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Rio Content Market

Produção audiovisual brasileira vai atrás de dinheiro na América Latina

Divulgação/The CW

A atriz Gina Rodriguez na série Jane the Virgen, que será discutida no Rio Content Market - Divulgação/The CW

A atriz Gina Rodriguez na série Jane the Virgen, que será discutida no Rio Content Market

DANIEL CASTRO

Publicado em 15/2/2017 - 6h12

A sétima edição do Rio Content Market abre no próximo dia 7, no Rio de Janeiro, com a première mundial da Rebel, série sobre os conflitos entre a polícia branca e a população negra dos Estados Unidos. Um dos maiores eventos de negócios do audiovisual do mundo, o RCM de 2017 terá um olho na representatividade na mídia e outro no dinheiro para coproduções independentes disponível em países como Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai, Peru, Venezuela e até Paraguai.

Realizado desde 2011 para impulsionar a produção independente nacional, o Rio Content estará voltado para a América Latina neste ano. Da Argentina, virá uma delegação recorde, com mais de 30 produtores. Rodadas de negócios específicas vão tentar unir empresas brasileiras e de países vizinhos em novos projetos. Painéis vão apresentar os mercados e as fontes de financimento de países da região. E Perla Farias, vice-presidente da rede hispânica Telemundo, será uma das convidadas especiais.

Os latinos terão uma presença VIP porque a Bravi (Brasil Audiovisual Independentes), que reúne 635 produtoras do país, descobriu que há dinheiro na vizinhança para coproduções com empresas brasileiras. Produtoras do Chile e do Uruguai, por exemplo, têm muito interesse em entrar no "gigantesco" mercado brasileiro. E produtoras do Brasil adorariam se associar a essas empresas para obter recursos dos seus países e realizar séries, programas de TV, documentários e filmes para exibir na TV por assinatura brasileira, que tem de cumprir cotas de conteúdo independente.

"O interesse deles [latinos] no Brasil é no mercado. Para os produtores brasileiros, há a possibilidade de acesso a novas fontes de financiamento. Há dinheiro no Peru, na Venezuela, no Chile, na Colômbia e no Uruguai. Na Argentina, há também linhas de financiamento regionais, de províncias como Mendoza", diz Mauro Garcia, presidente-executivo da Bravi. Essas fontes de recursos são todas públicas, como o Fundo Setorial do Audiovisual brasileiro.

O interesse em parcerias com os países vizinhos não quer dizer que o audiovisual está em crise no Brasil _muito pelo contrário. "A gente quer botar mais dinheiro no jogo. Não é só interesse do Brasil em pegar o dinheiro deles. Eles querem o nosso mercado", explica Garcia.

REPRODução/bet

A atriz Danielle Moné Truitt, que interpreta uma policial em Rebel, série inédita da BET

Diversidade
Além de promover negócios entre produtoras independentes, emissoras de TV e canais pagos, o Rio Content é um evento de exibição de conteúdo e de discussão de tendências e processos criativos. Em 2015, fez a première mundial de Wayward Pines, série da Fox, e trouxe o cineasta M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido). No ano passado, uma das estrelas foi Howard Gordon, produtor-executivo de Homeland e 24 Horas.

Neste ano, exibirá o primeiro episódio de Rebel, que só estreia na BET (Black Entertainment Television) três semanas depois. A série conta a história de uma policial negra que tem o irmão assassinado pelo parceiro dela, que é branco. Ela passa a questionar a corporação e se transforma em uma justiceira a serviço da comunidade negra.

Se no ano passado o Rio Content discutiu a inclusão de transexuais na mídia, com a série Transparent (Amazon), neste ano o tema será a abordagem racial. Diretor e produtor-executivo de Rebel, John Singleton tratará do assunto. Ele foi o mais jovem cineasta a ser indicado ao Oscar, por Os Donos da Rua (Boyz'n the Hood), de 1991, e, mais recentemente, trabalhou em séries com temáticas raciais, como Empire e American Crime Story (OJ Simpson). Diretor de programação do canal BET, Zola Mashariki falará sobre representatividade no audiovisual.

Outra "minoria" a ganhar "voz" no RCM serão os latinos _de um ponto de vista mercadológico, é claro. Roteirista da novela venezuelana Juana la Virgen (2002), que gerou a série americana Jane the Virgen, Perla Farias contará como cria conteúdo para o público hispânico da Telemundo, emissora americana da qual é vice-presidente-sênior de desenvolvimento de roteiros. 

Em um painel ao lado de Kelly Wright, diretora da Keshet International para a América Latina, Perla abordará a adaptação de novelas latino-americanas para formatos mundiais. Disso a israelense Keshet entende: criou a séries Hatufim e BeTipul, que originaram Homeland e Sessão de Terapia _além do reality show SuperStar.


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