MÉDICO EXPLICA
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Um dia depois de anunciar a nova gravidez, Maíra Cardi revelou ter sido diagnosticada com trombofilia. A mulher de Thiago Nigro admitiu o medo em relação ao quadro e destacou que precisa de cuidado redobrado para evitar o risco de morte. Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra, confirma que a situação deve ser tratada com muita seriedade para preservar a vida da gestante e também a da criança.
Ao Notícias da TV, o médico explica o diagnóstico com mais detalhes e também fala sobre o tratamento para evitar a evolução da doença.
"A trombofilia é um quadro que pode ocorrer por várias causas, mas que tem como resultado final o aumento na capacidade de coagulação do sangue. Isso pode propiciar diversas situações, tanto do ponto de vista da gestação quanto do ponto de vista pessoal; ou seja, quando você tem uma facilidade maior para formação de trombos, você pode ter com mais facilidade, por exemplo, uma trombose de vasos sanguíneos", diz ele.
Eventualmente, pode ocorrer a disseminação desse trombo em direção ao pulmão, ocasionando em tromboembolismo pulmonar [obstrução de uma das artérias pulmonares], que é uma situação bastante grave.
De acordo com o especialista, as trombofilias podem ser de origem hereditária (passadas de pai para filho) ou adquiridas ao longo da da vida. "Existem ainda outras mutações que também podem provocar trombofilia, mas são mais raras. Normalmente, elas são pesquisadas pelo hematologista, que é o especialista nesse tipo de situação, ou pelo cirurgião vascular, que também entende do assunto", comenta Pupo.
As trombofilias adquiridas, na maioria dos casos, estão relacionadas à síndrome antifosfolípide --doença autoimune caracterizada pela produção de anticorpos que causam tromboses (coágulos) em artérias e veias, além de complicações na gravidez.
"Ela [a síndrome antifosfolípide] normalmente se mostra por meio de exame de sangue, no qual se identifica a presença de alguns anticorpos. É com isso que você tem o diagnóstico", destaca o ginecologista.
A síndrome antifosfolípide tem, de fato, relação direta com o mau resultado de uma gestação. Está relacionada ao abortamento precoce, também com a infertilidade e com a alteração da placenta no final da gestação e a pré-eclâmpsia.
Segundo o médico, se a paciente tiver um tromboembolismo pulmonar decorrente de uma trombose venosa profunda, aumenta-se o risco de óbito. "É por isso que quem sofre com trombofilia deve ser acompanhado de perto pelo hematologista, além de tomar uma série de cuidados, por exemplo, nas situações em que ela vai ficar por longos períodos sentada ou deitada, seja em procedimentos cirúrgicos, seja em voos de avião muito longos ou em viagens de carro muito longas."
A trombofilia pode ser detectada tanto em homens quanto em mulheres, independentemente da idade. O mais comum, no entanto, é que esse diagnóstico ocorra em pessoas do sexo feminino, principalmente quando é adquirido e não genético.
O tratamento para a doença é baseado no uso de anticoagulante. Durante a gestação, segundo Alexandre Pupo, o anticoagulante que costuma apresentar uma melhor eficácia é a enoxaparina, medicamento injetável.
"Fora da gestação, existem as medicações via oral que podem ser utilizadas no lugar da injeção", completa o especialista.
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