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CRÍTICA

Coringa: Delírio a Dois quebra expectativas com sensibilidade, amor e música

DIVULGAÇÃO/WARNER

Lady Gaga e Joaquin Phoenix em cena de Coringa: Delírio a Dois

Lady Gaga e Joaquin Phoenix em cena de Coringa: Delírio a Dois: filme chega aos cinemas

IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 2/10/2024 - 14h00

Uma das principais estreias do cinema em 2024, Coringa: Delírio a Dois é mais um capítulo ousado desenvolvido para quebrar expectativas, sejam elas boas ou ruins. O filme de Todd Phillips dá sequência aos acontecimentos do longa-metragem de 2019 estrelado por Joaquin Phoenix, que agora divide a tela com Lady Gaga na pele da Arlequina. A obra se inicia em uma crescente fria que cai em números musicais criados para humanizar o vilão da DC.

Delírio a Dois começa com Arthur Fleck (Joaquim Phoenix) no Asilo Arkham, onde aguarda o julgamento pelos crimes cometidos no primeiro filme. A ambientação soturna e até silenciosa do primeiro ato chega ao clímax quando ele conhece Lee (Lady Gaga), que imediatamente se encanta pelo rapaz.

Se o Coringa de 2019 pesou a mão na violência explícita, a sequência deixa o sangue para trás e traz ao telespectador um olhar minucioso sobre a sociopatia do vilão da DC. Arthur Fleck é destrinchado em várias camadas.

O roteiro traz também os traumas de infância dele e sua relação conturbada com a mãe, que reflete no modo como Fleck lida com as mulheres. O turbilhão de sentimentos indecifráveis é transmitido por meio das canções.

A música surge como uma fagulha. Primeiro em um cantarolar de Lee, que escala para uma sequência de acontecimentos e constrói a narrativa e o relacionamento dela com o Coringa. O diretor Todd Phillips extrai todo o talento de Lady Gaga como cantora, mas escanteia seu lado atriz. Ela se sobressai nas performances musicais e quase não tem falas quando a narrativa caminha em um espaço mais linear, sem rodeios.

Um dos pontos altos do filme é a construção do amor do Coringa pela Arlequina, que depois passa para a desconstrução do protagonista. Phoenix e Gaga exalam química e magnetismo toda vez que estão juntos, em muitas cenas memoráveis. É impossível desgrudar os olhos ou deixar passar despercebido cada gesto de loucura --e amor-- dos atores.

Já a controversa parte musical, apesar de tomar grande parte de Delírio a Dois, fica em segundo plano. O filme tem por objetivo mostrar como Arthur Fleck se sente sendo o Coringa, e nada melhor, segundo a direção, do que transmitir isso com a música.

O suspense se mantém com o desdobramento do julgamento do vilão e também com a transição entre os corredores claustrofóbicos da prisão, que nos apresenta personagens tão vítimas do sistema quanto Fleck.

Coringa: Delírio a Dois não é tão empolgante quanto o primeiro filme. A jogada ousada de Todd Phillips em misturar cenários musicais coloridos vai dividir opiniões. Mais uma vez, o diretor nos apresenta um ponto fora da curva da fórmula das produções de super-heróis que já levaram milhares de fãs aos cinemas. A arte se funde à dura realidade dos personagens em camadas ásperas até culminar em um desfecho forte e decisivo.

Confira o trailer do longa, que chega aos cinemas na quinta (3):


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