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Retrospectiva

Deram conta do recado: os novatos que roubaram a cena nas novelas em 2017

Estevam Avellar/TV Globo

Carol Duarte (Ivan/Ivana) e Silvero Pereira (Nonato/Elis Miranda) se destacaram em estreia - Estevam Avellar/TV Globo

Carol Duarte (Ivan/Ivana) e Silvero Pereira (Nonato/Elis Miranda) se destacaram em estreia

REDAÇÃO

Publicado em 30/12/2017 - 7h01

Personagens de destaque da teledramaturgia foram entregues nas mãos de novatos da TV, e eles deram conta do recado. Sucessos de 2017 como A Força do Querer, Rock Story e Novo Mundo apresentaram ao público o trabalho de quem já brilhava no teatro, como Carol Duarte, Silvero Pereira e Roberto Cordovani, e até na internet, caso de João Vicente de Castro, um dos sócios do grupo Porta dos Fundos.

Os intérpretes de Ivana/Ivan e Nonato/Elis Miranda seguraram a bronca de defender o núcleo de marketing social mais contundente da trama de Gloria Perez e conseguiram envolver, emocionar e esclarecer questões de gênero e sexualidade.

Duarte fez o público torcer pela jornada da mudança de sexo do rapaz de família rica que apanhou na rua, foi rejeitado pela mãe e precisou trabalhar como bilheteiro de teatro para se sustentar. Já Pereira deu vida ao travesti que durante o dia era motorista de um empresário homofóbico, e serviu de contraponto para explicar didaticamente as diferenças entre gays, lésbicas, travestis e transexuais para os fãs de A Força do Querer.

Aos 35 anos, 20 deles dedicados à carreira, Silvero Pereira inspirou a autora a criar seu papel após ser visto na peça BR-Trans como a travesti Gisele Almodóvar. A novelista começou a conversar por mensagens, e ele ganhou um dos personagens mais carismáticos da trama.

Carol Duarte, por sua vez, já era conhecida nos palcos de São Paulo quando foi convidada para fazer Ivana. A atriz de 25 anos viu seus 2.000 seguidores em uma rede social se transformarem em 500 mil por causa do sucesso. O tabu que envolvia o drama da mudança de sexo ganhou empatia e virou assunto entre as famílias. A interpretação dela emocionou tanto que rendeu uma promoção à categoria dos profissionais que podem ser protagonistas de novelas, minisséries e séries da Globo. A atriz fechou contrato de longa duração com a Globo.

João Miguel Júnior/Tv globo

Bruno Cabrerizo e Vitória Strada debutaram na TV já como protagonistas de Tempo de Amar

Os mocinhos
Outros estreantes que pegaram uma batata quente e têm se saído bem são Bruno Cabrerizo e Vitória Strada, os protagonistas de Tempo de Amar. A história de Alcides Nogueira em parceria com Bia Corrêa do Lago é um drama rasgado que se passa no final dos anos 1920, bem ao estilo novelão, com direito a cartas extraviadas, longas viagens de navio e internação da mocinha "desonrada" em um convento. Todos os elementos serviram para desafiar o carisma dos atores.

Pode-se dizer que Bruno Cabrerizo, que foi jogador de futebol profissionalmente até 2005, matou no peito e saiu jogando. O mocinho passou boa parte dos primeiros capítulos cego, à mercê da manipulação de Lucinda (Andreia Horta), o que limitou sua possibilidade de interpretação. Mas ele encontrou um tom solar ao personagem, apesar de todo o drama de Inácio, que agora já passou pela fase mais obscura e iniciou sua virada ao abandonar a vilã.

O galã foi jogador do Flamengo e do Botafogo antes de se desiludir com o esporte e partir para a Europa sem plano certo. Lá, virou modelo, participou de um reality show de dança e iniciou a carreira de ator. O convite para fazer um filme no Brasil foi inesperado, feito pelo diretor da trama das seis, Jayme Monjardim, e serviu de degrau para sua chegada à TV.

A intérprete de Maria Vitória, por sua vez, não tinha nenhuma experiência em dramaturgia quando foi chamada para o filme Real Beleza (2015), que a fez desistir de um trabalho na Tailândia como modelo. A gaúcha também fez uma breve participação em O Filme da Minha Vida, de Selton Mello, antes de passar no teste para a protagonista da trama das seis.

Na novela, Vitória conseguiu escapar do clichê de mocinha sofredora e tem conquistado o público com sua interpretação forte, que já rendeu indicação ao prêmio Melhores do Ano, do Domingão do Faustão. Quem venceu foi Carol Duarte, que concorria ainda com Karla Karenina (Dita, de A Força do Querer).

Raquel Cunha e João Cotta/tv globo

Roberto Cordovani (Sebastião, Novo Mundo) e João Vicente de Castro (Lázaro, Rock Story)

Os vilões
A estreia de Roberto Cordovani na TV ocorreu após 46 anos de carreira no teatro. O premiado ator interpretou o asqueroso mercador de escravos Sebastião em Novo Mundo. O personagem nunca assumiu o filho que teve com uma de suas escravas, rejeitou a outra filha por se apaixonar por um homem negro e distribuiu chicotadas na história escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson.

O paulistano de 60 anos levou o teatro brasileiro a palcos internacionais nos anos 1980, quando foi a Portugal com as peças Amar, Verbo Intransitivo e Olhares de Perfil - O Mito de Greta Garbo, que lhe renderam prêmios pela produção e atuação.

Já a novela das sete Rock Story, exibida até junho, também trouxe uma cara nova na teledramaturgia como o principal vilão. João Vicente de Castro, que já era conhecido do público por seus vídeos com o grupo de humor Porta dos Fundos, do qual é um dos sócios, encarou seu primeiro papel em uma novela, Lázaro, com dedicação.

Em entrevista ao Notícias da TV, o ator contou que dormia quatro horas por noite para dar conta de apresentar o Papo de Segunda, no canal pago GNT, tocar a sociedade do humorístico e estudar os textos do antagonista da novela.

"Gosto de dificuldade. Acho que fazer vilão é superdifícil. Gosto de um lugar que eu nunca fui, sei que é piegas, mas gosto do desafio", comentou Vicente de Castro, que convenceu infernizando a vida de Gui (Vladimir Brichta).

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