DERMATOLOGISTA RESPONDE
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Natália Deodato em apresentação do BBB22: sister demonstrou orgulho e superação por ter vitiligo
Uma das participantes de maior destaque entre os anônimos do BBB22 por não ter medo de soltar opiniões sobre qualquer tipo de assunto, Natália Deodato é a primeira competidora da história do reality show da Globo que tem vitiligo, uma doença autoimune. As manchas na pele da mineira têm despertado curiosidade dos telespectadores, que passaram a pesquisar sobre essa condição.
Em seu vídeo de apresentação, ela contou que as manchas começaram a aparecer quando tinha apenas nove anos. Hoje, aos 22, a modelo tem parte do corpo coberto pelos pontos brancos e lida bem com a situação.
"Iniciou com uma mancha bem pequeninha no olho, outra bem pequena na nuca e no joelho. Em questão de um mês, eu já estava toda pintadinha", explicou. "Até a gente descobrir, depois de um ano e meio, que era o vitiligo, eu tinha vergonha, me tapava, usava muita maquiagem", complementou.
"Foi quando em decidi encarar isso de peito aberto. Essa sou eu, é assim que eu quero que as pessoas me vejam, e é assim que vão ter que me respeitar", declarou ela.
O Notícias da TV conversou com o dermatologista Caio Castro, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, para tirar as principais dúvidas sobre o tema. Veja abaixo as respostas do especialista:
O vitiligo é uma manifestação autoimune e multifatorial. Seu surgimento pode estar relacionado à predisposição genética. Fatores externos podem contribuir para o aparecimento ou agravamento das manchas que decorrem da perda gradativa da pigmentação devido à formação de linfócitos T --células ou grupo de glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo contra microrganismos-- que destroem os melanócitos, responsáveis pela produção de melanina.
Vitiligo é uma doença autoimune de origem genética em que os melanócitos são alvos dos linfócitos T que estão em situação desregulada. Eles acham que os melanócitos são substâncias estranhas e os atacam. Provavelmente, esses melanócitos apresentam alguma substância que o linfócito T reconhece como corpo estranho, destruindo a fonte de produção da melanina, que é o que dá cor à pele.
Como se trata de uma condição com origem genética, as chances de aparecer em pessoas da mesma família são muito grandes, sobretudo quando se tem mãe ou irmãos com essa condição.
O vitiligo ainda não tem cura, mas tem controle. Com a ajuda médica, fazendo uso de medicamentos e terapias reconhecidas cientificamente, alguns pacientes podem "repigmentar" as áreas afetadas ou até mesmo despigmentar o corpo por inteiro --como no caso do cantor Michael Jackson (1958-2009).
Por ser autoimune, não há nenhum risco de transmissão ou contágio por vitiligo. Contudo, o principal problema para as pessoas que vivem com a doença é o impacto causado na aparência, que por fugir aos padrões pré-estabelecidos, leva à baixa na autoestima. Isso resulta em isolamento e traumas emocionais.
Não existe nenhum risco de morte para quem desenvolve o vitiligo.
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