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ISABEL GUERÓN

Premiada no cinema, atriz quebra rótulo de glamour da profissão em peça de teatro

Divulgação/Ana Migliari

Isabel Guerón tem expressão contemplativa em foto posada

Isabel Guerón é a autora e estrela do espetáculo Entressafra, que estreia nesta quinta (9) no Rio de Janeiro

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 8/1/2025 - 20h50

Em 2001, Isabel Guerón levou o Kikito de melhor atriz no Festival de Gramado por seu trabalho no filme Bufo & Spallanzani. O reconhecimento da crítica, porém, não rendeu a ela uma carreira promissora nas novelas: pelo contrário, seu maior trabalho na TV foi Andando nas Nuvens (1999), realizado antes do lançamento do longa.

Isabel nunca parou de trabalhar, mas focou seus esforços no teatro, espaço onde se sente mais à vontade. E onde, nesta quinta (9), estreia o espetáculo solo Entressafra --no qual mostra, com muito bom humor, que a vida de uma atriz não é o glamour que se imagina e que os dilemas que surgem entre um papel e outro são muito próximos da "vida real dos reles mortais".

"Só uma porcentagem muito pequena de artistas consegue viver com conforto. Os outros vão aprendendo a se equilibrar nas entressafras. Mas, às vezes, pode ser um período profícuo também, o próprio Entressafra em fiz em uma entressafra (risos)", conta Isabel ao Notícias da TV.

"Você tenta tirar o melhor dos seus espaços, das coisas que acontecem sem a gente prever. A peça é sobre esses momentos da vida. Eu até espero que ganhe uma dimensão maior do que a vida da atriz, porque é sobre a vida de todo mundo, o meu objetivo é atingir várias pessoas", declara a artista.

Entressafra nasceu como um livro, lançado em 2021 e que reunia crônicas escritas pela própria Isabel. "Eu produzia muito, resolvi fazer o livro, imprimi todos os textos, espalhei no chão para tentar achar uma ordem lógica, aí fui trocando as páginas de lugar e lendo aqueles textos em voz alta. Quando vi, já estava de pé na sala declamando tudo. Pensei: 'Olha como eu sou louca, já quero fazer uma peça' (risos). Quando o livro saiu, na pandemia, eu já estava pensando em um espetáculo."

Ao longo de 60 minutos, Isabel fica sozinha no palco, vivendo diferentes situações cotidiana --como uma reunião de pais na escola dos filhos, a descoberta de que precisa trocar os óculos, a venda do carro que descortinou, o trajeto do ônibus e outras experiências e reflexões.

Ela admite que não é fácil fazer um espetáculo solo. "Dá uma solidão, eu sinto isso já nos ensaios. A contracena é uma coisa muita rica, o outro ator te instiga, o inesperado fica mais presente quando se tem outra pessoa", aponta.

"Durante os ensaios, eu já entendi que minha relação com a plateia vai ser diferente. É muito mais de uma confidência do que de um mero espectador", adianta. "Mas, mesmo sozinha no palco, a gente nunca está totalmente sozinha também, porque o teatro é feito de equipes."

divulgação/memória globo

Isabel com Caio Blat em Andando nas Nuvens

E a TV, como fica?

Isabel teve uma experiência muito bem-sucedida com Andando nas Nuvens, em que sua personagem formava um triângulo amoroso com Thiago (Caio Blat) e Celi (Mariana Ximenes). A trama foi reprisada no canal Viva ano passado e, em novembro, disponibilizada no Globoplay.

Ela conta que rever o folhetim foi interessante. "Eu era uma pessoa tão diferente, tinha 23, 24 anos. Não tenho pudor de ver, mesmo quando acho ruim, eu acho bom (risos). Compreendo que aquela garota estava começando, aprendendo a trabalhar diante das câmeras. Foi uma delícia", valoriza.

Mesmo assim, seus outros papéis na TV foram menores, em participações limitadas. "Eu sou aquela pessoa que não tem trejeito para fazer lobby, para pedir oportunidade, para dar aquele telefonema... Talvez eu não tenha me empenhado como deveria, pode ser uma falha minha", reconhece.

"Sempre gostei de ser uma pessoa independente, e isso consigo fazer no teatro, me sinto à vontade no teatro, é a minha casa. Então, naturalmente, fui ficando no teatro. É gostoso fazer novela, não tenho nenhuma questão de achar que é menor, nada disso. Mas a TV é uma vontade coletiva, do autor, do diretor, do produtor de elenco, são coisas que fogem do meu controle."

"Eu gosto muito de trabalhar, muito mesmo. Sou apaixonada pelo meu ofício, de bons trabalhos, de bons colegas, independentemente do veículo. Acho que a gente tem que aprender que o 'não' não é pessoal, e eu só entendi isso quando ganhei o 'sim' de Bufo & Spallanzani. Muitas atrizes fizeram o teste, e eu fiquei com o papel. As coisas acontecem porque têm que acontecer."

Entressafra entra em cartaz nesta quinta-feira (9), no Espaço Abu (Av. Nossa Senhora de Copacabana, 429 - Loja E), em Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ). As sessões acontecem de quinta a domingo, sempre às 20h. Os ingressos custam R$ 60 (R$ 30 a meia) e podem ser comprados aqui.

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