Tiago Leifert admite pressão para destroçar eliminados do BBB: 'Pulei na granada'

Tiago Leifert ficava no olho do furacão sempre que tinha de eliminar um participante do BBB, especialmente aqueles mais rejeitados. O apresentador admitiu que era pressionado para "massacrar" aqueles que saíam, no discurso ou na entrevista pós-programa. "Muitas vezes, me sacrifiquei e pulei na granada. Sobrou para mim. Eu era cancelado imediatamente após o programa. Preferi assim, porque minha função era manter o programa vivo até abril, maio", explicou ele.

O caso mais emblemático foi o de Karol Conká, eliminada com 99,17% dos votos, um recorde para o reality show. Ainda assim, Leifert preferiu manter sua postura. "Eu falava: 'Olha, eu vou te contar o fim do filme, vai ficar tudo bem. Vai demorar um pouco, vai ficar tudo bem'. E daqui um ano vão falar: 'Saudades, Mamacita... Esse elenco de planta... Saudades, Karol'. Mas, um ano antes, queriam matar a Karol'", contou o jornalista no Altas Horas deste sábado (6). 

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Pedro Bial, que esteve no programa de Serginho Groisman, ao lado de Domitila Barros, Nany People e a cantora Simone, também lembrou de seus tempos no reality show. Apesar de nunca ter enfrentado uma eliminação cuja rejeição foi tão alta, o veterano teve de se desdobrar para entender como fazer um discurso respeitoso e, ainda assim, manter o suspense para o público.

Uma das grandes motivações das pessoas para assistirem ao Big Brother é poder odiar sem culpa. Eles elegem aqueles a quem odiar, e odeiam, e defenestram... E o nosso papel como apresentador é absolver. Porque, na pior das hipóteses, foram crimes de opinião. Crime de opinião não é crime, só em Cuba, na Coreia do Norte, China, lugares assim. Nesse sentido, a gente está ali para abrir a vida: 'Acabou, foi só um jogo, aqui fora não tem ninguém que é só vilão ou só mocinho'.

Câncer de Lua

Durante a atração, Leifert também falou do tratamento de sua filha, Lua, que tem retinoblastoma --um câncer raro nos olhos. A menina segue fazendo quimioterapia e se submetendo a exames mensalmente. As notícias quase nunca são boas, mas ele prefere manter o otimismo e torcer para o melhor.

"Quando a nossa criança nasce, a última coisa que a gente quer é que ele fique doente. A gente muda todas as prioridades só para que eles não fiquem doentes. E, mesmo com toda a reza, mesmo com tudo o que eu queria, não deu certo. Ela ficou doente. Com a pior doença possível. E, mesmo assim, eu acho que hoje eu sou ainda mais otimista. Eu era um pessimista, e hoje eu não consigo mais. Eu preciso acreditar... Eu aprendi que não vale a pena", explicou ele.

O exame dela é de 20 em 20 dias. Se eu ficar 19 dias pensando que vai dar errado, que eu vou chegar lá e ter uma notícia ruim... E aconteceu muito, muito, tá? Eu não quero deixar vocês tristes num sábado à noite, mas é bem, bem difícil. Quase todas as vezes que a gente vai lá, a gente sai com uma notícia ruim, ou mais ou menos. Mas eu sempre vou esperando uma notícia boa porque, se eu ficar sofrendo 19 dias, eu estou sofrendo a mais. E não muda o resultado. 

O jornalista e a mulher, Daiana Garbin, tentam manter a fé e acreditar na força da criança. "Vai ser duro derrubar a gente, sim. A doença tenta, mas vai ser muito difícil derrubar a gente. A gente vai lutar muito até o fim. E a minha pequenininha, a minha neném... Não posso falar palavrão, mas ela é. Ela é demais. Ela é forte, minha pequena", completou. Serginho Groisman o consolou e lhe desejou boas energias.

O retinoblastoma é um tipo de câncer que aparece no fundo do olho, envolvendo as células da retina. Essa forma da doença é mais comum na infância e corresponde a uma média de 2,5 a 4% de todos os tumores pediátricos. O diagnóstico de Lua foi feito em outubro de 2021, e Leifert deixou a Globo às pressas para se dedicar ao tratamento da filha. Ele só comunicou o público do fato em janeiro de 2022.