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Juliana Lohmann

Atriz da Record diz ter sido estuprada por diretor de TV: 'Homem de família margarina'

REPRODUÇÃO/RECORD

Imagem de Juliana Lohmann como Cindy em Amor Sem Igual

Juliana Lohmann como Cindy em Amor Sem Igual, novela da Record; atriz disse que foi estuprada aos 18 anos

REDAÇÃO

Publicado em 13/7/2020 - 23h30

Juliana Lohmann, intérprete de Cindy na novela Amor Sem Igual, da Record, disse que foi estuprada por um diretor de TV quando tinha 18 anos. Segundo a atriz, o homem possui "uma boa imagem midiática de família margarina" e cometeu esse crime após ter consumido drogas em sua companhia, quando ela realizou sua primeira viagem sozinha para um trabalho.

"Me instalei no quarto do hotel e, em seguida, a convite dele, nos encontramos em seu apart, no último andar desse mesmo hotel, pra conversarmos um pouco sobre o roteiro enquanto esperávamos um sinal dos produtores para a realização do teste", disse a atriz em seu relato para a revista Cláudia

"Passamos o texto duas ou três vezes já no fim da tarde. Ele concluiu que a personagem exigia 'mais loucura' e me sugeriu que fumássemos maconha pra que a cena fosse relida posteriormente, argumentando que dessa forma descobriríamos novas nuances. Fiquei reticente, mas acabei aceitando. Dizer não para um diretor não é algo que uma atriz de 18 anos sabe exatamente fazer", relatou.

"Um trago foi o suficiente pra que eu ficasse completamente chapada. Em determinado momento, percebi que o contato que ele fazia comigo excedia o profissional", seguiu ela.

"Ele veio me beijar. Eu me assustei, disse que não queria. Foi uma completa surpresa acreditar que aquele homem, com sua boa imagem midiática de família margarina, pudesse se aventurar com outras mulheres. E ainda mais comigo. Não fazia a menor ideia de que eu seria atraente pra um homem como ele. Não queria e não sabia como fazer pra me desvencilhar do diretor do filme cujo teste, àquela altura, iria acontecer somente no dia seguinte, por causa da disponibilidade dos produtores".

No relato para a publicação, Juliana também contou sobre o preconceito que vivenciou de um ex-namorado quando revelou a ele o estupro.

"Ouvi que se eu realmente não quisesse ter transado, eu teria jogado um abajur na cara do sujeito. Eu e esse namorado tivemos um relacionamento relativamente duradouro por volta dos meus 20 anos, no qual constantemente sofri violências psicológicas, verbais e físicas", relatou.

"No término da relação, descobri que estava com uma DST. Eu só havia transado com ele durante a nossa relação. Na época, a ginecologista me disse que por causa disso talvez fosse difícil engravidar por vias naturais, caso um dia eu quisesse. Até hoje não se sabe até que ponto minhas trompas foram obstruídas", complementou.

Em seu perfil no Instagram, Juliana explicou que decidiu falar sobre essas violências que sofreu após um "processo muito longo de elaboração". "Ajo movida pela força da certeza de que não podemos mais nos calar. Precisamos falar sobre as estruturas de opressão sob as quais as mulheres estão submetidas, sobre o machismo, sobre violência doméstica, sobre relacionamento abusivo, sobre estupro", disse ela.

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Falar sobre o estupro que vivi aos 18 anos e as agressões provenientes de uma relação abusiva de tempos depois é resultado de um processo muito longo de elaboração. São acontecimentos que habitam meu íntimo de maneira muito profunda e constituem grande parte da mulher que me torno a cada dia. Essas memórias perduraram por tempo demais no silêncio e na dúvida que a estrutura patriarcal nos faz ter acerca das próprias marcas que nos infringem. Ajo movida pela força da certeza de que não podemos mais nos calar. Precisamos falar sobre as estruturas de opressão sob as quais as mulheres estão submetidas, sobre o machismo, sobre violência doméstica, sobre relacionamento abusivo, sobre estupro. Exponho esse relato no intuito de, além de jogar luz nessas questões, fazer com que outras mulheres, que talvez possam se identificar com tais acontecimentos, tenham mais clareza acerca das próprias experiências. Meu desejo, ao expor esse relato pessoal, é de denúncia. Não apenas da forma de operar desses homens, mas principalmente de um sistema. Esse isolamento me levou ao reencontro da coragem. Mas, nessa caminhada, tive pessoas que me deram a mão com muito amor. Obrigada @sayonarasarti @novacomunicacao pela confiança, escuta e parceria, e @claudiaonline @isadercole por ter me aberto esse espaço tão precioso. O link pra ler a matéria completa está na bio.

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