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GUERRA DO STREAMING

Com 82 programas em desenvolvimento, Globoplay vai chegar à Europa em 2021

Divulgação/Globoplay

Cássia Kis em cena da série nacional Desalma

Cássia Kis em cena de Desalma; série é uma das apostas do Globoplay para continuar crescendo em 2021

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 19/1/2021 - 19h24

Mesmo com a chegada de novas plataformas para intensificar a guerra do streaming, 2021 pode ser um ano poderoso para o Globoplay. Para tentar superar os números de 2020, o serviço de streaming do Grupo Globo está desenvolvendo 82 programas inéditos e planeja uma expansão para a Europa ainda neste ano.

Ultrapassar os resultados do ano passado não será fácil. Em 2020, o Globoplay aumentou em 89% o número de assinantes em comparação com 2019. Enquanto a concorrência também teve bons números devido à pandemia e ao período de quarentena, a crise sanitária não foi o único motivo para o boom da plataforma brasileira.

"Não foi apenas a pandemia. Nós também temos o Big Brother Brasil, que é muito popular no país", explicou Erick Brêtas, chefão do Globoplay, em entrevista ao site norte-americano Deadline. A edição 20 do reality show foi um fenômeno e teve engajamento astronômico dos fãs nas redes sociais.

Segundo Brêtas, muitos clientes mantêm sua assinatura da plataforma mesmo depois que a temporada do reality show da Globo se encerra.

"Muitos deles ainda continuam depois disso, por conta do nosso catálogo de séries e filmes internacionais", explicou o executivo, relembrando que o serviço também conta com conteúdos gratuitos, para que não-assisnantes também acompanhem.

Sobre a expansão para outros países, Bretas afirmou que a Europa é o grande objetivo em 2021, mas que está nos seus planos atingir o mercado de forma global, aumentando o número de assinantes em todos os continentes.

Para seguir com esse objetivo, a plataforma mira no grande número de brasileiros morando fora, inclusive com famílias formadas com estrangeiros. Produções nacionais como novelas e séries da Globo são muito buscadas, e há pedidos para que sejam disponibilizadas legendas nas línguas locais para que todos os familiares possam acompanhar ao mesmo tempo.

De acordo com o executivo, parcerias feitas com streamings de outros países também estão no planejamento para aumentar a expansão do Globoplay.

"Uma das maneiras pelas quais queremos que nosso conteúdo atinja outros públicos é buscando parcerias com serviços de streaming globais ou regionais. Existem outros serviços regionais muito fortes, como Stan na Austrália, Joyn na Alemanha, iFlix no Sudeste Asiático. A ideia é estreitar nossos relacionamentos, trocando conteúdos ou, em alguns casos, coproduzindo juntos", explicou.

Produção em massa

Para competir com gigantes como Netflix, Disney+ e Prime Video, o Globoplay está desenvolvendo nada menos do que 82 atrações inéditas e exclusivas para incluir em seu catálogo --todas em fase de produção ou pré-produção. Em 2020, foram 13 lançamentos, apesar das dificuldades impostas pela pandemia.

Para Brêtas, aumentar o leque de produtos originais é uma parte importante da estratégia da plataforma atualmente. Nos próximos anos, o serviço contará com a estreia da aguardada segunda temporada de Verdades Secretas, os retornos de Arcanjo Renegado e Desalma, e a chegada de Paraíso Perdido, produção baseada na obra de Nelson Rodrigues (1912-1980) e estrelada por Marina Ruy Barbosa.

"Essas séries foram criadas para o streaming e são muito diferentes de séries criadas para a TV. Para a TV, é preciso mirar em uma audiência específica e com uma narrativa mais lenta, para quem está acompanhando não perder muita coisa se não assistir a um episódio. No streaming, o público é mais engajado e segue mais fielmente. Você pode exigir mais dele", disse.

Com as dificuldades impostas pela Covid-19, Brêtas admitiu que o tempo de produção de séries caiu vetiginosamente --grava-se apenas de 30% a 40% do que o esperado em tempos normais--, mas que, com a chegada da vacina, a tendência é aumentar o ritmo.

Sobre os custos de se manter uma série em andamento mesmo durante a pandemia, o executivo revelou que uma delas precisou pausar por tempo intederminado por aumentar drasticamente o seu valor de produção inicial.

"Tivemos um caso de uma série específica em que a logística era tão complicada que o custo aumentaria para 120% a mais do que o orçamento original. Nesse caso, suspendemos --não cancelamos-- e retomaremos apenas quando tivermos a vacina. Em outros casos, estamos absorvendo os custos crescentes", concluiu.


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