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RETOMADA

Eterno Beiçola, Marcos Oliveira se recupera e tem agenda cheia após golpe e despejo

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Marcos Oliveira sorridente em fundo azul

Marcos Oliveira: ator teve recuperação surpreendente após crise e está com agenda cheia

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 29/12/2024 - 8h38

Mais conhecido por ter interpretado o Beiçola de A Grande Família (2001-2014), Marcos Oliveira passou por uma recuperação surpreendente após um período difícil. O ator, que havia sido vítima de um golpe e até sofreu uma ordem de despejo, se recuperou financeiramente e está com a agenda lotada de projetos para 2025. "Uma loucura", declarou.

Oliveira afirmou que está envolvido, atualmente, em diversas frentes de trabalho. "Estou fazendo um show onde canto músicas da MPB. É o Outros Tempos, que faço com o Daniel Ansor, um músico incrível. Mês passado tive três estreias no cinema no mesmo dia, de filmes independentes que ficaram em cartaz por menos de um mês, mas que seguirão carreira pelos streamings da vida", relatou em entrevista à coluna Play, do jornal O Globo.

"Para 2025, já tenho convite para outros quatro filmes até agora, sendo que um deles rodarei no final de janeiro no Rio. Em fevereiro estou me programado para ir a Portugal filmar o piloto de uma série de comédia sobre uma aristocrata que perde tudo. Farei uma senhora sessentona que, de duquesa, vira dona de casa. Eu amei o convite e topei na hora", contou ele, que deve passar alguns dias em Portugal e logo voltar ao Brasil por ter outros compromissos profissionais.

"Tenho um espetáculo para fazer em São Paulo, ainda em pré-produção. De abril até junho é com o cinema meu compromisso, sendo que em maio estarei filmando e ao mesmo tempo em cartaz no Nordeste do Brasil com outro espetáculo, As Loucas de Copacabana. Minha vida estará uma loucura. Além disso, tenho convites para projetos em fase de pré-produção que ainda não posso divulgar até estarem com contrato assinado", explicou ele.

O ator, de 68 anos, passou por um período muito difícil e não tinha dinheiro para se manter ou mesmo para tratar seus problemas de saúde. "Para nós que escolhemos ou que fomos escolhidos por essa profissão de artista, a vida financeira será sempre uma incógnita. Infelizmente eu não tive formação para ter outra profissão", declarou.

"Desde os 14 anos como office boy no centro de São Paulo, pegando três ônibus para chegar em casa e tendo que estudar ao mesmo tempo foi barra. Quando surgiu o teatro, eu me agarrei e viajei pelo mundo trabalhando, ganhando pouco, ajudando minha mãe de criação quando dava, morando onde dava, mas pelo menos satisfeito por fazer o que amo", complementou.

Ele afirmou que faz parte de um grupo de artistas representado pela Interartis (Associação de Gestão Coletiva do Setor Audiovisual), e busca uma melhor equiparação contratual para a classe.

"Há meses estamos nos reunindo e discutindo como melhorar as condições de nossa profissão, para que situações como a minha, que já cheguei na terceira idade, não sejam um sofrimento como é. Sofremos pelo etarismo no audiovisual e por sermos reféns de contratos injustos, onde nossa remuneração é desigual e o lucro do contratante é exponencial", apontou.

"Estou trabalhando, buscando trabalho e me engajando nas lutas da minha classe, onde espero, antes de morrer, criar condições justas para que estes jovens que estão aí e os que virão não passem pelo sufoco que hoje vivemos. E olha que eu fiquei quase dez anos sem trabalho algum", afirmou.

Golpe financeiro

Convidado para morar no Retiro dos Artistas, Oliveira contou que um dos motivos pelos quais a mudança não aconteceu foi um suposto golpe do qual foi vítima. Atualmente, ele briga na Justiça para que o homem que acusa de ameaça e estelionato seja condenado. 

"Não foi possível [me mudar para o Retiro], pois minha situação era outra. Ficaria sem minhas cachorras, estava sem minha aposentadoria, que foi comprometida pelo golpista. Aliás, foi por causa dele que minha situação chegou a este extremo", disparou.

"Enquanto eu estava acamado depois de uma cirurgia na pandemia, ele pegou meus cartões do banco, tirou foto minha e fez empréstimos que hoje já estão perto de 500 mil reais. Pelo menos a minha advogada conseguiu reaver uma parte e hoje estou recebendo. Enquanto isso, o caso voltou para a delegacia para ser investigado", acrescentou.

O ator reiterou que sua vida virou de cabeça para baixo principalmente depois de ter sido vítima desse golpe. Entretanto, percebe que, por ser idoso, seu caso não avança da maneira como deveria.

"Mesmo com testemunha, prova escrita, fotos e vídeos, não avançou. Com isso, não tive apenas o nome sujo e a vida para lá de exposta, mas perdi trabalhos que me davam a condição que eu tinha. Mas ele tirou isso de mim. E sobre isso nada é feito, mesmo ele tendo comprovadamente outros processos pelo mesmo crime com outros idosos. Não é preso, não é julgado, mas eu é que sou condenado a passar por isso e ainda ter que suportar todo o peso dos crimes que ele cometeu me usando", lamentou.

"Eu quero viver com dignidade para me manter com dinheiro que eu ganho com meu trabalho. Nada além disso. Por isso quero viver para lutar por melhores condições de trabalho para a nossa classe artística. Se houver melhores condições contratuais, não haverá miséria em nossa velhice", disse.

Oliveira finalizou a entrevista deixando claro que os artistas precisam lutar por melhores condições de trabalho, para que não cheguem a situações tão extremas na velhice.

"As pessoas me cobram ou atribuem um luxo que nunca tive sendo artista, mas só uma pequena parte sabe como não temos direitos iguais a um trabalhador de carteira assinada nem remuneração constante. Precisamos lutar pelo cinema nacional e ter mais espaço nas telas", reforçou.

"O brasileiro tem que se ver na tela e se reconhecer em sua identidade. Pelo fim do etarismo que coloca velho como um peso, e não como uma pessoa que precisa e tem os mesmos direitos de ser feliz, de ter acesso a uma alimentação adequada às suas necessidades, a saúde, a diversão e a tudo o que um ser humano precisa", finalizou ele.

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