THEODORO COCHRANE
JOÃO COTTA/TV GLOBO
Theodoro Cochrane interpreta Adamastor em O Sétimo Guardião: terceiro personagem gay na TV em sete anos
GABRIEL PERLINE
Publicado em 10/12/2018 - 5h37
O convite de Aguinaldo Silva para O Sétimo Guardião interrompeu o período sabático de quatro anos que Theodoro Cochrane tirou da TV. De volta à Globo, ele abraçou o papel de Adamastor, faz-tudo do bordel de Serro Azul. Curiosamente, dos seus últimos quatro personagens na emissora, este é o terceiro homossexual. "Isso não me agride", afirma.
"Não me incomoda. Assim como existem vários personagens heterossexuais, existem homossexuais. Isso é só uma característica, não é a questão principal. O Adamastor tem essa questão dentro dele, mas ao mesmo tempo tem uma história ancestral com Ondina [Ana Beatriz Nogueira]. Ele não é uma pessoa que vive única e exclusivamente em função da sexualidade dele", acrescenta.
O primeiro personagem homossexual de Theodoro foi Felipe, no seriado Macho Man (2011). Em Saramandaia (2013), interpretou o delegado Petronílio Amaral, mas só soube que ele era gay quando gravou o último capítulo. Em Geração Brasil (2014), a sexualidade de Gaspar Cardoso, um produtor de reality show, nunca foi abordada.
Até então, a orientação sexual de Theodoro Cochrane não havia sido debatida em sites e nas redes sociais. Em 2015, após o fim das gravações de Geração Brasil, ele foi fotografado aos beijos com outro rapaz durante o Carnaval, mas tratou a situação com naturalidade e não problematizou a questão.
Aceitar viver novamente um gay na televisão é uma resposta indireta de Theodoro Cochrane aos ataques de ódio que recebeu na época do flagra, além de uma maneira de defender o respeito às diferenças.
"Precisamos ter um leque de personagens em tudo o que vemos na TV, assim como na vida temos todo tipo de gente e todo tipo de característica. Já estamos num momento em que temos artistas que lidam com a sexualidade de maneira mais fluida, e uma geração que lida com a sexualidade de uma maneira mais fluida. Acho extremamente importante e saudável gerar a discussão e a aceitação das diferenças", diz o ator sobre seu novo papel.
Interpretar um gay em uma novela de Aguinaldo Silva é visto pela classe artística como um prêmio, já que eles tendem a crescer e ganhar muito destaque em suas histórias. Foi o que aconteceu com Crô (Marcelo Serrado) em Fina Estampa (2011) e com Téo Pereira (Paulo Betti) em Império (2014). E é assim que Theodoro encara sua escalação para O Sétimo Guardião.
"Há tempos eu tentava fazer alguma novela com o Aguinaldo Silva, e eu nunca havia atuado numa novela das nove do início ao fim. É uma responsabilidade, porque os personagens gays dele são emblemáticos. É desafiador e me instiga a fazer da melhor maneira possível. E é extremamente saciador para mim neste momento, que acabei de completar 40 anos, fazer um personagem desse tamanho", avalia.
Fim do jejum
Depois de quatro anos sem trabalhar na TV, o ano de 2018 tem sido bastante movimentado para Theodoro Cochrane. Além de O Sétimo Guardião, ele gravou a primeira temporada de O Hóspede Americano, série inédita que a HBO lançará em 2019 e falará sobre o percurso do ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt (1858-1919) por regiões desconhecidas da Amazônia brasileira.
"Esse ano foi muito bom para mim. Começou com esse convite da HBO e depois o do Aguinaldo [Silva]. O Hóspede Americano é uma série toda falada em inglês, com o Aidan Quinn como protagonista. Fiquei morando durante três meses no Mato Grosso por causa dessa série", diz ele.
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