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MEU NOME É GAL

Drama real de Gal Costa fez Sophie Charlotte travar a coluna durante filmagens

DIVULGAÇÃO/PARIS FILMES

Sophie Charlotte em cena de Meu Nome É Gal, com microfone na mão, expressão intensa, cantando

Sophie Charlotte em cena de Meu Nome É Gal, interpretando Gal Costa durante festival de música

FERNANDA LOPES

fernanda@noticiasdatv.com

Publicado em 14/10/2023 - 10h30

Sophie Charlotte se entregou para o papel de Gal Costa (1945-2022) no filme Meu Nome É Gal, em cartaz nos cinemas desde quinta-feira (12). O longa aborda a transformação de Gal numa grande artista, e explora conflitos internos e externos que ela teve nessa trajetória. A atriz entrou profundamente na personagem e até travou a coluna num dos momentos mais dramáticos da história.

Meu Nome É Gal se passa entre 1966 e 1971, anos fundamentais para o desenvolvimento artístico e pessoal de Gal. Foi nesse período que ela lançou seus primeiros álbuns, estourou como uma das maiores cantoras do Brasil e encontrou seu lugar no cenário artístico brasileiro.

Foi também durante esses anos que Gal fez parte do movimento cultural da Tropicália e que sofreu com a repressão da Ditadura Militar (1964-1985). O filme retrata o medo dela em relação à morte, à prisão e à tortura, ameaças que acometiam ela e seu círculo social. Gal viu amigos serem presos e militares cercando seus shows, por exemplo.

Um dos momentos canônicos de sua carreira foi a apresentação da música Divino Maravilhoso no festival de MPB da Record, em 1968. O filme mostra que ela resolveu cantar essa canção de protesto após ver um estudante ferido gravemente.

Depois da apresentação, a música se tornou um sucesso, mas Gal sucumbiu a uma crise de pânico. O filme retrata uma cena real de quando a cantora não conseguia sair da cama e só chorava após esse show. O momento foi intenso também para Sophie Charlotte.

"É muito impressionante o impacto de uma criação tão genuína, tão potente, de uma resistência tão absoluta à Ditadura Militar, num momento tão perigoso. Subir num palco, num festival televisionado e cantar aquela letra daquela forma. Imagino que deve ter sido muito potente", diz Sophie Charlotte.

Pra mim, quando eu fui para o estúdio pra gravar a primeira vez, eu travei minha coluna. Fiquei uma semana realmente num estado muito... É muito forte, muita força que você tem que ter, interna, de sustentação, pra ter recursos através do seu canto e do seu lugar no palco, ainda mais nesse momento.

"Então eu acho que é bonito trazer essas fragilidades, permitir [mostrar] essa complexidade que Gal viveu, e acho que todo ser humano também passa por esses momentos. Pra mim é muito bonito", concluiu a atriz.

Além de mostrar a resistência de Gal à repressão, o filme também procura colocá-la como uma voz ativa da Tropicália e da contracultura da época --papéis mais comumente associados aos artistas homens, principalmente a Gilberto Gil e Caetano Veloso.

"Gal foi a voz da Tropicália. Sempre me incomodou, porque muitos documentos da época foram perdidos, e a gente só acha as vozes masculinas falando sobre o movimento. Sempre quis ouvir o que a Gal tem pra dizer. O filme foi pensado para trazer o olhar sobre o que estava acontecendo com a Gal. Parece que foram os amigos homens que conduziram a carreira dela. Mas tem uma decisão dela, o desejo da Gal", afirma a diretora Dandara Ferreira --que também interpreta Maria Bethânia no filme. 

Confira entrevista com Sophie Charlotte, Lô Politi e Dandara Ferreira:


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