DA GLOBONEWS
Reprodução/YouTube
O âncora Marcelo Cosme em participação no podcast Põe na Roda; pai se recusou a conhecer genro
Alvo de uma piada homofóbica realizada no Programa Pânico, da Jovem Pan, o jornalista Marcelo Cosme já encarou o preconceito por causa de sua orientação sexual dentro de sua casa. O pai do âncora da GloboNews se recusou a conhecer o próprio genro, o médico Frankel Brandão.
"Toda a minha família conhece o Frankel, menos o meu pai. A gente já foi ao Rio Grande [do Sul], e a gente ia ficar na casa dos meus pais, mas meu pai falou: 'Não estou preparado para te ver com outro homem, você é meu filho, mas não aceito'", contou Cosme no podcast Põe na Roda em junho de 2023.
"Falei: 'Mãe, f*deu, meu pai não quer que eu vá'. E minha mãe falou: 'Não, você vem! E seu pai que vá para a fazenda fazer qualquer coisa, que você é meu filho e vai ficar aqui'", lembrou ele.
O jornalista justificou que o pai é um senhor gaúcho, do interior do Rio Grande do Sul e, portanto, mais conservador. Já ciente de que a reação do patriarca seria complicada, Cosme preferiu se assumir gay para o resto da família antes. "Meu pai é a pessoa que lida de maneira pior, ou menos melhor, com essa questão."
"As minhas irmãs ficaram sabendo há mais tempo. [Para] Minha mãe contei há um tempo atrás. E ela disse aquilo que toda mãe fala: 'Eu te amo, você é meu filho para sempre, mas eu me preocupo com o mundo, com os outros, com o que você vai sofrer'. Só depois de dois anos que eu contei pro meu pai", explicou.
Apesar da situação, o âncora do Em Pauta afirmou que não se incomoda mais com a rejeição do pai. "Não me fere. Não vou deixar de celebrar as minhas conquistas ou de amar meu marido publicamente por causa do meu pai. Isso é uma questão que ele tem que lidar, não sou eu. Para mim, está resolvido. Tem ainda o incômodo, mas não dá pra dizer que eu sofro por causa disso, que se transformou um problema para minha família."
Minha família inteira conhece meu marido. Ele é médico do meu filho [Eduardo Cosme, de uma relação anterior], das minhas tias. A única pessoa que se abstém disso é o meu pai. Eu respeito, mas isso é um problema dele, não meu. Não vou deixar de celebrar, nem de amar, por causa do meu pai.
Emílio Surita, apresentador do Pânico, debochou de Marcelo Cosme durante o Pânico. O comunicador fez uma piada homofóbica sobre a maneira como o jornalista, assumidamente gay, se expressa durante seu trabalho na TV.
No programa humorístico, Surita caminhou pelo estúdio e fez gestos para imitar Cosme. "Bem GloboNews. Como chama aquele cara que faz o programa à noite? Marcelo… Estamos aqui com um programa maravilhoso. Ele é muito solto", disparou Surita, exagerando nos trejeitos.
Após a repercussão do vídeo, Déa Lúcia, mãe de Paulo Gustavo (1978-2021), se revoltou com a situação e compartilhou um recado contra Surita por meio de seu Instagram: "Estou muito indignada ao ver meu querido amigo, Marcelo Cosme, sendo alvo de ataques homofóbicos na televisão".
"A homofobia é inaceitável e não tem lugar na nossa sociedade. Quero deixar claro que estamos ao lado do meu amigo neste momento difícil. Todos nós merecemos respeito", continuou ela.
Marcelo Cosme deixou seu agradecimento à mãe de Paulo Gustavo por meio dos comentários do post. "Amo a senhora. Muito obrigado. A senhora e seus filhos são exemplos para todos nós", reagiu ele. Outros famosos também saíram em defesa do jornalista.
Em nota, o canal de notícias pediu perdão pelo comportamento de Surita:
"A Jovem Pan pede sinceras desculpas pelo ocorrido na edição de terça-feira, 23 de julho, do Pânico. O programa fez uma brincadeira muito infeliz citando o nome de Marcelo Cosme. Todavia, a atração não teve nenhuma intenção de discriminar o profissional em questão. De toda forma, nos comprometemos a não repetir mais o tratamento descortês ocorrido ontem. A Jovem Pan lamenta o ocorrido e deixa registrado sua admiração pelo trabalho de Marcelo Cosme."
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.