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RODRIGO ALVAREZ

Jornalista conta por que se demitiu da Globo: 'Já não tinha o tesão de sempre'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

O repórter Rodrigo Alvarez em link para o Jornal Nacional, da Globo, em 2018

Rodrigo Alvarez em link da Tailândia para o JN: ele era escalado para grandes coberturas da Globo no exterior

DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 26/12/2019 - 5h08

O jornalista Rodrigo Alvarez surpreendeu meio mundo na semana passada ao pedir demissão da Globo, após 23 anos de casa. Aos 45, casado e com três filhos em crescimento, trocou uma das maiores emissoras do mundo por uma empreitada particular. Também trocou a França pela Flórida, nos Estados Unidos. Vai escrever mais livros. Prepara-se para lançar o décimo, Cristo.

Ex-correspondente nos Estados Unidos, Oriente Médio e Europa, Alvarez é um verdadeiro best-seller. Já vendeu mais de 800 mil exemplares dos nove livros que publicou nos últimos dez anos. Começou com reportagens sobre temas religiosos e se especializou em investigações históricas sobre o assunto, como Jesus e Maria. Recentemente, se aventurou na ficção científica.

Em conversa por e-mail com o Notícias da TV, Alvarez revela uma ponta de decepção com o Jornalismo, mas nega qualquer conflito com a Globo, para onde, não descarta, pode voltar mais para a frente. Confira:

"Não vejo como um ato de coragem [a demissão da Globo]. Acima de tudo é uma necessidade: me mover e experimentar a vida de outras formas. Sou muito jovem. Cheguei aos 45. É só o primeiro tempo e eu não iria ficar me repetindo quando já não tinha o tesão que sempre tive."

"Entusiasmo é uma coisa que tenho desde criança: sou movido a desafio, preciso estar sempre aprendendo, e não consigo me imaginar repetindo fórmulas ou mantendo conquistas. Acho que não estava mais me desenvolvendo --razões minhas mesmo, minha forma de ser-- e, desde que a internet passou a ditar o ritmo do jornalismo, o trabalho do correspondente, que sempre foi com grandes reportagens, ganhou um viés muito imediatista."

"Esse nunca foi o meu perfil. Daí os livros. Eles são o oposto do breaking-news-a-cada-segundo que a internet impôs a todos os meios de comunicação. Diante disso tudo (minha forma de ver as coisas, a mudança que a internet impôs ao jornalismo, o desejo de experimentar), senti que era importante me permitir começar de novo, valorizando exatamente aquilo que me levou ao jornalismo: o amor pelas palavras."

"Me mudei para a Flórida e aqui vou me dedicar aos livros, mas também a me atualizar, e ampliar horizontes. É bem possível que eu volte ao jornalismo, é possível que faça muitas coisas com a Globo, mas quero primeiro deixar o vento soprar."

"Acabo de lançar minha primeira ficção, O Primeiro Imortal, pela Sextante, e em breve vou lançar Cristo, a segunda parte da série que começou com Jesus - O Homem Mais Amado da História."

"Só tenho agradecimentos à Globo. Foram excepcionais comigo desde que entrei lá, menino, para aprender como se faz Jornalismo, até agora, quando o [o diretor-geral] Ali Kamel fez uma despedida muito gentil."


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