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Por que a Rússia foi banida dos Jogos Olímpicos? Filme vencedor do Oscar explica

FOTOS: DIVULGAÇÃO/COMITÊ OLÍMPICO RUSSO

Atletas russas comemoram medalhas nas Olimpíadas de Tóquio: elas pulam no ar com a bandeira do Comite Olímpico Russo em punho

Atletas russas comemoram medalhas nas Olimpíadas de Tóquio: nada de bandeira russa ou hino

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o público tem estranhado a ausência da Rússia na competição. Os atletas competem com a bandeira do Comitê Olímpico nacional e, quando ganham medalhas, a música tocada no pódio é um clássico do compositor Tchaikovsky. Nada de hino. Ganhador do Oscar de melhor documentário em 2018, Ícaro (2017) explica os motivos que fizeram o país ser banido da principal disputa esportiva.

O título, disponível na Netflix, foi produzido por Bryan Fogel e Mark Monroe. Fogel é um ciclista amador e, inspirado no ex-atleta Lance Armstrong, decidiu fazer uma experiência social para entender como o ídolo se beneficiou com o uso do doping em sua carreira.

Por meio de fontes, o produtor chegou ao nome do diretor Grigory Rodchenkov. O russo, coordenador de um laboratório antidoping na Rússia, topou ajudar o desconhecido. O cineasta recebeu orientações do químico para tomar drogas que ajudariam em seu desempenho e truques para burlar os testes de doping. 

No primeiro ato do filme, o ciclista amador encarou o Tour de France (a maior competição amadora da modalidade) duas vezes. A primeira aconteceu sem o efeito de drogas, e a participação seguinte ocorreu com a ajuda pouco ortodoxa de Rodchenkov. 

Por ironia, Fogel quebrou sua bicicleta no meio da segunda participação e teve um desempenho inferior em comparação ao trabalho sem esteroides. No entanto, o título muda sua narrativa com um problema muito mais grave. 

Na mesma época, uma emissora alemã exibiu um documentário com provas que atestavam que Grigory Rodchenkov havia orquestrado um plano para beneficiar os atletas russos com doping nas Olimpíadas de Inverno de Sochi, em 2014. 

Escândalo mundial

Com medo de ser morto na Rússia, o diretor do laboratório fugiu para os Estados Unidos com a ajuda de Bryan Fogel e decidiu contar sua versão dos fatos à imprensa. O químico alegou que participou de toda a situação com a anuência do ministro dos Esportes e do presidente Vladimir Putin. 

Em detalhes, Rodchenkov explicou em detalhes que seus funcionários trabalhavam junto com agentes do Serviço Federal Russo --a agência de inteligência do país que sucedeu o trabalho da KGB--, para dar fim aos testes de urina dos atletas que estavam trapaceando. 

As amostras eram trocadas por substâncias limpas antes de serem analisadas e, assim, os testes não detectavam a presença das drogas.

Como resultado, a Rússia ficou em primeiro lugar na competição, com 29 medalhas. Para efeito de comparação, o país europeu havia conquistado "apenas" 15 vitórias nas Olimpíadas de Inverno anteriores, de 2010, em Vancouver, no Canadá. 

O químico explicou que não eram todos os esportistas que faziam uso das substâncias, mas que o grupo trapaceiro ajudou significativamente no desempenho da nação nos jogos de Sochi. 

Atletas russo desfilam em Tóquio como ROC 

Consequências e banimento

Por conta das declarações de Rodchenkov e uma investigação da Agência Mundial Antidoping, o Comitê Internacional Olímpico decidiu banir todos os atletas da Rússia nas Olimpíadas do Rio, em 2016. Mas o órgão voltou atrás e limitou sua expulsão para apenas 98 esportistas que estavam diretamente ligados ao caso. 

No entanto, a punição se tornou mais severa em 2019. Na época, a Corte Arbitral do Esporte alegou que o país havia adulterado informações sobre os laboratórios antidoping em Moscou.

A situação se tornou insustentável após o escândalo relatado em Ícaro, e o COI decidiu banir a Rússia de todas as competições até 2023. Assim, para que os atletas russos possam competir em Tóquio, eles defendem a bandeira do ROC (Comitê Olímpico Russo) e qualquer menção a pátria é proibida.

Já Grigory Rodchenkov ainda vive nos Estados Unidos e está no programa de proteção a testemunhas. Nos últimos momentos do documentário, o russo alegou que ainda teme por sua vida por conta de suas declarações.

Confira o trailer de Ícaro:


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