PRETO OU PARDO
Reprodução/Instagram
Matteus Amaral participou do Seminário de Benzedores de Alegrete no fim de semana
Acusado de fraudar o sistema de cotas para estudar Engenharia Agrícola, Matteus Amaral afirmou que está atravessando um momento difícil por causa da "maldade" que outras pessoas querem fazer com ele. O ex-BBB se declarou como preto ou pardo para conseguir vaga na faculdade. Em comunicado, ele disse que sua matrícula foi feita por outra pessoa.
O gaúcho participou no sábado (15) do 8º Seminário de Benzedeiras e Benzedores de Alegrete e, no discurso, falou brevemente sobre a última polêmica de sua vida --sem citar especificamente sobre a acusação.
"Eu confesso que não é fácil lidar com tudo isso que eu estou vivendo agora. Agora, esses últimos acontecimentos, que foram coisas que as pessoas, por maldade, querem fazer", falou Matteus.
"Aprendi a ter fé, a sempre ser muito grato pelo que a gente tem na vida. Já passamos por alguns problemas, como todo mundo passa, e a fé sempre nos mantém de pé. Até no BBB, não foi fácil, na questão de julgamento, de lidar com a pressão de estar exposto, e eu sempre dobrava meu joelho lá e pedia para Deus e Nossa Senhora Aparecida que me mantivessem de pé", discursou.
"Enfim, quero agradecer por tudo que estou vivendo, agradecer a todas as pessoas que fazem de tudo para tornar as coisas melhores, quero agradecer a Deus por essa oportunidade de estar vivo, de ter saúde, de ter minha família e pessoas tão incríveis ao meu redor", finalizou o gaúcho.
Na sexta-feira (14), em um comunicado compartilhado em suas redes sociais, Matteus Amaral quebrou o silêncio e desviou da culpa de ter fraudado o sistema de cotas. O ex-BBB declarou que a matrícula na qual se declarava preto ou pardo foi feita por outra pessoa. Ele ainda se afirmou um "defensor ativo da igualdade racial e social".
"Recentemente, surgiram informações de que, em 2014, fui inscrito no curso de Engenharia Agrícola no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha sob a modalidade de cotas para pessoas negras. Esta nota tem como objetivo esclarecer as circunstâncias dessa inscrição e expressar minha posição a respeito", começou ele em Stories de seu Instagram.
"A inscrição foi realizada por um terceiro, que cometeu um erro ao selecionar a modalidade de cota racial sem meu consentimento ou conhecimento prévio. Entendo a importância fundamental das políticas de cotas no Brasil", postou.
"Por isso, lamento profundamente qualquer impressão de que eu teria buscado beneficiar-me indevidamente dessa política, o que nunca foi minha intenção", continuou o gaúcho.
"Reafirmo meu arrependimento por quaisquer transtornos causados e meu compromisso contínuo em ser um defensor ativo da igualdade racial e social. Agradeço a oportunidade de esclarecer este assunto e peço desculpas por qualquer mal-entendido que possa ter ocorrido."
O próprio Instituto Federal Farroupilha havia confirmado que Matteus se valeu de uma brecha na Lei de Cotas de 2012 para se declarar uma pessoa preta ou parda.
Em nota à Quem nesta sexta, a instituição afirmou que, quando o ex-BBB prestou vestibular, em 2014, a única exigência para o sistema de cotas era a declaração do próprio aluno. Também alegou que a única maneira de rever a fraude seria por uma denúncia --no entanto, ninguém o delatou na época em que ainda estudava.
"Em 2014, o estudante Matteus Amaral Vargas ingressou no curso de bacharelado em Engenharia Agrícola oferecido em conjunto com a Unipampa. A inscrição dele foi feita nas vagas destinadas a candidatos pretos/pardos. Essas informações constam no Edital no 046/2014, que é público e traz o resultado da seleção desse curso naquele ano", iniciou a Universidade em comunicado.
"Esse curso, oferecido em conjunto com a Unipampa, não é mais ofertado pelo IFFAR desde 2021. O Matteus Amaral Vargas também não é mais estudante do IFFAR. Em relação ao ingresso pelas cotas, é importantíssimo ficar claro que, naquela época, de acordo com a Lei de Cotas de 2012, o único documento exigido para a inscrição nas cotas era a autodeclaração do candidato", assegurou.
O IFFAR também explicou que não havia mecanismo disponível para checar a informação e não eram exigidos documentos para comprovar a etnia. "Assim como em outras instituições federais de ensino, não havia mecanismo de verificação ou comprovação da declaração do candidato."
"Os editais, contudo, continham a informação de que, 'a constatação de qualquer tipo de fraude na realização do processo sujeita o candidato à perda da vaga e às penalidades da Lei, em qualquer época, mesmo após a matrícula'", finalizou o comunicado.
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