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JULIANA x MESQUITA

Gentili quebra silêncio sobre acusação de estupro no The Noite e revela mágoa

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Com fones de ouvido, Danilo Gentili olha para a câmera na sala de uma casa

Danilo Gentili se pronunciou sobre a acusação de estupro feita por Juliana Oliveira nesta quarta (16)

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 16/4/2025 - 20h42

O comediante Danilo Gentili finalmente quebrou o silêncio e se pronunciou pela primeira --e, segundo ele, única-- vez sobre a acusação de estupro que a ex-assistente de palco do The Noite, Juliana Oliveira, fez contra Otávio Mesquita. O apresentador do talk show revelou sua mágoa com a amiga por ter dito que nem ele nem a equipe do programa fizeram qualquer coisa para ajudá-la depois do ocorrido.

Em um longo vídeo compartilhado em seu Instagram na noite desta quarta-feira (16), Gentili expôs áudios e telefonemas que teve com Juliana após ela entender que o que havia acontecido com Mesquita seria um estupro.

Nas gravações, tanto ele quanto o diretor do programa, João Mesquita, oferecem todo o apoio possível para a então assistente. Os dois, inclusive, sugerem que eles repassem a situação para a direção e o RH do SBT e também entrem com a denúncia na Justiça.

Juliana, porém, pede para que o caso não seja levado adiante e faz um único pedido: que ela não precise estar no palco do The Noite nas próximas vezes que Otávio Mesquita for entrevistado por Gentili. Tanto o apresentador quanto o diretor vão além e dizem que o empresário não será mais convidado. A assistente diz que isso será suficiente e agradece os dois pelo apoio.

Em um desabafo compartilhado na terça (15), Juliana disse que temia perder seu emprego caso denunciasse Otávio Mesquita publicamente e que só receberia apoio de Gentili se fosse "rica e branca" e não "negra e pobre". "Ô, Danilo, aconteceu debaixo do seu nariz e você não fez nada. Eu tenho que ser branca, rica, eu tenho que ser o quê para você me defender? A sua comoção é seletiva? Como é que é?", disparou a artista.

Silêncio intencional

Danilo Gentili também explicou por que demorou tanto tempo para falar sobre o assunto. "Muita gente estava me cobrando desde que essa história toda apareceu na imprensa, e eu particularmente não ia me manifestar. Pelo seguinte: o que eu tenho para falar e para mostrar, eu acho que não vai ser legal nem para Juliana, nem para Otávio Mesquita", começou.

"E aí eu pensei: 'Por que que eu vou aparecer só para atrapalhar?'. Esse é um um negócio da Juliana com o Otávio Mesquita, o Otávio Mesquita é que foi inconveniente, fez uma brincadeira idiota, a Juliana é que se sentiu lesada, eles que se virem, não tenho nada a ver com isso. Mas aí a Juliana me citou nominalmente. E, de certa maneira, fez a acusação, é uma acusação que ela faz. E é completamente mentira o que ela falou."

"Isso aqui é uma defesa porque o meu nome foi citado, não é defesa a Otávio Mesquita, não é apoio a Juliana, não é um ataque a Juliana, não é um ataque a Otávio Mesquita, não é uma defesa a Juliana, não é uma defesa a Otávio Mesquita. Essa é uma defesa ao meu nome, ao nome do diretor do programa e da produção do programa", ressaltou o comediante.

Gentili apontou que Juliana mentiu ao dizer que nunca denunciou Mesquita porque tinha medo de ser demitida, que ele e João viram o suposto estupro acontecem bem na frente deles e nada fizeram a respeito e também que ele só a apoiaria se fosse rica e branca. "Realmente, eu nunca fiz nada pela Juliana porque ela é negra", ironizou ele, obviamente magoado.

Achou que era apenas brincadeira

Danilo explicou que não havia participado do ensaio com Otávio Mesquita por não gostar do colega de emissora. "Eu não tava no ensaio, eu não tava em nada. Me falaram: 'Olha, ele vai descer pela corda, a Juliana vai ajudar ele, nós vamos ensaiar'. Eu falei: 'Beleza'. Aí chegou a hora de entrevistar, eu não sabia [o que ia acontecer]. Eu não gosto, tem coisas que eu gosto de saber só na hora, porque se eu achar divertido, eu me divirto, se eu não achar, eu sou espontâneo", justificou.

"E ele desceu, e eu confesso que eu não estava forçando para rir. Porque quando você vê um velho xarope [vestido] de Batman descendo de uma corda, eu comecei a achar divertido. Eu falei: 'Ah, tá bom, é Otávio Mesquita sendo Otávio Mesquita'. E achei divertida a brincadeira e me empolguei, entrei na brincadeira. E ele passa a mão no meu p*. Ele me bolina."

"Do ângulo que eu estou, estou vendo um velho com uma capa, fazendo as idiotices dele, que eu particularmente, quando você vê um velho desse na tua frente, você fala: 'Ah, velho, pô, vai tá bom, olha o xarope. Olha o xarope fazendo merda'. Eu me diverti, eu dei risada na hora. E ele vai mexer na mão na Juliana, do ângulo que eu estou, tem uma capa, tem movimento, tem um monte de mão, ele vira, pega no meu p*. Quando ele pega no meu p*, eu penso: 'Olha lá, Otávio Mesquita sendo idiota, sendo Otávio Mesquita de novo'."

"Aí a Juliana reclama, fala: 'Ah, ele passou a mão em mim'. O que acontece na minha cabeça ali na hora? Como poucos meses antes a Juliana estava fazendo uma matéria com o Otávio Mesquita no Clube das Mulheres, se esfregando nele, simulando cenas picantes, eu entendi que eles têm tal liberdade para isso. Se eu tivesse entendido qualquer coisa diferente disso, eu teria parado o programa na hora e não teria nem ido para o ar."

"O fato de estar no ar desde 2015 até hoje mostra que nenhum de nós achou que tinha alguma coisa errada. Eu pensei: 'Não, pouco tempo atrás ela tava se esfregando no Otávio Mesquita'. Eu não participei de ensaio nenhum, eu entrei para entrevistar, então eu pensei, 'isso aí deve ser coisa entre eles' e toquei."

"Aí a Juliana faz uma cara que tá put*, só que essa cara, vê o programa, quando eu xingo o Diguinho [Coruja], ele faz. Quando o Diguinho me xinga, eu faço. Quando a gente brincava que a Juliana não gostava, ela fazia, o Murilo [Couto] fazia. Então assim, na minha concepção que eu estava ali, eu vi uma capa, um monte de movimento, a Juliana num registro que tá put*, o Otávio Mesquita mantém e eu mantenho, e toco o programa."

"Na minha opinião era tudo um registro de uma palhaçada. Na minha opinião, eu não vi de onde eu estava o Otávio Mesquita passando a mão na Juliana, mas eu vi ele passando a mão no meu p*, ele pega no meu p*. A Juliana fala: 'Pegou, passou a mão', ele falou: 'Os peitos dela tavam duros'. Eu não sabia se ele passou a mão nos peitos ou se era só uma frase de um velho besta achando que isso tem graça", continuou Gentili.

"Eu falei: 'Ah, a Juliana gosta'. Por que a Juliana sempre fez esse papel de fã histérica, de menina atirada, ela pega a mão do João Kléber e põe na bunda dela. Essas coisas também, assim, foram coisas que surgiram no momento. Ninguém foi lá no camarim: 'João Kléber, eu vou pôr a mão na sua bunda'. São coisas do momento. Então, eu, quando vi aquilo, pensei: 'Toca o jogo, é do jogo, não me pareceu nada diferente'. E toquei a entrevista. E foi pro ar."

"Aí o que que acontece? Eu continuei no estúdio, eu e o João, fazendo uma série de entrevistas. No fim do dia, eu vou no camarim, a Juliana tá lá [e reclama]: 'Ah, tomar no c* esse velho do caral*, esse velho não sei o quê'. Aí eu falo: 'Que é que foi?'. 'Ele é folgado, ele é chato, né?'. Mas, de verdade, quando o Otávio Mesquita vai na Praça É Nossa, no camarim da Praça É Nossa, os caras falam: 'Esse cara é mala'. Ele vai no programa, você fala: 'Esse velho é chato'. Ele sempre faz alguma merd* inconveniente", apontou.

"E a Juliana reclamou: 'Pô, o cara chato do caral*, desceu lá, me passou a mão'. E na minha cabeça, o registro da reclamação da Juliana era a mesma reclamação que você sempre ouve fazer do Mesquita. 'Lá vem o velho chato com a brincadeira inconveniente'. O tom... E isso temos testemunhas e todo mundo junto. Isso estamos falando de 2015."

"O tom da Juliana, quando terminou o meu dia de gravação e eu cheguei no camarim, era de alguém que tava irritada com um velho mala que mais uma vez pesou, mais uma vez foi chato e inconveniente. Não de um estuprador. Se eu tivesse recebido naquele dia uma denúncia em um tom de estupro, a história seria outra", ressaltou o apresentador. "E acabou! Acabou o dia, nós fomos para casa, foi um dia normal de trabalho."

"Em dezembro de 2020, quatro anos e meio depois, a [Dani] Calabresa faz a denúncia do Marcius Melhem. Era pandemia, a gente estava prestes a voltar a gravar. Eu não tinha entendido que era uma denúncia de estupro. E somente nesse dia, quatro anos e meio depois, é que a Juliana me chama no WhatsApp e dá o peso de que o que aconteceu naquele dia foi um crime sexual", disse.

"Eu nunca tive a informação antes de que a Juliana sentiu que foi um crime sexual e que queria fazer tal denúncia. Porém, no dia que a Juliana fez essa denúncia, que ela confessa que não tinha como eu e o João sabermos disso, no dia que ela fez, todo o apoio que eu poderia dar eu dei para Juliana. Eu, o diretor do programa e a produção."

"Quatro anos e meio depois, quando a Juliana aparece dizendo que agora ela percebeu que sofreu um crime sexual... De todo modo, eu sou o líder de um programa e de um cast. E se eu tô na trincheira com as pessoas, e as pessoas chegam e me trazem uma situação, eu pego um fuzil e vou junto. Porque é isso que eu entendo que um líder tem que fazer", ressaltou.

"E quando a Juliana veio e me disse que sofreu um abuso, em nenhum momento eu questionei se aquilo foi um abuso ou não foi. O que eu falei é: 'Nós estamos na trincheira, nós somos da mesma equipe. Vem comigo e eu vou denunciar ele na polícia'. Ela diz: 'Não quero que denuncie na polícia'. Eu falo: 'Então, eu vou levar no compliance do SBT e nós vamos denunciar ele na RH do SBT'. O que ela me diz: 'Não quero que denuncie no SBT'."

"Eu falo: 'Então eu vou colocar o meu advogado à sua disposição, você vai conversar com ele e seja lá o que você quiser fazer, eu vou te dar suporte financeiro, jurídico, de apoio, porque nós somos uma equipe aqui e se você se sentiu lesada, eu estou com você'. Ela diz: 'Eu não quero nada dele, eu só quero que ele não vá mais lá'. Depois disso, eu proibi o Otávio Mesquita de ir ao programa, inclusive arrumei briga com ele. Blindei a Juliana, porque eu assumi toda a bronca."

"Eu proibi o Otávio Mesquita de entrar lá por causa da Juliana. E eu nunca expus a Juliana para que ele não fosse lá encher o saco dela. Aí você vai falar: 'Não, mas tinha que ter denunciado'. Eu queria ter ido na polícia, a Juliana não quis, não deixou. Eu queria ter denunciado no SBT, a Juliana não deixou. O que ela disse é: 'Eu não quero mais ele lá'. Eu falei: 'Se é isso que você quer, é isso que eu vou fazer'. Eu já achava Otávio Mesquita um mala, só que eu ainda recebia no programa. Eu mantinha a política da boa vizinhança, mas quando a Juliana não quis, eu matei no peito."

Procurado, o SBT mandou nota sobre o caso. "A propósito do episódio envolvendo a senhora Juliana Oliveira e o apresentador Otávio Mesquita, o SBT vem esclarecer que tomou, a tempo, todas as providências que lhe competia por meio do seu Departamento de Governança Corporativa."


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