Regina Casé confessa preconceito com Globoplay: 'Podia ter dado errado'

Não foi apenas o telespectador que ficou cabreiro com a escolha da Globo de tirar Todas as Flores do horário nobre para exibir Travessia e despachar a trama para o Globoplay. Regina Casé teve a mesma impressão. Escalada para viver a vilã Zoé desde que a novela de João Emanuel Carneiro iria ao ar depois de Pantanal (2022), a atriz ficou receosa com a receptividade do público do streaming. "Deu certo, mas podia ter dado muito errado", disse Regina Casé.

A atriz contou que seu receio acabou já no quarto ou quinto dia em que Todas as Flores estava disponível. Ao sair de casa, ela foi abordada por um pedreiro que fazia uma obra no seu prédio. "Ele virou e falou: 'A casa vai cair, hein, Zoé!'. Eu levei um susto, parecia uma assombração! O cara sabia que a Zoé tinha matado no primeiro episódio e que a casa dela iria cair", falou Regina no evento de lançamento da segunda parte da história, que estreia em 5 de abril.

Sem entender ainda como uma obra disponível no streaming tinha chegado à população mais pobre, a atriz parou para conversar com o homem. "Eu, com todo o meu preconceito, perguntei: 'Mas você tá vendo? Você tá vendo no Globoplay?'. E ele falou: 'Ué, eu paguei R$ 14,90'. Acho que agora custa R$ 35 [na realidade, o plano mais barato sai por R$ 19,90 mensais], mas naquela época era R$ 14. Ele sabia tudo e estava interessado", surpreendeu-se a atriz.

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E não foi só isso. Dias depois, a filha de Regina, Benedita, foi pagar uma compra e apresentou um cartão em que constava o nome da mãe. A caixa perguntou se a moça era filha da Zoé, referindo-se à vilã da história. Já a babá do neto da atriz fotografou pessoas assistindo à novela no ônibus, pelo celular. "Essa novela foi pioneira e tem que ser estudada."

"Quando a novela foi para o streaming, eu achei que iria bem a médio e a longo prazo, mas que não ia ser aquele boom das redes sociais, em que as pessoas assistem no horário que a novela passa. Pensei que quem iria ver seria gente das classes A e B. Todas as Flores iniciou uma nova maneira de o brasileiro assistir à novela, largando cinco episódios por semana. Isso em si deu muito certo, mas poderia ter dado muito errado", avaliou.

Regina Casé brincou ainda com o fato de não ter conseguido voltar a fazer a tradicional novela brasileira depois do fracasso de As Filhas da Mãe (2001). Animada com a chance que teve em Amor de Mãe (2019), a atriz lembra que a trama foi interrompida durante a pandemia de Covid-19 e encurtada por causa dos protocolos de segurança. Depois, escalada para viver a vilã de uma nova novela das nove, ela precisou lidar com a novidade de ver seu trabalho sendo realocado para o streaming.

"Eu achei muito curioso porque eu sempre fiz umas coisas meio transgressoras na Globo. Aí quando, finalmente, fui fazer uma novela tradicional, das nove, pela primeira vez, ela foi cortada no meio! Agora, de novo, é a primeira vez que uma novela original vai para o streaming. Eu, realmente, não consigo, acho que é a minha sina fazer coisas diferentes", divertiu-se.

Confira chamada da segunda temporada de Todas as Flores: 

O Globoplay vai fazer um resumão dos capítulos da primeira temporada para refrescar a memória do público. A edição extra será um compacto de cinco capítulos com os principais acontecimentos.

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