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ANÁLISE

Audiência da Globo envelhece e fica mais pobre; jovens fogem para o streaming

Evgeniy Shkolenko/iStock

Casal de pessoas idosas iluminadas pela tela de televisor; ela é loira e ele, careca com barba

Casal idoso assiste à telenovela: público com mais de 60 anos é o único que cresce na Globo

DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 2/5/2023 - 7h00

A audiência da Globo está ficando mais velha e mais pobre. De acordo com levantamento obtido com exclusividade pelo Notícias da TV, a participação do público de quatro a 24 anos no total do público da emissora caiu pela metade nos últimos sete anos. Enquanto isso, aumentou a participação dos que têm mais de 60 anos e menos dinheiro no bolso.

Os dados são preocupantes porque indicam que, a longo prazo, a Globo ficará sem público, já que não está havendo renovação, e as novas gerações não estão crescendo com o hábito de assisti-la. Revelam também o impacto que o streaming tem causado na TV aberta. O consumo de plataformas como Netflix e YouTube nos televisores cresce ano a ano e já é maior do que as audiências somadas de Record e SBT.

Sem programação infantil desde 2015, a audiência da Globo entre crianças e adolescentes está descendo a ladeira. Em 2017, a Globo conquistava 4,2 pontos na média diária (7h/24h) do PNT, o Painel Nacional de Televisão da Kantar Ibope, entre as pessoas de 4 a 11 anos. Esse índice caiu para 2,6 pontos no ano passado e está em 2,2 no acumulado de janeiro a março de 2023.

Os números são muito semelhantes nas faixas de 12 a 17 anos e de 18 a 24 anos. Nesses dois públicos, a oscilação foi de 4,8 pontos em 2016 para 2,4 em 2023. Na média, a Globo vem perdendo 1 ponto a cada três anos nesse segmento da população. Cada ponto no Ibope nacional equivale a 717 mil pessoas.

Nas faixas de 25 a 34 anos e de 35 a 49 anos, a audiência se manteve estável até 2020. Mas, de lá pra cá, vem caindo ano após ano.

Já entre os mais maduros, os números não variam muito. Entre os que têm entre 50 e 59 anos, a Globo registrava 9,7 pontos em 2017. Fechou 2022 com média de 9,1. Entre os que têm mais de 60 anos, a audiência chegou a subir de 10,8 pontos em 2016 para 12,1 em 2020. Atualmente, está em 11,2.

Audiência da Globo fica mais pobre

Outro ponto importante é o poder de consumo dos telespectadores, e nisso a Globo também vem perdendo competitividade. A participação dos mais ricos (classes A e B), que era de 6,8 pontos no PNT em 2017, caiu para 5,5 em 2022 e está em 4,9 neste ano.

Mais da metade da população brasileira, a classe C também está virando a cara para a Globo. A audiência da C1, de 7,2 pontos em 2018, baixou para 6,0 em 2022. Movimento diferente teve o público D e E, o menos favorecido. Essa população representava 8,3 pontos em 2016, chegou a 9,5 em 2020, no auge da pandemia, e caiu para 8,5 no ano passado. Em 2023 (até março), está em 7,9.

A Globo tem perdido audiência ano a ano. Neste século, viu fugir um de cada três telespectadores, como mostrou o Notícias da TV. Sua audiência média diária (7h/24h) no PNT oscilou de 17 pontos em 2017 para 14,3 no ano passado.

O crescimento das plataformas on demand explica boa parte dessa queda. Quando começou a ser medido pela Kantar Ibope, em 2020, o streaming abocanhava 6,0 pontos no PNT. Em 2021, cresceu para 7,6. No ano passado, já registrava 8,4. Até março de 2023, marcava 9,1 pontos.

O streaming da Globo, o Globoplay, está nesse pacote, mas não há dados disponíveis sobre sua audiência especificamente.


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