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MARATONA DE CLÁSSICOS

De O Iluminado a King Kong: dez filmes essenciais para ver antes do fim do ano

Fotos: Divulgação

Jack Nicholson em cena célebre do terror O Iluminado: encerre o ano com clássicos em dia - Fotos: Divulgação

Jack Nicholson em cena célebre do terror O Iluminado: encerre o ano com clássicos em dia

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 26/12/2017 - 5h48

Sem ter o que fazer durante a folga de fim de ano? Aproveite o período de relaxamento para colocar em dia seu conhecimento cinematográfico. Qualquer pessoa que queira entender um pouco mais sobre a sétima arte precisa ver (ou rever) alguns clássicos, que estão disponíveis na TV paga sem custo adicional ou por um preço muito baixo.

Nunca é tarde para adicionar à sua filmografia obras de diretores elogiados, como Federico Fellini, Charles Chaplin e François Truffaut, ou produções que todo mundo diz admirar, embora todos tenham pouco assistido de fato, como ...E o Vento Levou e Casablanca. E quem não tem medo de suspense pode acompanhar Janela Indiscreta e O Iluminado, marcos do gênero que até hoje inspiram outras obras.

Fãs de The Walking Dead também podem conferir o filme considerado pai de todas as obras com zumbis, A Noite dos Mortos-Vivos, de George A. Romero. E quem se decepcionou com os remakes de King Kong e Planeta dos Macacos consegue assistir às versões originais, lançadas em 1933 e 1968, respectivamente.

O Now, serviço de vídeo sob demanda para clientes da Net e da Claro TV, disponibiliza alguns dos longas mais importantes do cinema. Veja dez que você precisa ver antes de o ano acabar:

O italiano Marcello Mastroianni interpreta o diretor Guido Anselmi no clássico 8 1/2, de Fellini

8 1/2 (1963)
O cineasta Guido Anselmi (Marcello Mastroianni) alcançou muito sucesso com seu último filme, mas travou na hora de criar o próximo projeto. Disposto a superar seu bloqueio criativo, ele começa a relembrar todas as mulheres que amou na vida, ao mesmo tempo em que é atormentado pelas pessoas à sua volta.

Uma das obras-primas do italiano Federico Fellini (1920-1993), 8 1/2 ganhou dois Oscars (filme estrangeiro e figurino), além de indicações a diretor, roteiro original e direção de arte. Com inspiração autobiográfica, o longa levanta questões sobre o processo artístico e sobre a importância das pessoas que passam pela sua vida na construção do seu caráter e futuro.

Charles Chaplin fez uma crítica à sociedade industrial com bom humor em Tempos Modernos

Tempos Modernos (1936)
Charles Chaplin (1889-1977) retoma a clássica figura do vagabundo em seu último filme mudo, sobre um trabalhador de uma fábrica que tem um surto psicótico na linha de produção, é internado no hospício e, depois de receber alta, é confundido com um comunista em uma série de mal-entendidos. Uma das obras mais famosas de Chaplin, a comédia provoca risos, mas também promove uma crítica ferrenha à sociedade industrial e à movimentação política da época.

O Instituto de Cinema Norte-Americano listou Tempos Modernos entre os 100 melhores filmes do século e, na relação das 100 melhores comédias, o longa ocupa a 33ª posição. Memorável, a cena de Chaplin na linha de produção também inspirou Walt Disney (1901-1966) a criar um desenho estrelado por Pato Donald e um episódio da elogiada comédia I Love Lucy (1951-1957).

King Kong segura a bela Ann Darrow (Fay Wray): a cena entrou para a história do cinema

King Kong (1933)
O diretor Carl Denham (Robert Armstrong) leva uma equipe para uma ilha misteriosa para rodar seu novo filme. Lá, todos se deparam com um macaco pré-histórico gigante, que se encanta com a estrela do longa, Ann Darrow (Fay Wray). Porém, ele é capturado e levado para Nova York, onde se transforma em uma atração popular.

Clássico da ficção científica e do cinema de monstros, King Kong chamou a atenção em uma época em que os efeitos especiais ainda engatinhavam e eram feitos sem a ajuda de computadores. O longa é tão marcante que foi selecionado pelo Congresso norte-americano para fazer parte de sua biblioteca de documentos, onde é preservado por sua "relevância cultural, histórica e estética".

Roddy MacDowell (à esq.) e Kim Hunter com Charlton Heston em O Planeta dos Macacos

O Planeta dos Macacos (1968)
O astronauta George Taylor (Charlton Heston) sofre um acidente em sua nave e é obrigado a pousar em um planeta muito parecido com a Terra, mas no qual os macacos são a espécie dominante e dotada de fala, enquanto os humanos viraram escravos mudos e subjugados. Lá, Taylor lidera uma revolução que une macacos e homens contra um vilão enlouquecido pelo poder.

O longa foi indicado aos Oscars de melhor figurino e trilha sonora. Ganhou ainda uma estatueta especial por causa da maquiagem inovadora. O Instituto de Cinema Americano o listou entre as dez melhores produções de ficção científica do século 20 e o destacou na relação de frases mais marcantes do cinema: "Tire suas patas imundas de mim, seu maldito macaco sujo", dita pelo personagem de Heston, até hoje é lembrada (foi retomada em Planeta dos Macacos: A Origem, de 2011).

Clark Gable e Vivien Leigh são astros do épico ...E o Vento Levou: quatro horas de dramalhão

...E o Vento Levou (1939)
Épico grandioso no sentido mais literal da expressão, com quase quatro horas de duração, o filme conta a história de Scarlett O'Hara (Vivien Leigh), filha teimosa e determinada de um fazendeiro rico que vê sua vida mudar por completo durante a Guerra Civil norte-americana (1861-1865). Cercada por mortes, tragédias e destruição, a jovem tem um casamento por conveniência com o primo Charles (Rand Brooks), uma paixão proibida por Ashley Wilkes (Leslie Howard) e uma relação de amor e ódio com o charmoso Rhett Butler (Clark Gable).

Na época de seu lançamento, ...E o Vento Levou fez história no Oscar, com um recorde de 13 indicações. Ficou com oito estatuetas, inclusive as de melhor filme, diretor e atriz. Também venceu um prêmio especial por usar a cor como elemento dramático. Em 1989, foi selecionado para preservação na biblioteca do Congresso norte-americano.

Jeanne Moreau, Henri Serre (ao centro) e Oskar Werner: triângulo amoroso nada tradicional

Jules e Jim - Uma Mulher para Dois (1962)
Os amigos Jules (Oskar Werner) e Jim (Henri Serre) são inseparáveis, apesar das diferenças: o primeiro é um austríaco tímido; o segundo, um francês extrovertido. Além da paixão pelas artes e pela vida boêmia, os dois compartilham o amor por Catherine (Jeanne Moreau). Em meio ao caos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os três acabam envolvidos em um triângulo amoroso nada usual.

Obra característica da Nouvelle Vague, movimento do cinema francês que desafiava as regras da indústria nos anos 1960, Jules e Jim elevou o diretor François Truffaut (1932-1984) a um posto de destaque na sétima arte. Jeanne Moreau também entrou para o imaginário coletivo ao aliar sensualidade e inteligência como Catherine.

Os atores Humphrey Bogart e Ingrid Bergman vivem amor tumultuado no elogiado Casablanca

Casablanca (1942)
Rick Blaine (Humphrey Bogart) é gerente de uma casa noturna na cidade de Casablanca, no Marrocos, no início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além de música e bebida, o estabelecimento funciona como um porto-seguro para refugiados do conflito que buscam uma nova vida nos Estados Unidos. Mas Rick vê sua vida tranquila virar do avesso quando é procurado por Ilsa Lund (Ingrid Bergman), sua ex-amante, agora casada com Victor Laszlo (Paul Henreid).

O filme ganhou três Oscars (melhor filme, diretor e roteiro), mas foi indicado a outros cinco, inclusive uma de melhor ator para Bogart. O Instituto de Cinema considerou Casablanca o segundo melhor filme do século, e a música As Time Goes By também foi lembrada em segundo lugar na lista das melhores canções do cinema.

Grace Kelly e James Stewart em Janela Indiscreta: clássico de Hitchcock foi indicado a Oscar 

Janela Indiscreta (1954)
Depois de quebrar a perna em um acidente no trabalho, o fotógrafo L. B. Jefferies (James Stewart) se vê confinado a uma cadeira de rodas em seu apartamento. Sem poder sair de casa, limita-se a espiar a vida dos vizinhos pela janela. Porém, ele observa o que imagina ser um assassinato e precisa convencer a namorada (Grace Kelly) e um amigo policial (Wendell Corey) a investigarem o caso.

Mestre do suspense, o diretor Alfred Hitchcock (1899-1980) construiu mais uma obra-prima do gênero com a história, que foi indicada a quatro Oscars. Grace Kelly, pouco antes de abandonar a carreira para se tornar princesa de Mônaco, recebeu elogios por sua atuação no suspense: ela ganhou o prêmio de melhor atriz da Associação de Críticos de Nova York. O longa também foi selecionado para preservação na biblioteca do Congresso por sua relevância histórica e cultural.

O menino Danny (Danny Lloyd) encontra as assustadoras gêmeas (Lisa Burns e Louise Burns)

O Iluminado (1980)
Baseado no livro de Stephen King, O Iluminado conta a história de Jack Torrance (Jack Nicholson), um escritor que aceita a missão de tomar conta de um hotel isolado no meio das montanhas, onde pretende escrever sua próxima obra. Acompanhado da mulher, Wendy (Shelley Duvall), e do filho Danny (Danny Lloyd), Jack começa a ser atormentado pelo histórico do estabelecimento e fica violento.

Filme determinante nos gêneros de suspense e terror, O Iluminado não foi bem recebido em sua estreia, e inclusive recebeu duas indicações ao Framboesa de Ouro: pior atriz e pior diretor para o gênio Stanley Kubrick (1929-1999).

O tempo, porém, corrigiu as injustiças e o longa cravou seu lugar na história ao promover um debate sobre a natureza maligna do homem. Além disso a frase "Aqui está Johnny!", dita por Torrance ao quebrar a porta do banheiro com um martelo, entrou para a cultura pop e foi parodiada em diversos filmes e séries.

Zumbis criados por George A. Romero em 1968 inspiram mortos-vivos da ficção até hoje

A Noite dos Mortos-Vivos (1968)
Considerado o pai do zumbi moderno, o diretor George A. Romero (1940-2017) iniciou sua incursão pelo mundo dos mortos-vivos com esse filme, um marco do gênero. Conta a história de um grupo de sobreviventes, liderados por Ben (Duane Jones) e Barbra (Judith O'Dea), que se isola do resto do mundo para se proteger de um vírus que faz os mortos voltarem à vida.

Um fenômeno de bilheteria, A Noite dos Mortos-Vivos arrecadou US$ 30 milhões no mundo todo, muito acima de seu orçamento de apenas US$ 114 mil. O sucesso rendeu cinco sequências, produzidas entre 1978 e 2010, além de dois remakes. Mais do que isso, a obra de Romero inseriu os zumbis na cultura pop e abriu portas para produções como a série The Walking Dead _que Romero, inclusive, disse detestar.

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