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IDENTIDADE DO ASSASSINO

Autor de A Próxima Vítima escreveu capítulos falsos e enganou chefão da Globo

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Adalberto (Cecil Thiré) em cena da novela A Próxima Vítima (1995)

Adalberto (Cecil Thiré) era o assassino de A Próxima Vítima (1995); vilão foi mantido em sigilo

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 25/9/2022 - 8h35

Exibida entre 13 de março e 4 de novembro de 1995, A Próxima Vítima fez mistério sobre a identidade do assassino até o último segundo. Para manter o suspense e despistar a imprensa, o autor Silvio de Abreu chegou a escrever capítulos falsos e conseguiu engambelar com uma sinopse secreta até mesmo José Bonifácio de Oliveira, o Boni, vice-presidente de operações da Globo na época.

A novela chega ao catálogo do Globoplay nesta segunda-feira (26) com uma trama envolvente e que parou o Brasil com três perguntas: quem matou?, por quê? e quem será a próxima vítima?.

Ambientada na Mooca e no Bixiga, bairros de São Paulo, a trama principal gira em torno da família de Ana (Susana Vieira). A mulher batalhadora é dona de uma cantina italiana e tem um caso de mais de 20 anos com o inescrupuloso Marcelo (José Wilker).

Mas a vida dos personagens é abalada por uma série de assassinatos misteriosos e, aparentemente, sem nenhuma relação. Uma lista de horóscopo chinês enviada para as vítimas antes do crime e a presença de um Opala preto são os pontos em comum nas mortes.

Paralelamente às investigações do detetive Olavo (Paulo Betti), Irene (Vivianne Pasmanter), uma jovem estudante de Direito, fica intrigada com os casos e passa a tentar descobrir a identidade do criminoso e quais serão os próximos alvos.

Ao longo de todo o folhetim, Silvio de Abreu usou como estratégia a produção de capítulos falsos para evitar que a imprensa descobrisse quem seria o próximo personagem a morrer e manter o mistério para o público. O novelista afirmou que a identidade do assassino estava definida desde sempre, mas ele mantinha a sinopse longe do conhecimento até mesmo dos chefões da emissora.

Por causa da alta repercussão da história, foi cogitado transmitir o último capítulo ao vivo para preservar o suspense do final. Mas a estratégia usada foi outra: Abreu e o diretor Jorge Fernando (1955-2019) decidiram gravar três alternativas de desfecho horas antes do episódio derradeiro ir ao ar, às 20h30.

De acordo com o site Memória Globo, eles começaram a rodar as sequências às 13h, e o autor mandou as opções de cenas para a emissora. Os atores só receberam as falas e ficaram sabendo a identidade do assassino quando chegaram ao estúdio.

Após tanto mistério ao longo de 203 capítulos, Adalberto (Cecil Thiré) foi revelado como o grande criminoso. Também foi explicada qual a ligação entre todas as vítimas: as mortes eram queimas de arquivo por conta do assassinato de Gigio di Angelis (Carlos Eduardo Dolabella).

Mudança em reprise

Um outro final foi usado para vender a novela ao mercado internacional. Sem prejudicar o mistério no decorrer da trama, Silvio de Abreu reeditou as cenas para manter a coerência e criou um assassino diferente.

Em outros países, foi exibido o desfecho em que Ulisses (Otávio Augusto) era o matador do Opala preto. Na narrativa original, o personagem morreu na explosão de uma pizzaria.

Essa mesma versão foi usada na reprise de A Próxima Vítima em 2000 no Vale a Pena Ver de Novo. A história também foi reapresentada no canal Viva em 2013.


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