Diretor de Travessia reage a críticas maldosas e dá conselho para Jade Picon

Diretor de Travessia, Mauro Mendonça Filho minimizou as críticas à estreia de Jade Picon como atriz na novela das nove da Globo. A atuação da influenciadora digital como a mimada Chiara não tem agradado o público, que reclama diariamente nas redes sociais e ainda debocha dos trejeitos da jovem, como o falso sotaque carioca adotado por ela em cena.

"Qualquer cobrança anterior à estreia não tem nada a ver com o trabalho. [Já com a novela tendo estreado] a cobrança para ela é para mim também. É normal. E o que vale para ela, vale para qualquer um. E qualquer cobrança anterior é referente a assuntos que nem cabem a mim. Na verdade, para ser sincero, não estamos dando essa importância toda. Trabalhamos seriamente, ela também, todo mundo", declarou o profissional.

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O diretor ainda revelou qual conselho deu para Jade antes mesmo da estreia do folhetim de Gloria Perez. "Foi o que eu falei para ela antes: 'Se o seu trabalho não agradar, é supernormal. Trabalha para continuar e agradar. Isso é da profissão de atriz'", contou em entrevista à colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

Desde que foi anunciada no elenco do folhetim, a milionária virou alvo de várias críticas por não ser atriz e conseguir, de cara, um papel no horário nobre. Jade obteve até uma autorização especial do Sated-RJ (Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro) para poder atuar.

Com 38 anos de carreira, o filho de Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça também comentou sobre o trabalho na novela com atrizes que antes atuaram em séries, como Nathalia Falcão, de Desalma (Globoplay), e Danielle Olímpia, de Sintonia (Netflix).

"Antigamente havia uma diferença do ator de teatro e do ator que era especificamente de televisão. Hoje acho que elas desapareceram. As oportunidades estão cada vez maiores, estão em qualquer lugar. E assim também acontece com as oportunidades de se mostrar", disse ele.

"Com a tecnologia, a gente vê inúmeras pessoas de quem nunca tinha ouvido falar, entrevistadores fazendo papéis de jornalistas. Uns fazendo muito bem, outros fazendo muito mal. Mas muita gente mostra talento. Essa é a nossa profissão. É importante mostrar talento e seriedade. As portas se abrem para quem tem algum borogodó. E seriedade vale para cada um. Vários atores vão perdendo e achando no meio do caminho. E tem outros que traçam rumos opostos. O pessoal tem que acreditar, saber explorar, encontrar.".

Mauro Mendonça Filho ainda ressaltou a diferença entre dirigir um folhetim e séries: "Travessia é uma novela old school [à moda antiga]. Eu acho que se faz novela, faz novela. Se eu for fazer série, vou fazer série. Você tem que direcionar para lá, tem que ser radical no tom da coisa".

"Eu não critico novela. Nem um pouquinho. As pessoas amam. E ela tem que ter o pior e o melhor, tem que ser abrangente, o Brasil é muito complexo. Ela tem que ter o pior e o melhor do audiovisual. Tem que ter umas coisas muito melodramáticas e outras em que você fala 'uau'. Eu não me preocupo nem um pouquinho [com a resistência de parte do público]. O melodrama está enraizado mesmo. Mas, na hora de fazer série, o buraco é mais embaixo."

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