Agnaldo Rayol: Cantor já foi galã de novela e tem músicas em trilhas marcantes

O cantor Agnaldo Rayol, que morreu na madrugada desta segunda (4) após sofrer uma queda em casa, teve uma trajetória marcante na televisão. Da atuação à interpretação de músicas em novelas, o artista fez história em seus mais de 70 anos de carreira. Na TV, destacou-se como galã na Record, durante as décadas de 1960 e 1970, e nas trilhas sonoras de O Rei do Gado (1996) e Terra Nostra (1999), da Globo.

Neto de italianos, ele começou na vida artística aos cinco anos, no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu. Ele estreou como cantor no programa Papel Carbono, da Rede Nacional. Aos 12 anos, foi aos cinemas com o filme Também Somos Irmãos (1949).

A experiência em frente às câmeras abriu espaço para o ator na TV. O primeiro convite para apresentador foi da TV Continental (1959-1971), do Rio de Janeiro.

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Ele comandou o programa Agnaldo e as Garotas em 1960. Na sequência, teve um papel de destaque em Mãe (1964), protagonizada por Lolita Rodrigues (1929-2023), e foi o mocinho de O Caminho das Estrelas (1965). Ambas as novelas são da extinta TV Excelsior (1960-1970).

No auge da carreira musical, ele ganhou programas próprios na Record: o Agnaldo Rayol Show (1967), o São Paulo, Meu Amor (1969) e o Cancioníssima (1970).

Pouco depois, veio o convite para as novelas da emissora. Galã, ele protagonizou as tramas A Última Testemunha (1968), As Pupilas do Senhor Reitor (1970), Os Deuses Estão Mortos (1971) e Sol Amarelo (1972). Depois, foi para a também extinta TV Tupi (1950-1980), onde apresentou Domingo É Dia de Show (1973-1974) e atuou em Como Salvar Meu Casamento (1979).

Mais tarde, foi para a Band e fez as novelas A Deusa Vencida (1980) e Dulcinéa Vai à Guerra (1980). Ainda integrou o elenco de Os Imigrantes (1981), na Band --a primeira fase de sua parceria com o autor Benedito Ruy Barbosa.

Dez anos depois, ele foi convidado a integrar a trilha sonora de outra novela do autor: O Rei do Gado. Ele gravou Mia Gioconda com Chrystian (1956-2024) e Ralf, canção que se tornou tema de Geremias Berdinazzi --vivido por Raul Cortez (1932-2006). O ápice da parceria entre cantor e autor foi em Terra Nostra (1999), na qual Rayol cantou a música da abertura, Tormento d'Amore, ao lado da inglesa Charlotte Church.

A partir de 1983, apresentou ainda o Festa Baile, na TV Cultura. Deixou o programa em 1990 e, a partir de então, fez apenas participações pontuais na televisão.

O artista ainda atuou em mais 12 filmes e lançou 56 discos. Seu último álbum foi O Amor É Tudo, lançado em 2011. Ele morava em Santana, na zona norte de São Paulo, e morreu após sofrer uma queda e bater a cabeça.

O cantor chegou a ser atendido pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu. A informação foi confirmada pela família à imprensa na manhã desta segunda.