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Maguila no Instagram; boxeador campeão mundial morreu nesta quinta-feira (24), aos 66 anos
José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, morreu nesta quinta (24), aos 66 anos. O atleta ficou conhecido por ter se tornado uma verdadeira lenda do boxe. O ex-pugilista brasileiro foi campeão nacional, sul-americano e mundial na categoria peso-pesado. Por ter recebido repetidos golpes na cabeça durante sua carreira, ele foi diagnosticado com encefalopatia traumática crônica (ETC), doença neurodegenerativa progressiva.
A morte foi confirmada pela viúva do boxeador, Irani Pinheiro. Desde 2017, ele recebia tratamento paliativo e estava fora da mídia há alguns anos. Maguila aparecia somente em suas redes sociais, demonstrava dificuldade na fala e estava usando cadeira de rodas.
Nascido em Aracaju, capital de Sergipe, Maguila foi ainda jovem para São Paulo e começou trabalhando na construção civil para ajudar a família. Nas horas vagas, ele treinava boxe de maneira improvisada, usando pneus como alvos para seus golpes.
Seu talento chamou a atenção do locutor Luciano do Valle (1947-2014), que se tornou seu principal divulgador. O atleta teve acesso tardio a um treinamento correto de boxe, mas ainda assim conseguiu repetidas vitórias nos campeonatos brasileiro, sul-americano, das Américas e mundial de boxe.
Ele, inclusive, foi o primeiro brasileiro campeão na categoria peso-pesado pela Federação Mundial de Boxe (WBO). Sua carreira nos ringues se encerrou em fevereiro de 2000, depois que perdeu uma luta por nocaute para Daniel Frank.
Posteriormente, Maguila virou uma figurinha carimbada em programas de TV. O ex-boxeador foi comentarista econômico do Aqui Agora (1991-1997) e também fez parte do Show do Tom (2004). Em 2009, ele arriscou até uma carreira como cantor e lançou o álbum Vida de Campeão.
Maguila também se envolveu na filantropia e criou a ONG Amanhã Melhor, que leva o ensino do boxe para crianças e adolescentes de lugares carentes. Em 2010, ele tentou se eleger como deputado federal pelo PTN, mas recebeu apenas 0,1% dos votos.
O sergipano ficou internado durante dois anos após receber erroneamente o diagnóstico de Alzheimer. Depois de uma reavaliação, seu quadro foi corrigido para o de encefalopatia traumática crônica (ETC), conhecida como demência pugilística.
A doença, comum em boxeadores por conta dos golpes levados na cabeça, causa progressivamente o declínio cognitivo, alterações de comportamento e problemas de memória pela destruição dos neurônios.
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