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ÚRSULA CORONA

Após descobrir tumor na cabeça, atriz lança série sobre olimpíada indígena

Leandra Benjamin/Divulgação

Úrsula Corona com trajes típicos em gravação da série Jogos Mundiais dos Povos Indígenas - Leandra Benjamin/Divulgação

Úrsula Corona com trajes típicos em gravação da série Jogos Mundiais dos Povos Indígenas

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 22/2/2017 - 5h17

A atriz e apresentadora Úrsula Corona, 34 anos, passou por uma experiência mística durante a gravação da série documental Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que estreia nesta quarta-feira (22) no Canal Brasil. Enquanto entrevistava uma índia russa, foi avisada pela mulher de que estava com um câncer na cabeça. Ela havia sido diagnosticada semanas antes, mas não tinha contado sobre o tumor para ninguém.

"Hoje, falo abertamente sobre isso porque estou curada. Eu tinha descoberto o câncer um pouco antes, já estava tomando remédios, fazendo o tratamento. Mas essa russa, a Alexandra [Grigorieva, do povo indígena Sakha, da Sibéria], olhou para mim e, de alguma forma, conseguiu enxergar um pequeno tumor. Ela é especialista em medicina tradicional siberiana, tem um conhecimento que a gente nem imagina", conta Úrsula.

A atriz não desanimou com os diagnósticos e preferiu encarar a doença de frente. "Fui em nove médicos diferentes. Sete me disseram que eu precisaria passar por uma cirurgia, fazer quimioterapia. Só a Cencita Cordeiro, do Inca [Instituto Nacional do Câncer], e a Mônica Gadelha, do Instituto Estadual do Cérebro, falaram que meu caso não era assim. E não foi mesmo", lembra. 

Reprodução/TV Globo

Úrsula se emocionou ao falar do tumor em participação no Encontro com Fátima Bernardes

 Com a experiência de quem conviveu com o inexplicável em sua incursão pelo mundo indígena, Úrsula defende o poder do pensamento positivo. "As palavras assustam, estão muito pesadas. Isso interfere no nosso destino. Eu prefiro focar no outro lado, me treinar para pensar positivo, como as pessoas treinam os músculos na academia e o cérebro na escola", diz.

Apesar dos desafios, Úrsula não mudou sua concepção quando o tumor veio à tona. "Quando recebi o diagnóstico, não me perguntei 'por quê?', mas 'para quê?'. Foi uma experiência que só me fortaleceu. Minha vida é toda perfeita, estou trabalhando, feliz, vou ficar reclamando de tudo?", questiona.

Leandra Benjamin/divulgação

Úrsula (segunda à dir.) posa com índigenas presentes na cerimônia de abertura da competição

Paixão indígena no sangue
A série do Canal Brasil mostra os bastidores da primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que aconteceu no Tocantins em outubro e novembro de 2015. Mais de 3.000 competidores de 23 países disputaram provas como arco e flecha, cabo de guerra, futebol e o xikunahati _modalidade que se assemelha ao vôlei, mas no qual apenas a cabeça pode ser usada para tocar a bola.

A produção tem cinco episódios dirigidos por Marco Altberg e, segundo Úrsula Corona, não pretende apenas mostrar as competições entre os indígenas do mundo todo. "Aproveitamos a cultura indígena para tratar de família, vivência, natureza, até moda. Tem uma estilista pataxó que é um escândalo, já participou até da São Paulo Fashion Week", conta a atriz e apresentadora.

A relação com os indígenas vem do sangue: ela é chamada de "índia branca" porque seu bisavô era cacique. "Meu envolvimento com os Jogos aconteceria independentemente do programa para o Canal Brasil, porque eu fui convidada pelos índios. Mas percebi que eu estava indo para um mundo completamente diferente, estaria nesse ambiente ao qual pouca gente tem acesso. E senti uma vontade de compartilhar isso com o máximo de gente possível", diz.

Com o programa, Úrsula espera chamar um pouco mais de atenção à causa indígena. "Hoje, há empresários e políticos que cercam as tribos, queimam idosos e crianças para se apropriar das terras deles. E os índios poderiam ser ótimos exemplos, eles têm a vida mais simples e justa que todo mundo procura. Acho que a série, no mínimo, vai fazer o espectador viajar, aprender e agradecer", torce.

Atualmente, Úrsula está em Lisboa, onde grava a novela Ouro Verde, da emissora portuguesa TVI. Ela divide a cena com outros brasileiros, como Zezé Motta, Sílvia Pfeifer e Adriano Toloza.

Estevam avellar/tv globo

Úrsula com Daniel Dantas em gravação de O Astro, um de seus trabalhos marcantes no Brasil

"É diferente de gravar no Brasil porque eles têm uma frente de capítulos muito grande, já gravei o capítulo 10 e o 40 no mesmo dia, então preciso de muita atenção para saber como a personagem está naquele momento. Mas o retorno do público é ótimo, a novela é um sucesso, só tenho a agradecer", valoriza ela, afastada da TV brasileira desde Totalmente Demais (2016), na qual interpretou a assistente social Cláudia.

Há cinco anos dividida entre o Brasil e Portugal, Úrsula deve voltar ao Rio de Janeiro para rodar o filme Tudo Errado, dirigido por Paulo Halm. "Quero estar cada vez mais no meu país, porque acredito que é por meio da arte que conseguimos sensibilizar o povo. Os artistas precisam se unir para termos uma voz bem forte", finaliza.


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