EM 2023
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No filme, ator de Pantanal viverá uma fada madrinha drag queen e cantará um dos números musicais
No ar como Zaquieu em Pantanal, Silvero Pereira já tem um próximo trabalho engatilhado no cinema. O ator será uma fada madrinha drag queen em Nós Somos o Amanhã, filme que discutirá a crueldade infantil no ambiente escolar. No longa, a fada madrinha drag vivida pelo artista surgirá numa participação especial, em que ele canta um dos números musicais. As cenas já estão gravadas, e o trabalho deverá ser lançado no próximo ano.
Escrito e dirigido por Lufe Steffen, o longa é um musical que se passa na década de 1980 e discute o bullying escolar em suas diferentes formas de discriminação: LGBTfobia, gordofobia, racismo, misoginia e machismo.
Em entrevista ao Notícias da TV, Silvero fala sobre a personagem, que será retratada como uma figura representativa para a criança gay. "Espero que seja uma obra de arte e reflexão capaz de gerar debate e, quem sabe, provocar mudanças", torce o ator, que diz ter aceitado fazer o papel pela sensibilidade na forma e no conteúdo do roteiro.
"Conheço e admiro o trabalho do Lufe já há algum tempo e sei de seu comprometimento na junção de arte e questionamento social", acrescenta Pereira, que descarta polêmicas com a obra. "O filme não é sobre e nem busca essa questão [polêmica]. A forma do filme é lúdica e segue um lugar de identificação, catarse, empatia", define o ator.
Além do elenco fixo de adultos que interpretarão crianças, Nós Somos o Amanhã contará com outras participações especiais, como a de Claudia Ohana e do cantor Rico Dalasam.
Steffen, diretor do filme, foi o responsável por criar o documentário São Paulo em Hi-Fi, que faz um resgate da noite LGBTQIA+ da capital paulista nos anos 1960, 1970 e 1980.
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Silvero Pereira como Zaquieu em Pantanal
Na última semana, Silvero Pereira publicou um artigo em sua coluna no jornal Diário do Nordeste intitulado "Quem protege a criança viada da homofobia?". O texto, que vem acompanhado de uma foto do ator na infância, revela um trauma vivido pelo ator: ser uma criança afeminada no ambiente escolar.
Questionado pelo Notícias da TV sobre o assunto, o ator confessa que não é fácil falar sobre o tema. "Hoje, com 40 anos, me sinto preparado psicologicamente para abrir a pauta pois levei anos tentando superar esse trauma. O assunto existe e é recorrente, não podemos calar essas informações pois elas se repetem e devem ter atenção devida da família e da escola. É uma questão de proteção, não de sexualização", defende.
Para ele, assuntos que envolvam a proteção das crianças homossexuais devem ser pauta em todos os lugares. "Se ficarmos cegos a essas questões, seremos coniventes com elas", pontua Pereira.
No artigo, o ator deixou claro que não estava se referindo a desejos sexuais, que obviamente não existiam na infância, mas à vontade de brincar com o que quisesse e sentir-se à vontade. "Falo de estar em contato com outras crianças e ser plenamente feliz nessa fase da vida que precisa tanto ser preservada, nessa fase da vida em que se constrói o adulto do futuro", escreveu.
Em seu perfil no Instagram, Silvero Pereira postou a capa do artigo e disse que por ser uma criança afeminada, já nos primeiros dias de escola, sentiu olhares de julgamento e correções de comportamento sobre como sentar, como se vestir e com quem brincar. Para ele, no entanto, a pior parte era o banheiro. "Eu, simplesmente, não o frequentava. Prendia o xixi o dia inteiro e só fazia quando chegava em casa, nunca no banheiro do colégio", revelou o ator.
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