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Programa de fofoca

Décio Piccinini admite 'estremecimentos' com Mara Maravilha no Fofocalizando

Leonardo Nones/SBT

Mara Maravilha ao lado de Décio Piccinini no estúdio do programa Fofocalizando, do SBT - Leonardo Nones/SBT

Mara Maravilha ao lado de Décio Piccinini no estúdio do programa Fofocalizando, do SBT

FERNANDA LOPES

Publicado em 23/2/2017 - 6h21

Um dia depois de receber um telefonema de Silvio Santos, diretamente de Orlando (Estados Unidos), Décio Piccinini já estava no SBT para acertar os detalhes de sua participação no Fofocalizando. O jornalista de 71 anos estreou no programa em 23 de janeiro e, logo de cara, teve atritos com Mara Maravilha. No ar, o ex-jurado do Show de Calouros demonstrou desconforto e, nos bastidores, teria chamado a evangélica de "Exu-Mirim". Piccinini admite que houve "estremecimentos", mas sustenta que os dois já se adaptaram à presença e às opiniões um do outro.

"Tudo é uma questão de adaptação. Talvez a Mara estivesse mais acostumada a fazer o programa que eles tocavam antes, e que tem profundas diferenças com o que fazemos [hoje]. Você não pode se deixar levar pelas suas paixões quando está em um programa que tem cunho jornalístico. Não pode ser brincalhão, leviano, ao comentar uma morte. Se houve algum tipo de estremecimento nos primeiros dias, depois acho que tudo se ajeitou. Há aquelas arestas que precisam ser aparadas, Mara acabou entendendo. Nós estamos formando um time", diz.

Piccinini entrou no Fofocalizando (nova versão do Fofocando) no lugar do Homem do Saco, personagem de Dudu Camargo, nova aposta de Silvio Santos. Mara faz parte do elenco fixo do programa desde setembro de 2016, e, com opiniões controversas, já irritou tanto os colegas Leão Lobo e Mamma Bruschetta quanto convidados da atração _ela chegou a fazer um barraco no ar com Lívia Andrade.

No final de janeiro, os telespectadores notaram que a relação entre Piccinini e Mara era permeada por alfinetadas. Em seu terceiro programa, cansado de ouvir comentários de Mara sobre as notícias, o jornalista desabafou: "Meu contrato não me obriga a aguentar isso".

Em relação às farpas que já trocaram, Piccinini afirma que tudo faz parte do show. "Quando acontece de um retrucar mais fortemente o outro, você sabe que nós estamos fazendo um show de televisão, em que isso é muito desejado pelo telespectador. Se noto que o programa está muito morno, posso até mudar de opinião para poder ser mais contrário àquilo que foi dito, para discordar. Senão não tem debate, todo mundo diz 'também acho'", explica. 

reprodução/sbt

Mara Maravilha e Décio Piccinini chegaram a discutir nos bastidores do Fofocalizando

Essa não é a primeira vez que Piccinini e Mara trabalham juntos: os dois foram jurados do Show de Calouros no SBT, na década de 1980. Leão Lobo também participava do programa, e Piccinini conta que os dois são grandes amigos até hoje.

"É muito legal poder trabalhar novamente com o Leão. Tenho um grande respeito e admiração por ele. A gente tem uma relação fora daqui, se frequenta na medida do possível, marca de ir junto a eventos. Tem esse tipo de química entre nós. O Luís Henrique [Benincasa, a Mamma Bruschetta] também é amigo de longa data, fazia o Show de Calouros com a gente. É muito legal trabalhar com gente transparente", declara.

Além do Fofocalizando, Piccinini continua com sua participação no Programa do Ratinho e com uma atração semanal na Rede Brasil. Amigo de Silvio Santos desde os anos 1970, quando assinou o primeiro contrato com ele, o jornalista conta que a ideia do "patrão" ao trazer o Fofocalizando de volta para as tardes do SBT era tentar fazer uma nova versão do programa de rádio Falando Francamente, dos anos 1970.  

Na atração, quatro integrantes debatiam notícias, e Silvio Santos era mediador. Do elenco original, só ele e Piccinini continuam vivos. "A única diferença é que no Falando Francamente a gente tentava ser mais impactante para mostrar a realidade dos fatos. Aqui, apesar de também sermos contundentes, tentamos mostrar o lado bom das coisas. Mostrar que tudo tem um lado que pode ser levado pelo menos com um pouco menos de pessimismo", ressalta.

reprodução/sbt

Silvio Santos ao lado de Pedro de Lara e Décio Piccinini no Show de Calouros, nos anos 1980

Ao longo de sua carreira, Piccinini trabalhou em rádios, criou e editou revistas. Na TV, começoou em 1968. Foram 26 anos ao lado de Silvio Santos. O jornalista é homenageado na exposição dedicada ao dono do SBT no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo e se emociona ao relembrar sua trajetória profissional.

"Silvio sempre foi um cara legal, sempre foi muito receptivo. Agora estou num novo retorno. É muito emocionante para mim pela minha idade. Ser convocado em casa aos 70 anos para fazer alguma coisa... Quando isso acontece é muito legal, fiquei muito satisfeito. Sem contar que eu era um jornalista como outro qualquer e de repente Silvio me transformou em um nome conhecido no Brasil inteiro. Sou super grato a ele", conclui.


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