DOIS IRMÃOS
Fotos Divulgação/TV Globo
O ator Cauã Reymond em cena de Dois Irmãos como o gêmeo violento, Omar
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 9/1/2017 - 5h25
Atualizado em 9/1/2017 - 8h00
Cauã Reymond fez várias cenas violentas na minissérie Dois Irmãos, mas foi em uma gravação corriqueira que cortou a mão em uma janela e levou quatro pontos. "Dei o sangue por esses personagens", conta o ator. Ele Interpreta os gêmeos Yaqub e Omar na terceira fase da trama, que abrange a vida adulta dos dois irmãos que se odeiam. A minissérie estreia nesta segunda (9) na Globo.
Dois Irmãos traz a obsessão doentia de Zana (Gabriella Mustafá/Juliana Paes/Eliane Giardini) por um de seus filhos gêmeos. Gravada há quase dois anos, a minissérie é baseada no livro homônimo de Milton Hatoum. Filha de um libanês, ela se casa com o imigrante também libanês Halim (Bruno Anacleto/Antonio Calloni/Antonio Fagundes) e deseja muito ser mãe.
Os primeiros a nascer sãos o gêmeos Yaqub (Enrico Rocha/Matheus Abreu/Cauã Reymond) e Omar (Lorenzo Rocha/Matheus Abreu/Cauã Reymond). O parto difícil, feito em casa, deixa Zana muito preocupada com a saúde de Omar, que nasce com pulmões fracos e quase morre de pneumonia. Ele se torna o filho preferido dela.
Para Reymond, os gêmeos representam seu amadurecimento como ator. "As mulheres estão tomando conta da dramaturgia, e as atrizes estão executando os papéis com excelência. Os personagens masculinos fortes estão cada vez mais raros. Fazer dois de uma vez só e com esse porte é um presente", diz.
Mesmo com apenas dez capítulos, a minissérie contou com um longo processo de preparação e execução. Foram três meses de ensaios e workshops e quase outros quatro de gravações em Manaus e nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro.
Trabalho feito no primeiro semestre de 2015. Oficialmente, a demora para o lançamento do projeto acontecer ocorreu primeiro porque Reymond estava no ar em A Regra do Jogo, depois porque outros atores e até o diretor artístico, Luiz Fernando Carvalho, estavam envolvidos com a novela Velho Chico.
Reymond interpreta personalidades opostas. Omar foi mimado ao extremo pela mãe e virou um homem violento, irresponsável, sedutor e que beira à demência. Já Yaqub se trancou em seu próprio mundo após ser agredido e rejeitado na infância. Focou nos estudos, virou engenheiro, o orgulho do pai que sempre repetirá para Omar: "Seu irmão é que tem cabeça", atiçando ainda mais a rivalidade entre eles.
Conexão forte
Mesmo com a agressividades e os atos insanos de Omar, Reymond diz que não teve um papel mais fácil que o outro nessa jornada. "Eu gostei de fazer porque são personagens extremamente ricos. Irmãos gêmeos que têm uma conexão muito forte, mas que tomam caminhos na vida muito opostos. É muito engraçado quando gêmeos, no caso deles, podem estar distantes, mas se mantêm conectados. É como a relação entre mãe e filho", comenta.
Reymond como Yaqub em cena com Bárbara Evans (Lívia), jovem disputada pelos irmãos
Alguns recursos técnicos são usados para distinguir os dois, como o penteado _um desgrenhado e o outro, arrumadinho_ e a roupa, além da cicatriz que Yaqub ganha ao ser atacado por Omar assim que beija a menina que os dois disputam no começo da adolescência, Lívia (Monique Bourscheid/Bárbara Evans).
Drama, romance e história
Dois Irmãos é um épico familiar que traz também parte da história do Brasil. A trajetória dos personagens começa na década de 1920. Ambientada em Manaus, a minissérie mostra o crescimento da região, os hábitos e costumes ao longo da vida dos dois irmãos.
A obra mantém o drama do livro sob o ponto de vista de Nael (Theo Kalper/Rian Cesar/Irandhir Santos), o filho da empregada indígena da casa, Domingas (Sandra Paramirim/Zahy Guajajara/Silvia Nobre). Nael narra a história. Fica subentendido que ele é filho de Omar, renegado pela família e criado como filho de pai desconhecido.
Os três primeiros episódios já estão disponíveis no Globo Play. A estreia acontece nesta segunda-feira, logo após a novela A Lei do Amor.
Carreira internacional
Reymond revela que tem representantes no exterior e que estuda muito uma carreira internacional. Ele conta que já surgiram bons convites, mas sempre quando estava envolvido em projetos aqui no Brasil. Ele não descarta nada, mas afirma que não é o objetivo que tem em mente para seus próximos passos.
"A verdade é que, nos últimos anos, eu fui engatando projetos muito bacanas. E eu sou muito lisonjeado de estar trabalhando com as pessoas com quem estou trabalhando. Justiça [minissérie exibida no ano passado pela Globo], para mim, foi um momento muito especial na minha carreira. Teve Amores Roubados, O Caçador e, agora Dois Irmãos. Enfim, tudo muito bom", sentencia.
Ele está de malas prontas para participar do Festival de Sundance, em Utah (Estados Unidos). "Meu filme foi escolhido para representar o Brasil. Se surgir um convite que me faça fazer bons trabalhos fora, eu não vejo problema. Mas, para trabalhar com pessoas que eu não conheço e fazer personagens não tão bacanas como os que eu tenho a oportunidade de fazer no Brasil, eu não vejo sentido", diz.
O filme que o ator se refere é Não Devore Meu Coração, dirigido por Felipe Bragança. A produção concorre na categoria World Cinema Competition e deve ser lançada no Brasil neste ano.
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