NA RECORD
Reprodução/Record
Robinho durante entrevista ao Domingo Espetacular, da Record; jogador negou estupro de albanesa
Condenado a nove anos de prisão por estupro coletivo na Itália, Robinho admitiu que errou ao se aproximar da mulher albanesa por ser um homem casado, mas que não abusou dela. "Nunca fui santo, mas o fato de ter sido irresponsável e inconsequente não significa que sou criminoso", justificou o ex-jogador.
Robinho concedeu entrevista a Carolina Ferraz exibida no Domingo Espetacular, da Record, na noite deste domingo (17). Na conversa, ele afirmou que foi condenado sem provas e que estaria sendo vítima de racismo na Justiça italiana. "Sem sombra de dúvidas", resumiu ele.
"Ela faz uma falsa acusação, como se alguém tivesse dado bebida para ela ou se ela estivesse inconsciente, e nós temos provas de que não. Eu fui condenado por indução, mas eu nunca induzi ninguém a beber ou a estar lá. E eu tenho todas as provas de que isso não aconteceu. Como eu posso ser condenado se as provas mostram que não? Jamais eu cometeria um crime desses, nem nenhum outro", explicou.
Carolina questionou Robinho sobre para quem ele pediria desculpa caso tivesse a oportunidade. "Para a minha esposa, sem sombra de dúvidas, e para todas as mulheres que gostam de mim, que me acompanharam, viram os áudios fora de contexto. Peço perdão pelos áudios grosseiros que fiz. Sou falho, sou humano, mas criminoso nunca. Meus pais me deram educação, eu sei respeitar todo mundo, inclusive as mulheres", falou o ex-jogador.
"A mulher que me acusa de algo tão grave, tão bárbaro, ela lembra exatamente o que tinha acontecido no local, a cor da minha camisa, quantas pessoas estavam no local. Temos imagens de ela combinando com outra pessoa de só se aproximar de mim depois que minha esposa fosse embora. Isso prova que nada daquilo foi verdade", alegou o ex-jogador.
"Em nenhum momento ela estava alterada, mostrou um comportamento diferente, estava todo mundo se divertindo, brincando, temos imagens da mulher que me acusa dançando com outro rapaz. Não era um local violento, era bem calmo. E ela não aparentou em nenhum momento estar inconsciente", continuou ele, que afirmou não conhecer a mulher. "Aquele foi o único e rápido momento em que me aproximei dela."
"O que eu tive com ela foi muito rápido e eu saí do local, não sei o que aconteceu depois. Eu fui embora para casa, tinha que treinar no dia seguinte. A gente trocou beijos, mas foi rápido. Em nenhum momento ela me empurrou ou falou 'para'. Quando eu vi que ela queria continuar com os outros rapazes, eu fui embora para casa", contou Robinho ao Domingo Espetacular.
"Eu nunca neguei [que a beijei], mas foi consensual e depois eu fui embora. Poderia ter negado, porque não tem meu DNA na roupa dela, mas eu não sou mentiroso, não preciso mentir. Ela me acusa de algo sem consentimento dela. Os italianos fizeram exame toxicológico, era impossível ela estar inconsciente. Eu fiz exame de DNA, não deu nada meu no exame."
"Cometi meus erros, como qualquer ser humano, já resolvi com minha esposa há dez anos. Nunca fui santo, mas o fato de ter sido irresponsável e inconsequente não significa que sou criminoso. Existe uma diferença muito grande entre cometer um erro e cometer um crime", ressaltou o condenado.
Carolina Ferraz confrontou Robinho sobre áudios em que ele afirma que transou com a albanesa. Nas mensagens, ele solta frases como: "Não estou nem aí. A mina estava embriagada, não sabe nem quem eu sou", "Eu transei com a mina, ela fez sexo oral em mim, depois saí fora. Os caras continuaram lá" e "Ela é idiota, a gente vai dar um soco na cara dela".
Robinho alegou que foi forçado a gravar aquelas mensagens. "Os áudios estão fora de contexto, eram pessoas que estavam me perseguindo, querendo arrancar dinheiro. Eu falo muitas coisas controversas, mas eu estava querendo me livrar daquela situação que estavam me extorquindo", afirmou.
"Se pegar os áudios completos, você vai ver que estavam me pressionando. O que é verdade foi o que eu relatei e o que as provas mostraram. Meu DNA não estava lá, e ainda assim eu fui condenado", repetiu o ex-jogador.
Na próxima quarta (20), ocorrerá o julgamento que vai decidir se Robinho cumprirá sua pena no Brasil. "Eu espero do fundo do meu coração que a justiça seja feito. Espero que eles possam ver as minhas provas, que são gritantes. Espero que no Brasil eu possa ter a voz que não tive lá fora. Você quer falar, quer mostrar suas provas, que são tão importantes, mas para a Justiça italiana não foi", disse ele.
A apresentadora do Domingo Espetacular ainda questionou Robinho sobre o aumento de casos de atletas denunciados por estupro, como Daniel Alves e o técnico Cuca. "Todo ser humano comete erros, mas cometer crime, pode ser jogador de futebol, quem for, tem que pagar pelo que fez, o que não é o meu caso", insistiu o ex-jogador.
"Não gosto de falar pelos outros, o caso do Daniel Alves é bem diferente. Eu acho que nós, esportistas, temos que dar exemplo. Peço perdão a quem ouviu os áudios e acha que eu sou um monstro. Não sou. Sempre fui respeitoso com as mulheres. Crime eu nunca cometi."
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