NADA DE ACIRRADO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Vitória Strada e Diego Hypolito no BBB 25: dupla enfrentou paredões com competições acirradas
O BBB 25 engatou uma sequência de paredões que poderiam até sugerir uma temporada disputada, cheia de rivalidades, torcidas inflamadas e polarizações que dividem o público. Mas, na prática, o cenário é bem diferente. As votações apertadas desta edição não são sinônimo de sucesso, mas sintoma de um problema grave: a falta de protagonistas carismáticos e de uma narrativa que prenda o público até o último segundo.
Nas últimas semanas, as diferenças entre os emparedados têm ficado dentro de margens mínimas, transformando cada berlinda em uma roleta russa. Mas isso não significa que os paredões estejam sendo decididos por paixão ou lealdade de torcidas, como aconteceu em outras edições.
Na verdade, o público está perdido diante de um elenco que não cativa. A falta de um favorito claro deixa os telespectadores votando mais por inércia do que por uma verdadeira torcida.
A comparação com temporadas anteriores escancara o problema. Nos últimos anos, Juliette Freire (BBB 21), Arthur Aguiar (BBB 22), Amanda Meirelles (BBB 23) e Davi Brito (BBB 24) despontaram cedo como favoritos e criaram legados que extrapolaram a bolha da internet. O público sabia para quem estava torcendo, e os paredões se tornavam arenas decisivas.
No BBB 25, essa identificação nunca existiu. Nenhum participante conseguiu se firmar como protagonista absoluto, e as torcidas, sem esse norte, se dividiram em pequenos grupos desorganizados, que não conseguem transformar a preferência virtual em votos sólidos. O resultado é um empate técnico atrás do outro --não por mérito dos participantes, mas por total falta de entusiasmo do público.
A introdução do voto por CPF --que chegou para equilibrar a disputa e tentar barrar o domínio das torcidas organizadas-- expôs ainda mais essa fragilidade. Em cinco paredões, o resultado foi decidido no detalhe, com o voto único virando o jogo até o último segundo da votação no Gshow. Boa parte do público assiste ao programa sem se sentir motivada a defender alguém com unhas e dentes.
Outro fator que ajudou a inflar artificialmente essas disputas acirradas foi a postura dos próprios participantes. Os brothers e sisters preferiram se esconder atrás de discursos neutros, evitando ao máximo protagonizar conflitos ou se expor em estratégias, como se o simples fato de "não errar" fosse suficiente para vencer o jogo.
As poucas figuras que tentaram se destacar, como Aline Patriarca, Diogo Almeida e Thamiris Maia, não resistiram durante muito tempo. Quem permaneceu se aproveitou desse vácuo de protagonismo para sobreviver, mesmo sem oferecer grandes momentos para o público.
Sem personagens fortes, sem alianças sólidas, sem embates épicos e sem uma trajetória consistente para o público se apegar, o programa foi forçado a apostar em recursos externos para manter o interesse, enquanto as enquetes e paredões mostram resultados cada vez mais apertados. Mas, no fundo, os números só confirmam aquilo que o público já percebeu: o BBB 25 caminha para o fim sem um nome que faça história.
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