Marcelo Adnet derrota aliado de Bolsonaro na Justiça e vai receber R$ 30 mil

Marcelo Adnet venceu uma ação contra Mario Frias, ex-secretário especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou o ex-ator a pagar indenização de R$ 30 mil por xingar o humorista e contribuir com ataques a ele nas redes sociais. A briga começou por conta de uma paródia publicada por Adnet, que satirizou Bolsonaro e Frias.

O Notícias da TV teve acesso à decisão de segunda (2), na qual consta que o político "teve o único objetivo de desmerecer o autor como profissional e pessoa". Além da indenização, o político também precisará deletar o post em que xinga o humorista no Instagram

Mario Frias disse que se sentiu ofendido pelas palavras usadas pelo ator e apresentador da Globo. Frias atacou a vida pessoal de Adnet e ainda usou sua infidelidade no casamento com a ex-mulher Dani Calabresa para criticá-lo.

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O juiz entendeu que o político perdeu a razão quando tentou humilhar Adnet com situações de sua vida pessoal, não relacionadas à paródia em si: "Não se limitando a tecer comentários, mesmo que negativos, sobre o vídeo por ele produzido, o que se comprova pela utilização de fatos de natureza meramente pessoal, que não possuem qualquer relação com o trabalho realizado pelo autor".

As palavras não possuem cabimento quando proferidas por um secretário de governo com o nítido intuito difamatório. Restou configurado o abuso no exercício do direito de liberdade de expressão, violando a honra e a imagem do autor, pelo que devem prosperar os pedidos iniciais, com a retirada da postagem ofensiva.

O que Marcelo Adnet fez?

Em um vídeo foi publicado em 4 de setembro de 2020, Marcelo Adnet fez uma paródia alusiva à campanha sobre "Heróis Brasileiros" lançada por Mario Frias naquela época. A Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República) também se manifestou contra a piada.

O ex-Malhação republicou o vídeo do comediante em suas redes sociais e escreveu um texto em que chamou o ator de "frouxo", "criatura imunda", "Judas", "falta de caráter", e ainda de "palhaço decadente".

"Agindo como se fosse um ser do bem, quando na verdade não passa de uma criatura imunda, cujo o adjetivo que devidamente o qualifica não é outro senão o de crápula. Um Judas que não respeitou nem a própria esposa traindo a pobre coitada em público por pura vaidade e falta de caráter", disparou o então secretário especial de Cultura.

"Um palhaço decadente que se vende por qualquer tostão, trocando uma amizade verdadeira, um amor ou sua história por um saquinho de dinheiro e uma bajulada no seu ego infantil e incapaz de encarar a vida e suas responsabilidades morais", criticou Mario Frias.

"Pior do que isso: conta vantagem por se considerar melhor que as outras pessoas. Mas isso tudo é só para esconder a solidão em que ele se encontra. Quem em sã consciência consegue conviver no mundo real com um idiota egoísta e fraco como esse? Onde eu cresci ele não durava um minuto. Bobão!", completou ele.