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Análise | Fim de ano

Telefilme abre espaço a veteranas e alivia dramaturgia da Record

Reprodução/Contém Conteúdo

Ittala Nandi em cena de Manual Prático da Melhor Idade, telefilme exibido pela Record  - Reprodução/Contém Conteúdo

Ittala Nandi em cena de Manual Prático da Melhor Idade, telefilme exibido pela Record

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 28/12/2014 - 7h26

Os especiais de fim de ano exibidos nos finais das noites de sexta-feira pela Record mostram um olhar mais aberto da emissora para a diversidade de produtos na sua grade de dramaturgia, que ocupa um espaço bem menor do que o jornalismo sensacionalista. Prática comum na TV paga, a aposta em parcerias com produtoras independentes desonera custos de produção e, no caso da Record, foge do filão religioso a que a emissora tem se dedicado nos últimos tempos. Sem dúvida, é um respiro necessário que fez bem ao canal. 

Todas as produções servem, ainda, como um teste para que a emissora defina a programação do próximo ano _ainda que a Record seja notoriamente reconhecida pela instabilidade de sua grade_ e quem sabe passe a investir mais em dramaturgia.

De todos os especiais, Manual Prático da Melhor Idade larga em vantagem. Leve, despojado, com um texto bem humorado, o telefilme projetou um elenco de veteranas que dificilmente ocuparia papéis protagonistas na televisão.

Stella Freitas (Carlota) estava um pouco comedida em um terreno que domina bem, o do humor, mas assim pedia a personagem. Íris Bruzzi (Conceição), entretanto, sobressaiu-se entre as demais, e foi bom conhecer o trabalho de Claudete Pereira Jorge (Minerva), sem dúvida a grande surpresa do elenco. Guilherme Winter (Rafael) mostrou-se a melhor aquisição da Record em termos de galã, tanto é que será o protagonista da primeira novela bíblica da emissora, Os Dez Mandamentos.

O telefilme soma pontos, ainda, por não ter se limitado a cenários frios. Imagens captadas em Curitiba e em Foz do Iguaçu trouxeram um colorido a mais para a produção e fugiram do óbvio das externas do eixo Rio-SP.

Ainda em relação aos cenários, Onde Está Você?, outro especial da Record, também trouxe uma sisudez menor do que a cenografia habitual dos produtos de teledramaturgia da casa. O telefilme apresentou uma estética mais cinematográfica, seguindo a linha do produto anterior, com um roteiro interessante, que se abriu aos poucos.

A fragmentação não linear da narrativa podia ter aberto mão de um recurso batido, o da coloração sépia para pontuar os momentos que já haviam se passado. Não é nada, contudo, que tenha comprometido o resultado final. O único porém, em relação a Onde Está Você? é que, por ter apresentado a solução do ponto central da história, o paradeiro de Marcelly (Laís Said), filha da protagonista Marluce (Angelina Muniz), uma continuidade em forma de série fica inviável.

Pouco empolgante, o último telefilme do ano, Amor Custa Caro, lembrou um pouco o universo adolescente de Malhação, a novelinha da Globo. O especial perdeu  pontos ao entregar logo de cara a tragédia que se abateria sobre a vida dos protagonistas apaixonados, Raquel (Luiza Curvo) e Vinícius (Pedro Cassiano).

Com personagens planos, o especial começou a ficar um pouco menos monótono quando entrou em cena a versão da terceira ponta do triângulo amoroso, Claudinei (Guilherme Duarte), o namorado que Rachel traiu com Vinícius.  É preciso, porém, reconhecer um ponto: não foi surpresa nenhuma constatar que foi ele quem encomendou a morte de Vinícius.

Apesar de irregulares entre si, produções como essas oxigenam a grade da Record e são uma evolução para os padrões da emissora. É torcer para que se mantenham constante.


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