Garota do Momento entrega que 'teste do sofá' vem desde as radionovelas

Uma das maiores curiosidades do público sobre os bastidores da indústria audiovisual, o "teste do sofá" virou tema do capítulo desta sexta-feira (29) de Garota do Momento. Em uma cena bem-humorada, o folhetim de época indicou que a especulação sobre o envolvimento de galãs com diretores e autores da obra vêm desde 1958, ano em que a trama se passa.

Na sequência, Beatriz (Duda Santos) e Beto (Pedro Novaes) estavam aos beijos na pousada em que a mocinha tem se hospedado no Rio de Janeiro quando foram interrompidos por Iolanda (Carla Cristina Cardoso), que fez questão de dar um basta na pegação entre os dois jovens.

Eles explicaram que estavam naquele clima porque o mocinho topou trabalhar na agência de publicidade do pai para ajudar a namorada com uma campanha mais bem planejada para a Perfumaria Carioca, da qual ela será garota-propaganda. O rapaz, que prefere ser jornalista, aceitou o "sacrifício" para melhorar a vida da protagonista.

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Iolanda não deu muita bola para a conversa, se sentou no meio dos dois no sofá da sala e mudou de assunto. "Vocês já ouviram a nova novela estrelada pelo Plínio Rivera, do Alô, Alô, Rio? Já vai começar", disfarçou a mulher.

"Dona Iolanda, quem é Plínio Rivera?", questionou o personagem de Pedro Novaes. "Galã de radionovela. Hoje em dia é um quarentão charmoso. Mas o fã-clube ainda ferve. Desde quando ele estrelou Ventre Maldito, na rádio Alô, Alô, Campos", rebateu a proprietária da pensão.

Sem perder tempo, ela disparou o seu veneno. "Dizem as más línguas que ele é invertido. Amasiado com o autor de novelas Leopoldo Cintra", fofocou Iolanda, que emendou: "Que desperdício, senhor".

Beatriz não gostou nada da fala da personagem de Carla Cristina Cardoso. "Deixa o homem ser feliz, dona Iolanda. Cada um que sabe de si quando o assunto é o coração", falou a mocinha. "Eu assino embaixo", concordou Beto.

Os questionamentos sobre a escalação de um ou outro artista por causa de suas relações pessoais não pararam na década de 1950. Além do infame "teste do sofá", quando um ator ou uma atriz aceita dormir com alguma pessoa no poder em troca de um papel de destaque, também é comum especular se os laços familiares influenciam no elenco.

Atrizes como Flávia Alessandra, Deborah Evelyn e Helena Ranaldi trabalharam bastante em novelas dirigidas por seus maridos na época --respectivamente, Marcos Paulo (1951-2012), Dennis Carvalho e Ricardo Waddington. Júlia Almeida também trabalhou basicamente em obras escritas pelo pai, Manoel Carlos, e o próprio Pedro Novaes teve de encarar críticos que afirmavam que ele só ganhou espaço na TV por ser filho de Leticia Spiller e Marcello Novaes.

Relações homoafetivas entre autores e seus galãs de novelas são mais raras --pelo menos, abertamente. Carmo Dalla Vecchia atuou em Cobras & Lagartos (2006), A Favorita (2008), Cama de Gato (2009), Cordel Encantado (2011) e A Regra do Jogo (2015), além da série A Cura (2010), todas com o envolvimento de seu marido, o escritor João Emanuel Carneiro.

Desde 2021, quando ele assumiu o casamento com o autor de Avenida Brasil (2012) e Mania de Você, no entanto, os dois não trabalharam mais juntos.