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Azedou: Emissoras de TV e GfK agora só 'conversam' por meio de advogados

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Futuro incerto: GfK pode vender ou fechar serviço de medição de audiência de TV no Brasil - Thinkstock Photos

Futuro incerto: GfK pode vender ou fechar serviço de medição de audiência de TV no Brasil

DANIEL CASTRO

Publicado em 12/9/2017 - 5h35

A relação entre Record, SBT e RedeTV! com a GfK deteriorou tanto que elas só se "falam" por meio de advogados. A filial brasileira da empresa de medição de audiências, que teve sua implantação parcialmente financiada pelas três redes, está sob intervenção de um escritório de advocacia por determinação dos controladores norte-americanos. No mercado, vislumbram-se dois futuros para a GfK no Brasil: a venda ou o encerramento das atividades com televisão.

No final de 2013, as três emissoras se uniram para apoiar o lançamento da GfK no país. Imaginavam que, finalmente, teriam uma alternativa ao tão criticado Ibope. Na época, elas se comprometeram a investir US$ 100 milhões (R$ 310 milhões) nos primeiros anos de operação da GfK. Mas desembolsaram, efetivamente, apenas R$ 40 milhões.

Conforme o Notícias da TV antecipou em 2 de agosto, a operação da GfK no Brasil corre risco de implosão. A empresa atrasou o início dos serviços e não cumpriu metas de qualidade previamente estipuladas. Há um ano e meio, SBT, Record e RedeTV! deixaram de pagar pela medição de audiência.

A Record, que estava rompida com o Ibope, acaba de fechar novo contrato com o concorrente da empresa que ajudou a instalar. O SBT tende a fazer o mesmo.

Desde o ano passado, o relacionamento entre os executivos das emissoras e os da GfK é tenso. Piorou muito nos últimos meses. Agora, só há comunicação entre os advogados das TVs e os do escritório Campos Mello Advogados (CMA).

O CMA é parceiro da DLA Piper, firma de advogacia global que tem entre seus clientes a KKR Holding. O fundo de investimentos norte-americano adquiriu no início deste ano parte da GfK, com direito a nomear o presidente do instituto alemão. A KKR é especialista em sanear empresas, e a operação brasileira da GfK é deficitária.

Histórico de atritos
O primeiro grande atrito na relação entre SBT, Record e SBT e GfK ocorreu durante a implantação do painel de medição de audiência. A GfK deveria começar a entregar relatórios em maio de 2015, mas isso só aconteceu de fato um ano depois.

Desde então, o descontentamento das emissoras se concentra no não cumprimento de metas de qualidade. A GfK não conseguiu, por exemplo, atingir o compromisso de ter 95% dos aparelhos medidores de audiência funcionando sem parar _atualmente, esse percentual está em 91%.

Os executivos das TVs também reclamam que o painel de medição não reproduz com exatidão o perfil sócio-econômico da população.

Procurada, a GfK disse por meio de sua assessoria de imprensa que não "comenta rumores de mercado".

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