Após exorcismo, Theo toca terror com poema amaldiçoado em Vai na Fé: 'Medo'

Depois de ser exorcizado por Sol (Sheron Menezzes), Theo (Emilio Dantas) voltou a chamar a atenção do público no capítulo desta sexta (23) de Vai na Fé. O mau-caráter surtou e promoveu um quebra-quebra em seu escritório enquanto declamava o poema Versos Íntimos --de Augusto dos Anjos (1884-1914). "Essa praga está cada vez mais descontrolada", apontou um internauta.

O vilão virou assunto nas redes sociais ao ser expulso "no grito" da igreja frequentada pela família de Jenifer (Bella Campos). Dessa vez, ele voltou a cair na boca do povo ao mostrar suas habilidades de trovador ao evocar justamente um escritor com fama de "maldito".

O personagem de Emilio Dantas perdeu as estribeiras ao ser informado por Lumiar (Carolina Dieckmann) que foi indiciado por abuso sexual. "Traidor, desgraçado", gritou ele, completamente descontrolado, em referência a Benjamin (Samuel de Assis).

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Ele ainda recitou Versos Íntimos enquanto quebrava tudo na sua sala na empresa de importação –até mesmo jogando um objeto na secretária Sheila (Renata Miryanova). "Apedreja essa mão vil que te afaga, escarra nessa boca que te beija", repetia.

A sequência surpreendeu os telespectadores no Twitter. "O Theo surtando é minha nova religião. Surta mais que está pouco", brincou Claudio R. "Amo que quando o Theo coringa, ele vai da música à poesia. Ele entrega cultura e ódio em medidas desmedidas", acrescentou Matheus Vinícius.

"Em um ímpeto de fúria, em que destrói o escritório, Theo cita Versos Íntimos, de Augusto dos Anjos", apontou Esper Leon. "O Theo é um dos melhores vilões de novela da Globo, toda vez que ele surta dá para sentir o ódio até nos pingos de suor", arrematou Danilo Yarden.

Poesia de Theo em Vai na Fé

Theo citou Versos Íntimos, que foi escrito pelo paraibano Augusto dos Anjos. Ele publicou apenas um livro, Eu (1912), durante toda a sua vida. A obra foi suficiente para transformá-lo em um dos maiores "poetas malditos" da Literatura Brasileira. O escritor é considerado um dos precursores do Modernismo no país.

Leia Versos Íntimos na íntegra

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de sua última quimera.
Somente a Ingratidão –esta pantera–
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

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