LUTO
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Eloísa Mafalda como a vendedora de sanduíches Manuela, de Mulheres de Areia (1993)
REDAÇÃO
Publicado em 17/5/2018 - 11h46
A atriz Eloísa Mafalda, veterana conhecida pela beata Pombinha, de Roque Santeiro (1985), morreu na noite de quarta-feira (16) aos 93 anos, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Ela lutava contra a doença de Alzheimer desde 2002, quando abandonou a TV, e também sofria de insuficiência respiratória.
Conhecida por viver coadjuvantes que roubavam a cena, a atriz tinha no currículo papéis na controversa A Cabana do Pai Tomás (1969), Plumas e Paetês (1980) e Pedra Sobre Pedra (1992). Uma de suas poucas protagonistas foi a delegada Celeste, da pioneira série Delegacia de Mulheres (1990).
Seu último papel foi em O Beijo do Vampiro (2002), no qual interpretou a professora Carmem, mestra de boa parte da população da fictícia Maramores.
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Eloísa (à esq.) com os colegas de elenco de O Beijo do Vampiro, seu último trabalho na TV
Eloísa também gerou vários personagens que fariam mais sucesso nos remakes posteriores. Ela viveu, por exemplo, a matriarca dona Nenê na primeira A Grande Família (1972-1975), depois eternizada por Marieta Severo entre 2001 e 2014.
O mesmo ocorreu com a novela Gabriela (1975), na qual interpretou a cafetina Maria Machadão (depois vivida por Ivete Sangalo). Em Saramandaia (1976), ela viveu a parteira Maria Aparedeira, papel de Ana Beatriz Nogueira no remake de 2013.
Não parou por aí: em O Astro (1977), foi Consolação, depois defendida por Selma Egrei. E, em Paraíso (1982), interpretou Mariana, papel de Cássia Kis em 2009.
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Com Lucinha Lins e Ary Fontoura em Roque Santeiro: beata Pombinha marcou sua carreira
Atriz por acaso
Neta de italianos, Mafalda Theotto nasceu em Jundiaí em 1924. Virou atriz por acaso: seu irmão, Oliveira Neto, era locutor de rádio e convenceu Eloísa a fazer um teste para radioteatro. Ela foi aprovada e virou estrela da Rádio Nacional.
Das ondas da rádio, migrou para a TV Paulista, onde ficou até a emissora ser vendida para a Globo. Na nova emissora, fez mais de 40 trabalhos, entre novelas, séries e especiais. Também brilhou no cinema e no teatro.
Em 2002, quando foi diagnosticada com Alzheimer, passou a ter dificuldades para decorar textos e precisou recusar convites para novos trabalhos. Passou a ficar em sua casa em Petrópolis, com raras aparições em público _em 2012, deu uma entrevista para o Vídeo Show, onde relembrou sua carreira.
No mesmo ano, em uma entrevista ao blog do autor Aguinaldo Silva, a atriz declarou que não via Ivete Sangalo como uma Maria Machadão, e confessou ter ciúme de dona Nenê, alegando que nem assistia ao remake para não ver Marieta no papel.
A atriz foi casada com Miguel Teixeira por apenas três anos, entre 1958 e 1961. A relação, apesar de rápida, gerou dois filhos, Marcos e Mirian. Eloísa também deixa dois netos e dois bisnetos.
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