviado ao Rio de Janeiro

Publicado em 8/3/2017 - 5h00

A série Rebel estreia nos Estados Unidos no próximo dia 28 e não tem previsão de chegar ao Brasil, mas foi exibida pela primeira vez nesta terça-feira (7) para convidados da Rio Content Market, um dos maiores eventos de negócios do audiovisual do mundo.

Criada e dirigida por John Singleton, do filme Os Donos da Rua (Boys'n The Hood, de 1991), a série conta a história de Rebecca "Rebel" Knight (Danielle Moné Truitt), uma policial negra que vê o irmão Malik (Mikelen Walker) ser morto por quatro policiais brancos enquanto faz uma ronda noturna. Frustrada com o distintivo, ela decide se tornar uma detetive particular e fazer justiça com as próprias mãos, sem respeitar as regras da lei.

Estreante no elenco fixo de uma série de TV, Danielle está no Brasil para divulgar Rebel na RCM e contou ao Notícias da TV que o trabalho não foi fácil _como ela está em todas as cenas do primeiro episódio, que tem duas horas de duração, ela teve um ritmo puxado.

"A série exigiu muito de mim, física e emocionalmente. Para o piloto, nós gravávamos 80 horas por semana. Eu venho do teatro, que também tem um ritmo intenso, por isso não fiquei completamente esgotada o tempo todo. Mas fazer isso por 17 dias, com só um dia de folga no meio, foi bem pesado".

Não bastasse o ritmo corrido, Danielle precisou lidar com cenas intensas e de fortes emoções. "O assunto tratado em Rebel é difícil, tive muitas cenas com uma carga emocional muito forte. Foi bem desgastante, eu precisava descansar bem e comer direito para poder fazer meu trabalho", admite.

Angela Ko com Danielle em cena de Rebel: minorias se unem para combater abuso policial

Para sua estreia na TV, a atriz encara uma personagem complexa: Rebel é uma ex-soldado com estresse pós-traumático por causa de sua passagem pelos conflitos no Oriente Médio. Perdeu a mãe em um acidente de trânsito e vê o pai (Mykelti Williamson, o Bubba de Forrest Gump) afogar a mágoa na bebida. Para piorar, tem recaídas com o ex-marido, TJ (o rapper Method Man), que já se casou novamente.

A situação se complica ainda mais na noite que Malik é morto. Ela está em uma ronda com o parceiro branco, Mack (Brandon Quinn), quando é chamada para investigar um suspeito armado. Ao chegar no local, descobre que o suspeito é o próprio irmão. Apesar de jogar sua arma longe a pedido dos policiais, Malik é mirado por Mack, que dispara. 

Em defesa da família, Rebel atira na perna do parceiro, que cai no chão. Quatro policiais brancos chegam para dar reforço e veem um suspeito negro e um policial atingido. Sem pestanejar, alvejam Malik, para desespero da irmã. O crime acaba dividindo a delegacia entre os oficiais brancos, que hostilizam Rebel, e os negros, com a proteção do chefe Charles (Giancarlo Esposito, o Gus Fring de Breaking Bad).

Investigada pela corregedoria por ter atirado em Mack e proibida de fazer seu trabalho, Rebel começa a agir como detetive particular. No episódio exibido no RCM, ela ajuda uma amiga rica (Bree Williamson) a descobrir se o marido deseja matá-la. Ao mesmo tempo, investiga porque o irmão estava armado no momento que foi abordado por ela e Mack.

Para Danielle, a série estreia em um momento importante: os Estados Unidos têm debatido o abuso da força policial contra negros no movimento Black Lives Matter (vidas negras importam, em tradução livre).

"É muito relevante para o que estamos lidando no mundo todo agora, é algo que as comunidades negras precisam ver. Vai ser uma catarse para o público", diz a atriz. "Acho que os negros vão sentir que a TV finalmente está dando uma voz para eles. É um assunto e uma história que precisam ser contados, espero que a série toque e cure muitas pessoas."

Danielle se arma para combater uma gangue de chechenos no primeiro episódio de Rebel

Gênio na direção
Com uma personagem complexa, um ritmo intenso e um assunto pesado, Danielle precisou de muito apoio de Singleton, especialista em tratar de temáticas negras. "Ele é um gênio, de verdade. Foi muito acolhedor comigo, permitiu que eu usasse meus instintos e me encorajava a fazer o que era natural para mim, algumas nuances, sem ficar pensando demais", elogia.

A parceria entre o diretor e Danielle durou apenas o episódio piloto, mas deixou uma marca na intérprete de Rebel. "Ele é como meu irmão mais velho, eu o amo e sou muito grata a ele pela oportunidade. Só posso torcer para que ele fique orgulhoso do meu trabalho", diz.


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