'CURA GAY'
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
O senador Magno Malta lamentou a morte da influenciadora Karol Eller nas redes sociais
[Alerta de gatilho: este texto contém informações que podem ser sensíveis a pessoas com depressão ou tendências suicidas]
Magno Malta (PL), senador pelo Espírito Santo, lamentou a morte de Karol Eller em suas redes sociais. A influenciadora morreu na noite desta quinta (12), um mês após anunciar que havia "renunciado à prática homossexual". O político recebeu críticas por afirmar que Deus preparava um homem para a ativista.
O senador realizou uma transmissão ao vivo em seu perfil no Instagram. Malta relembrou as últimas interações com a influenciadora, que havia se convertido recentemente ao protestantismo. Ele contou que estava animado com a nova fase de Karol.
"Quando você toma posição por Jesus, como ela tomou, o Diabo cresce e o inferno vem. Entrei em quase todas as lives dela, comentando. Na última live dela, eu falei: 'Deus está preparando uma família para você, quero muito estar no seu batismo. Deus está preparando um varão para você'. Não sei o que falar", disse, emocionado.
A fala de Malta foi desaprovada por internautas. "Imagina a pressão que essa menina passou nas mãos desses falsos cristãos. Não existe 'cura gay'. Isso é crime", criticou Lázaro, no X --antigo Twitter. "São muitos doentes de tanta maldade", detonou Angela. "Não foi suicídio, foi assassinato. Quem assassinou foi essa ideologia do mal", publicou Ismael.
O jurista Tiago Pavinatto se pronunciou sobre o caso em suas redes sociais. O ex-jornalista da Jovem Pan revelou uma conversa com Karol na última semana e reprovou a "cura gay". "Ela chorou ao dizer que estava fracassando em reprimir seu desejo por mulher", escreveu.
"As terapias de 'reorientação sexual' são sessões de tortura mental. Em 90% dos casos levam a quadro de ideação suicida. Em 100% dos casos agravaram quadros de depressão. Não misturem política com religião", continuou.
A influenciadora Karol Eller morreu aos 36 anos, em São Paulo. A ativista política ganhou popularidade em 2018, quando declarou apoio à eleição de Jair Bolsonaro para presidente do Brasil. Lésbica, ela contou que havia "renunciado à prática homossexual" depois de um retiro espiritual há um mês.
A ativista preocupou os seguidores ao compartilhar uma mensagem com tom de despedida em seu perfil no Instagram. Ela publicou um texto nos Stories com o endereço de onde estava, pediu para acionar o Corpo de Bombeiros e insinuou que tiraria a própria vida.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou no X que estava tentando ligar para Karol, mas não era atendido. "Alguém que está em São Paulo pode ligar para a polícia e ir no endereço?", pediu ele.
Momentos depois, a morte da influenciadora foi confirmada por ele. "Escrevo isso praticamente sem forças, mas infelizmente Karol Eller veio a óbito. Que o Senhor conforte a vida de seus familiares", desejou.
Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional.
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